Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

MENSAGEM ‘URBI ET ORBI’ DE SUA SANTIDADE BENTO XVI


Queridos irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro,
e vós todos, homens e mulheres amados pelo Senhor!

«Lux fulgebit hodie super nos,
quia natus est nobis Dominus
.
- Hoje sobre nós resplandecerá uma luz
porque nasceu para nós o Senhor»
(Missal Romano: Antífona de Entrada, da Missa da Aurora no Natal do Senhor).

A liturgia da Missa da Aurora lembrou-nos que a noite já passou, o dia vai alto; a luz que provém da gruta de Belém resplandece sobre nós.

Todavia a Bíblia e a Liturgia não nos falam da luz natural, mas de uma luz diversa, especial, de algum modo apontada e orientada para um «nós», o mesmo «nós» para quem o Menino de Belém «nasceu». Este «nós» é a Igreja, a grande família universal dos que acreditam em Cristo, que aguardaram com esperança o novo nascimento do Salvador e hoje celebram no mistério a perene actualidade deste acontecimento.

Ao princípio, ao redor da manjedoura de Belém, aquele «nós» era quase invisível aos olhos dos homens. Como nos diz o Evangelho de São Lucas, englobava, para além de Maria e José, poucos e humildes pastores que acorreram à gruta avisados pelos Anjos. A luz do primeiro Natal foi como um fogo aceso na noite. À volta tudo estava escuro, enquanto na gruta resplandecia a luz verdadeira «que ilumina todo o homem» (Jo 1, 9). E no entanto tudo acontece na simplicidade e ocultamente, segundo o estilo com que Deus actua em toda a história da salvação. Deus gosta de acender luzes circunscritas, para iluminarem depois ao longe e ao largo. A Verdade e também o Amor, que são o seu conteúdo, acendem-se onde a luz é acolhida, difundindo-se depois em círculos concêntricos, quase por contacto, nos corações e mentes de quantos, abrindo-se livremente ao seu esplendor, se tornam por sua vez fontes de luz. É a história da Igreja que inicia o seu caminho na pobre gruta de Belém e, através dos séculos, se torna Povo e fonte de luz para a humanidade. Também hoje, por meio daqueles que vão ao encontro do Menino, Deus ainda acende fogueiras na noite do mundo para convidar os homens a reconhecerem em Jesus o «sinal» da sua presença salvífica e libertadora e estender o «nós» dos crentes em Cristo à humanidade inteira.

Onde quer que haja um «nós» que acolhe o amor de Deus, aí resplandece a luz de Cristo, mesmo nas situações mais difíceis. A Igreja, como a Virgem Maria, oferece ao mundo Jesus, o Filho, que Ela própria recebeu em dom e que veio para libertar o homem da escravidão do pecado. Como Maria, a Igreja não tem medo, porque aquele Menino é a sua força. Mas, não O guarda para si: oferece-O a quantos O procuram de coração sincero, aos humildes da terra e aos aflitos, às vítimas da violência, a quantos suspiram pelo bem da paz. Também hoje, à família humana profundamente marcada por uma grave crise, certamente económica mas antes ainda moral, e por dolorosas feridas de guerras e conflitos, a Igreja, com o estilo da partilha e da fidelidade ao homem, repete com os pastores: «Vamos até Belém» (Lc 2, 15), lá encontraremos a nossa esperança.

O «nós» da Igreja vive no território onde Jesus nasceu, na Terra Santa, para convidar os seus habitantes a abandonarem toda a lógica de violência e represália e a comprometerem-se com renovado vigor e generosidade no caminho para uma convivência pacífica. O «nós» da Igreja está presente nos outros países do Médio Oriente. Como não pensar na atribulada situação do Iraque e no «pequenino rebanho» de cristãos que vive na região? Às vezes sofre violências e injustiças, mas está sempre disposto a oferecer a sua própria contribuição para a edificação da convivência civil contrária à lógica do conflito e rejeição do vizinho. O «nós» da Igreja actua no Sri Lanka, na Península Coreana e nas Filipinas, e ainda noutras terras asiáticas, como fermento de reconciliação e de paz. No continente africano, não cessa de erguer a voz até Deus para implorar o fim de toda a prepotência na República Democrática do Congo; convida os cidadãos da Guiné e do Níger ao respeito dos direitos de cada pessoa e ao diálogo; aos de Madagáscar pede para superarem as divisões internas e acolherem-se reciprocamente; a todos lembra que são chamados à esperança, não obstante os dramas, provações e dificuldades que continuam a afligi-los. Na Europa e na América do Norte, o «nós» da Igreja incita a superar a mentalidade egoísta e tecnicista, a promover o bem comum e a respeitar as pessoas mais débeis, a começar daquelas ainda por nascer. Nas Honduras, ajuda a retomar o caminho institucional; em toda a América Latina, o «nós» da Igreja é factor de identidade, plenitude de verdade e caridade que nenhuma ideologia pode substituir, apelo ao respeito dos direitos inalienáveis de cada pessoa e ao seu desenvolvimento integral, anúncio de justiça e fraternidade, fonte de unidade.

Fiel ao mandato do seu Fundador, a Igreja é solidária com aqueles que são atingidos pelas calamidades naturais e pela pobreza, mesmo nas sociedades opulentas. Frente ao êxodo de quantos emigram da sua terra e são arremessados para longe pela fome, a intolerância ou a degradação ambiental, a Igreja é uma presença que chama ao acolhimento. Numa palavra, a Igreja anuncia por toda a parte o Evangelho de Cristo, apesar das perseguições, as discriminações, os ataques e a indiferença, por vezes hostil, mas que lhe consentem de partilhar a sorte do seu Mestre e Senhor.

Queridos irmãos e irmãs, que grande dom é fazer parte de uma comunhão que é para todos! É a comunhão da Santíssima Trindade, de cujo seio desceu ao mundo o Emanuel, Jesus, Deus-connosco. Como os pastores de Belém, contemplamos cheios de maravilha e gratidão este mistério de amor e de luz! Boas-festas de Natal para todos!

(Fonte: site Radio Vaticana)

Natal com os agnósticos e os ateus

Homilia do Cardeal-Patriarca na Missa do Natal do Senhor

À procura do Rosto de Deus

1. O início do Evangelho de São João, que agora escutámos, resume bem o que significa para o homem esta ousadia do amor de Deus, que foi fazer-se Homem. “A Deus nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer” (Jo. 1,18). Está explicado o motivo de Deus para a encarnação do seu Verbo eterno: para que o homem O pudesse conhecer, pudesse ver o Seu rosto. Ver o rosto de Deus, conhecê-l’O face a face, foi um anseio profundo dos crentes de Israel. Moisés, o homem de Deus, com quem Deus falava como um amigo fala ao seu amigo (cf. Ex. 33,11), no alto do Sinai, ousa pedir: “Senhor, deixa-me ver o Teu rosto” (Ex. 33,18).

Este desejo brota da fé de Israel. Só se deseja conhecer o rosto de um amigo, de alguém que sentimos perto de nós. O crente de Israel sofre a tensão de uma dupla experiência: a certeza de que Deus está presente, interessa-se pelo Povo, nas maravilhas que realiza em seu favor, é um Deus que deseja intimidade; mas, por outro lado, Ele é um mistério difícil de alcançar, o que leva o Salmista a exclamar: “Tu és, na verdade, um Deus escondido” (Is. 45,15). Tudo isto faz ressaltar o dom inaudito da Encarnação: em Jesus Cristo pode contemplar-se o rosto de Deus. Ele é a derradeira atitude de Deus para se tornar próximo e se dar a conhecer ao Seu Povo, Ele que “muitas vezes e de muitos modos falou antigamente aos nossos pais, pelos profetas e que, nestes dias que são os últimos, nos falou por Seu Filho” (He. 1,1ss).

2. Já Isaías enalteceu os mensageiros que trazem a notícia do regresso de Deus a Sião, que leva todos a soltar brados de alegria porque vêem, com os próprios olhos, Deus que volta para Sião. O Profeta acredita que esse regresso de Deus à intimidade com o Povo da Aliança será o ponto de partida do anúncio do Deus vivo a todos os povos do mundo. “O Senhor descobriu o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus” (Is. 52,10). Esta consciência de que o Povo do Senhor terá como missão anunciar o Deus vivo a todos os povos, radicalizar-se-á em Jesus Cristo e na sua Igreja, que é sacramento de salvação para todos os povos. Ir por todo o mundo a anunciar a salvação de Deus, em Jesus Cristo, é a missão da Igreja, expressa no último envio dos Apóstolos, por Jesus: “Todo o poder Me foi dado no Céu e na Terra; ide, pois, e fazei discípulos em todas as nações” (Mt. 28,18).

Este anúncio do profeta do regresso de Deus a Sião é o anúncio do Messias, da encarnação do Verbo de Deus. Nunca como em Jesus Cristo, Deus esteve presente no meio do seu Povo. Esta vinda de Deus para Sião não foi facilmente reconhecida pela totalidade do Povo. São João reconhece-o: “Veio para o que era seu e os seus não O receberam” (Jo. 1,11); “a luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam” (Jo. 1,5). Este é um dos grandes paradoxos da história: um povo oficialmente crente em Deus, não reconhece Deus que o visita.

Este paradoxo verifica-se hoje, na nossa sociedade. Somos um povo cuja cultura foi profundamente marcada pelo cristianismo, em que a grande maioria dos portugueses são baptizados, mas que celebrando o Natal de forma cultural, não reconhece em Jesus o Deus que o visita.

O Natal interpela, antes de mais, a Igreja. O nascimento de Jesus é uma proposta de intimidade com Deus que vem, sempre de novo, ao nosso encontro em Jesus Cristo. Se não vivermos a profundidade e a surpresa desse encontro, não o podemos anunciar com convicção, não seremos o lugar a partir do qual é anunciado ao mundo o verdadeiro Deus.

3. Só esse anúncio, que seja testemunho do encontro com o rosto de Deus no rosto humano de Jesus, será luz que brilha nas trevas, vencerá a indiferença, o agnosticismo e mesmo o ateísmo. Hoje, na nossa sociedade, há alguns que negam mesmo a existência de Deus, atitude que pode parecer clara na lógica da razão, mas que não tranquiliza o coração. Outros refugiam-se na atitude agnóstica de quem não se pronuncia, de quem não sabe dizer nada sobre Deus, que respeitam os crentes mas não se sentem interpelados por eles, esquecendo que há inquietações profundas que dificilmente se podem calar, que “o coração tem razões que a razão desconhece”, na expressão popular que tenta definir o amor. Mas a maior parte dos nossos contemporâneos adiam sempre, para mais tarde, uma tomada de posição sobre Deus, acabando assim por adiar um encontro com o próprio Deus. No diálogo com todos estes nossos irmãos devemos apresentar-nos na humildade da nossa fé, que se gera certezas inabaláveis, sem sempre exclui a obscuridade e a dúvida. Temos em comum com todos os que procuram, o nosso desejo de ver a Deus, de poder contemplar o Seu rosto.

A compreensão da fé, em todo o Novo Testamento, é uma adesão a Jesus Cristo como caminho para a visão de Deus. A sua expressão mais forte é a esperança, que vence obstáculos e dificuldades, desejando ver a Deus face a face. Em São Paulo é clara essa compreensão da fé como caminho humilde e confiante à procura do rosto de Deus. Aos Coríntios ele escreve: “hoje vemos como num espelho, de maneira confusa, mas então veremos face a face. Hoje conheço de maneira imperfeita, mas então conhecerei como sou conhecido” (1Cor. 13,12). O encontro perfeito e definitivo com Cristo é para Paulo o cumular da esperança.

Contemplemos o nascimento de Jesus celebrando a sua Páscoa. Esta proporciona-nos, continuamente, o encontro vivo com Ele, por via sacramental, e assim vamos aprendendo a desejar, sempre mais, aquele momento em que, no Seu rosto, contemplaremos o rosto de Deus.

Sé Patriarcal, 25 de Dezembro de 2009

† JOSÉ, Cardeal-Patriarca


(Fonte: site Agência Ecclesia)

Homilia do Santo Padre durante a S. Missa na Noite de Natal


Amados irmãos e irmãs,

«Um Menino nasceu para nós, um filho nos foi concedido» (Is 9, 5). Aquilo que Isaías, olhando de longe para o futuro, diz a Israel como consolação nas suas angústias e obscuridade, o Anjo, de quem emana uma nuvem de luz, anuncia-o aos pastores como presente: «Nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é o Messias Senhor» (Lc 2, 11). O Senhor está presente. Desde então, Deus é verdadeiramente um «Deus connosco». Já não é o Deus distante, que, através da criação e por meio da consciência, se pode de algum modo intuir de longe. Ele entrou no mundo. É o Vizinho. Disse-o Cristo ressuscitado aos Seus, a nós: «Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20). Nasceu para vós o Salvador: aquilo que o Anjo anunciou aos pastores, Deus no-lo recorda agora por meio do Evangelho e dos seus mensageiros. Trata-se de uma notícia que não nos pode deixar indiferentes. Se é verdadeira, mudou tudo. Se é verdadeira, diz respeito a mim também. Então, como os pastores, devo dizer também eu: Levantemo-nos, quero ir a Belém e ver a Palavra que aconteceu lá. Não é sem intuito que o Evangelho nos narra a história dos pastores. Estes mostram-nos o modo justo como responder àquela mensagem que nos é dirigida também a nós. Que nos dizem então estas primeiras testemunhas da encarnação de Deus?

A respeito dos pastores, diz-se em primeiro lugar que eram pessoas vigilantes e que a mensagem pôde chegar até eles precisamente porque estavam acordados. Nós temos de despertar, para que a mensagem chegue até nós. Devemos tornar-nos pessoas verdadeiramente vigilantes. Que significa isto? A diferença entre um que sonha e outro que está acordado consiste, antes de mais nada, no facto de aquele que sonha se encontrar num mundo particular. Ele está, com o seu eu, fechado neste mundo do sonho que é apenas dele e não o relaciona com os outros. Acordar significa sair desse mundo particular do eu e entrar na realidade comum, na única verdade que a todos une. O conflito no mundo, a recíproca inconciliabilidade derivam do facto de estarmos fechados nos nossos próprios interesses e opiniões pessoais, no nosso próprio e minúsculo mundo privado. O egoísmo, tanto do grupo como do indivíduo, mantém-nos prisioneiros dos nossos interesses e desejos, que contrastam com a verdade e dividem-nos uns dos outros. Acordai: diz-nos o Evangelho. Vinde para fora, a fim de entrar na grande verdade comum, na comunhão do único Deus. Acordar significa, portanto, desenvolver a sensibilidade para com Deus, para com os sinais silenciosos pelos quais Ele quer guiar-nos, para com os múltiplos indícios da sua presença. Há pessoas que se dizem «religiosamente desprovidas de ouvido musical». A capacidade de perceber Deus parece quase uma qualidade que é recusada a alguns. E, realmente, a nossa maneira de pensar e agir, a mentalidade do mundo actual, a gama das nossas diversas experiências parecem talhadas para reduzir a nossa sensibilidade a Deus, para nos tornar «desprovidos de ouvido musical» a respeito d’Ele. E todavia em cada alma está presente de maneira velada ou patente a expectativa de Deus, a capacidade de O encontrar. A fim de obter esta vigilância, este despertar para o essencial, queremos rezar, por nós mesmos e pelos outros, por quantos parecem ser «desprovidos deste ouvido musical» e contudo neles está vivo o desejo de que Deus Se manifeste. O grande teólogo Orígenes disse: Se eu tivesse a graça de ver como viu Paulo, poderia agora (durante a Liturgia) contemplar uma falange imensa de Anjos (cf. In Lc 23, 9). De facto, na Liturgia sagrada, rodeiam-nos os Anjos de Deus e os Santos. O próprio Senhor está presente no meio de nós. Senhor, abri os olhos dos nossos corações, para nos tornarmos vigilantes e videntes e assim podermos estender a vossa proximidade também aos outros!

Voltemos ao Evangelho de Natal. Aí se narra que os pastores, depois de ter ouvido a mensagem do Anjo, disseram uns para os outros: «“Vamos até Belém” (…). Partiram então a toda a pressa» (Lc 2, 15s). «Apressaram-se»: diz, literalmente, o texto grego. O que lhes fora anunciado era tão importante que deviam ir imediatamente. Com efeito, o que lhes fora dito ultrapassava totalmente aquilo a que estavam habituados. Mudava o mundo. Nasceu o Salvador. O esperado Filho de David veio ao mundo na sua cidade. Que podia haver de mais importante? Impelia-os certamente a curiosidade, mas sobretudo o alvoroço pela realidade imensa que fora comunicada precisamente a eles, os pequenos e homens aparentemente irrelevantes. Apressaram-se… sem demora. Na nossa vida ordinária, as coisas não acontecem assim. A maioria dos homens não considera prioritárias as coisas de Deus. Estas não nos premem de forma imediata. E assim nós, na grande maioria, estamos prontos a adiá-las. Antes de tudo faz-se aquilo que se apresenta como urgente aqui e agora. No elenco das prioridades, Deus encontra-Se frequentemente quase no último lugar. Isto – pensa-se – poder-se-á realizar sempre. O Evangelho diz-nos: Deus tem a máxima prioridade. Se alguma coisa na nossa vida merece a nossa pressa sem demora, isso só pode ser a causa de Deus. Diz uma máxima da Regra de São Bento: «Nada antepor à obra de Deus (isto é, ao ofício divino)». Para os monges, a Liturgia é a primeira prioridade; tudo o mais vem depois. Mas, no seu núcleo, esta frase vale para todo o homem. Deus é importante, a realidade absolutamente mais importante da nossa vida. É precisamente esta prioridade que nos ensinam os pastores. Deles queremos aprender a não deixar-nos esmagar por todas as coisas urgentes da vida de cada dia. Deles queremos aprender a liberdade interior de colocar em segundo plano outras ocupações – por mais importantes que sejam – a fim de nos encaminharmos para Deus, a fim de O deixarmos entrar na nossa vida e no nosso tempo. O tempo empregue para Deus e, a partir d’Ele, para o próximo nunca é tempo perdido. É o tempo em que vivemos de verdade, em que vivemos o ser próprio de pessoas humanas.

Alguns comentadores observam como os primeiros que vieram ao pé de Jesus na manjedoura e puderam encontrar o Redentor do mundo foram os pastores, as almas simples. Os sábios vindos do Oriente, os representantes daqueles que possuem nível e nome chegaram muito mais tarde. E os comentadores acrescentam: O motivo é totalmente óbvio. De facto, os pastores habitavam perto. Não tinham de fazer mais nada senão «atravessar» (cf. Lc 2, 15), como se atravessa um breve espaço para ir ter com os vizinhos. Ao contrário, os sábios habitavam longe. Tinham de percorrer um caminho longo e difícil para chegar a Belém. E precisavam de guia e de orientação. Pois bem, hoje também existem almas simples e humildes que habitam muito perto do Senhor. São, por assim dizer, os seus vizinhos e podem facilmente ir ter com Ele. Mas a maior parte de nós, homens modernos, vive longe de Jesus Cristo, d’Aquele que Se fez homem, de Deus que veio para o nosso meio. Vivemos em filosofias, em negócios e ocupações que nos enchem totalmente e a partir dos quais o caminho para a manjedoura é muito longo. De variados modos e repetidamente, Deus tem de nos impelir e dar uma mão para podermos sair da enrodilhada dos nossos pensamentos e ocupações e encontrar o caminho para Ele. Mas há um caminho para todos. Para todos, o Senhor estabelece sinais adequados a cada um. Chama-nos a todos, para que nos seja possível também dizer: Levantemo-nos, «atravessemos», vamos a Belém, até junto d’Aquele Deus que veio ao nosso encontro. Sim, Deus encaminhou-Se para nós. Sozinhos, não poderíamos chegar até Ele. O caminho supera as nossas forças. Mas Deus desceu. Vem ao nosso encontro. Percorreu a parte mais longa do caminho. Agora pede-nos: Vinde e vede quanto vos amo. Vinde e vede que Eu estou aqui. Transeamus usque Bethleem: diz a Bíblia latina. Atravessemos para o outro lado! Ultrapassemo-nos a nós mesmos! Façamo-nos viandantes rumo a Deus dos mais variados modos: sentindo-nos interiormente a caminho para Ele; mas também em caminhos muito concretos, como na Liturgia da Igreja, no serviço do próximo onde Cristo me espera.

Ouçamos uma vez mais directamente o Evangelho. Os pastores dizem uns aos outros o motivo por que se põem a caminho: «Vamos ver o que dizem ter sucedido». Literalmente o texto grego diz: «Vejamos esta Palavra, que lá aconteceu». Sim, aqui está a novidade desta noite: a Palavra pode ser vista, porque Se fez carne. Aquele Deus de quem não se deve fazer qualquer imagem, porque toda a imagem poderia apenas reduzi-Lo, antes desvirtuá-Lo, aquele Deus tornou-Se, Ele mesmo, visível n’Aquele que é a sua verdadeira imagem, como diz Paulo (cf. 2 Cor 4, 4; Col 1, 15). Na figura de Jesus Cristo, em todo o seu viver e operar, no seu morrer e ressuscitar, podemos ver a Palavra de Deus e, consequentemente, o próprio mistério do Deus vivo. Deus é assim. O Anjo dissera aos pastores: «Isto vos servirá de sinal: achareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12; cf. 16). O sinal de Deus, o sinal que é dado aos pastores e a nós não é um milagre impressionante. O sinal de Deus é a sua humildade. O sinal de Deus é que Ele Se faz pequeno; torna-Se menino; deixa-Se tocar e pede o nosso amor. Quanto desejaríamos nós, homens, um sinal diverso, imponente, irrefutável do poder de Deus e da sua grandeza! Mas o seu sinal convida-nos à fé e ao amor e assim nos dá esperança: assim é Deus. Ele possui o poder e é a Bondade. Convida a tornarmo-nos semelhantes a Ele. Sim, tornamo-nos semelhantes a Deus, se nos deixarmos plasmar por este sinal; se aprendermos, nós mesmos, a humildade e deste modo a verdadeira grandeza; se renunciarmos à violência e usarmos apenas as armas da verdade e do amor. Orígenes, na linha de uma palavra de João Baptista, viu expressa a essência do paganismo no símbolo das pedras: paganismo é falta de sensibilidade, significa um coração de pedra, que é incapaz de amar e de perceber o amor de Deus. Orígenes diz a respeito dos pagãos: «Desprovidos de sentimento e de razão, transformam-se em pedras e madeira» (In Lc 22, 9). Mas Cristo quer dar-nos um coração de carne. Quando O vemos a Ele, ao Deus que Se tornou um menino, abre-se-nos o coração. Na Liturgia da Noite Santa, Deus vem até nós como homem, para nos tornarmos verdadeiramente humanos. Escutemos uma vez mais Orígenes: «Com efeito, de que te aproveitaria Cristo ter vindo uma vez na carne, se Ele não chegasse até à tua alma? Oremos para que venha diariamente a nós e possamos dizer: vivo, contundo já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim (Gal 2, 20)» (In Lc 22, 3).

Sim, por isto queremos rezar nesta Noite Santa. Senhor Jesus Cristo, Vós que nascestes em Belém, vinde a nós! Entrai em mim, na minha alma. Transformai-me. Renovai-me. Fazei que eu e todos nós, de pedra e madeira que somos, nos tornemos pessoas vivas, nas quais se torna presente o vosso amor e o mundo é transformado.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI derrubado no cortejo da Missa do Galo, Cardeal francês Roger Etchegaray fracturou o osso do fémur em resultado deste acto tresloucado



Uma mulher conseguiu passar pela segurança na Basílica de São Pedro e chegou mesmo a empurrar o Papa. Bento XVI caiu, mas não sofreu ferimentos.

O incidente aconteceu no início da Missa do Galo, confirmou o porta-voz do Vaticano, o Padre Federico Lombardi.

Bento XVI, de 82 anos, acabaria por cair, mas sem sofrer aparentemente nenhum ferimento, e retomou o caminho até ao altar onde realizou a tradicional celebração.

A mulher, que aparentemente sofre de perturbações mentais, foi detida pela polícia do Vaticano.

A autora do ataque também empurrou o cardeal francês Roger Etchegaray, que foi transportado para o hospital onde se veio a confirmar uma fractura no fémur.

A Missa do Galo prosseguiu com total normalidade no Vaticano.

(Fonte: site Rádio Renascença)

Prelado do Opus Dei convida a amar mais


O Natal é uma grande oportunidade para todas as famílias para imitar a Sagrada Família, é o que propõe à H2Onews o Prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría Rodríguez:

D. Echevarria Rodríguez acrescenta que um modo para viver mais de perto o nascimento de Jesus neste Natal é o querer muito a todos e cita o fundador do Opus Dei, São Josemaría Escrivá de Balaguer.

“O tempo de Natal já é uma solicitação por si mesmo para que santifiquemos a vida em família e lhes sugeriria que coloquem o nascimento em seu lar também para dirigir-se a Jesus, a Maria e a José. Jesus é o amor perfeito que se fez homem para trazer o amor do céu para a terra por isso se interessa por todos os homens e nos pode ensinar a querer a Deus e a querer a todas as criaturas porque não podemos esquecer que tanto Maria como José mostraram Jesus aos pastores aos Reis Magos a todas as pessoas sem distinção de nenhum género foram os instrumentos por sua docilidade por seu amor a Deus por sua alegria que a Trindade quis utilizar para que as pessoas desse mundo conhecessem a Deus encarnado”.

“Creio que um esforço que temos que fazer é querer bem os nossos familiares, os amigos, querer bem a todas as amizades como Cristo gostaria que fizéssemos, é uma das coisas que muitas vezes comentava São Josemaría “Eu quero amar as pessoas e quero tratá-las como o faria Cristo”.

(Fonte: H2O News)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1969



Solenidade do Natal do Senhor. Mostram-lhe uma imagem do Menino Jesus de barro policromado. Depois de o tomar nas mãos, levanta-o ao ar, beija-o, acaricia-o, enquanto diz: “Meu lindo! Que bonito! Meu tesouro! Meu Menino…! Com este fico eu”. A fotografia mostra esse momento.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/25-12-5)

Crónicas do Vaticano - o Natal do Papa

Natal

O bem existe e é mais forte que o mal. Só que nem sempre é fácil vê-lo

Vai nascer. Para mim é o filho de Deus feito Homem, pelo mistério da Encarnação, salvífico e redentor. Traz consigo a esperança ao cativo, lança fora todo o calçado cansado da guerra, liberta o oprimido e estabelece a promessa da nova aliança com uma humanidade igual perante Deus, sem escravo nem senhor. Mas mesmo para quem não comungue desta fé, o natal assinala o nascimento de um homem que ao longo dos seus trinta e três anos de vida marcou, para sempre, a história da Humanidade. Um pacifista subversivo que desafiou os poderes instituídos, denunciou os hipócritas e acolheu os humildes e os excluídos. Em qualquer caso, permanece actualíssima essa exortação do amor partilhado e compassivo, da fraternidade universal e do desejo do triunfo da paz verdadeira no coração de uma humanidade atormentada. Em qualquer caso, o Natal é, sobretudo, isto.

Não se percebe, pois, como assistimos, todos nós, ao modo como o espírito do Natal é aprisionado num monte de plástico vermelho, ano após ano, submetido a ditatoriais comandos consumistas, o seu significado mais profundo diluído em práticas sociais tão cansativas como efémeras, SMS truncados, presentes que já perderam destino e afecto, adquiridos em série, encontros condicionados por uma excessiva logística festiva, ruído e agitação sem trégua ao necessário silêncio que deve preceder as grandes revelações.

Lembro os Natais da minha infância, os Natais de sempre, um tempo em que a minha avó fazia questão de passar os pobres à frente dos ricos, de contar o número de cabazes e sacos necessários para fazer chegar uma pequena ceia à mesa de cada uma dessas famílias que, de outro modo, não veriam nem o bacalhau e o azeite nem as broas e o açúcar. Mas o que hoje, à distância, me parece mais extraordinário, é o facto de ser a minha avó que, com as suas mãos e a sua alegria, compunha esses cestos e sacos, conhecendo intimamente cada agregado familiar, o nome próprio de todos eles, a dureza de cada carência, a incerteza de cada destino, a dor de cada humilhação. A prioridade para ela, sobretudo nessa quadra, não era dar de comer a quem não tinha fome, nem dar mais supérfulo a quem nunca disputara com a sorte o essencial. Por isso, num advento sem dúvidas quanto à natureza do Mistério que nos era oferecido, ela construía um Natal impressivo e doce, afectuoso e comunitário, portas abertas ao mundo exterior. Porque ela sabia que era entre os mais humildes que estavam aqueles que veriam, em primeiro lugar, a estrela e o caminho.

Entre a tentação de evocações nostálgicas e resistir à onda grosseiramente materialista de novas interpretações desta efeméride, tão mais patéticas quanto sabemos que são já muitos aqueles a quem tudo falta, dei comigo a ver Babel, um filme magnífico que, inesperadamente, reconciliou em mim, memórias e novos tempos.
Em três geografias distintas, pessoas de raças, religiões e culturas diversas, assumem para si, na confusão do mundo, o melhor da condição humana, algo universal e perene, que tem a ver com a dimensão redentora e salvífica que a Encarnação encerra, comum a todos os homens de boa vontade, tornados iguais aos olhos de Deus. O polícia japonês, a velha marroquina e a mulher mexicana são movidos, cada um na sua circunstância e latitude, por um sentimento de pura compaixão face ao outro, e nesse sentimento se sublimam em gestos simples: o polícia quando cobre, com o seu casaco, a humilhante nudez da adolescente num apartamento no centro de Tóquio; a velha marroquina quando prepara, silenciosamente, a erva que aliviará as dores da americana ferida e lhe afaga a testa na obscuridade de um casebre miserável; a mulher mexicana quando arrisca tudo o que tem para salvar duas crianças loiras nas áridas terras fronteiriças com os Estados Unidos. O bem existe e é mais forte que o mal. Só que nem sempre é fácil vê-lo.

Maria José Nogueira Pinto

(Fonte: DN online)

D. Celli: os jovens, diáconos da cultura digital


Muito bem, agora por ocasião do Natal pensamos que seria bom que mais uma vez Pope2you se apresentasse aos jovens com uma mensagem de Natal e envolvesse os jovens na difusão de palavras inspiradas como são as das mensagens do Santo Padre. Portanto, mais uma vez colocamos à disposição dos jovens a possibilidade de enviarem entre eles postais com uma imagens do Papa ligada ao natal e cada postal traz um trecho, uma frase particularmente incisiva tirada de uma das mensagens do Papa para o Natal (vide link na faixa esquerda do blogue).

Faço votos que também desta vez os jovens saibam utilizá-la, para que sejam promotores, porta-vozes, testemunhas, anunciadores de valores que para nós são fundamentais ao nos aproximarmos deste Mistério de Amor, o Mistério de um Deus que se faz homem por amor do homem, e esse para nós é um momento importante. Em segundo lugar, gostaríamos que mais uma vez o site permitisse aos jovens ter um relacionamento mais directo com o Santo Padre e nos parece que mais uma vez o Natal oferece uma ocasião propícia, por isso nesta circunstância o site oferecerá a possibilidade aos jovens para enviar uma sua mensagem de felicitações ao Santo Padre.

Poderão fazê-lo de qualquer modo, com palavras, com imagens. Deixamos aos jovens a inventiva e a maneira de encontrar como comunicar ao Santo Padre o seu afecto, a sua proximidade, a sua grande simpatia, nesta atmosfera verdadeira, profunda, rica espiritualmente do Natal.

Fazemos votos de que os jovens respondam a essa proposta positivamente. Depois as mensagens mais bonitas, as mais significativas procuraremos apresentá-las no mesmo site de Pope2you porque é essa partilha que nos parece importante. E mais uma vez Pope2you quer ser um momento de maior proximidade entre o Papa e os jovens, entre os jovens e o Papa. Pope2you se colocar-se-á precisamente nesta linha operativa: fazer conhecer aos poucos aos jovens quem é o Papa Bento XVI, o que o Papa no seu grande Magistério doa à humanidade, as suas mensagens, a sua palavra, o seu testemunho, a sua delicada presença feita de docilidade, feita de atenção em um Magistério profundo, rico, propositivo. Queremos mais uma vez que Pope2you seja esse meio para favorecer um encontro sempre mais válido, sempre mais propositivo, sempre mais envolvente entre o Papa e os jovens de hoje, jovens de todas as nações, de modo tal que será precisamente essa a coisa interessante, ver onde as distâncias são eliminadas através das novas tecnologias, onde essa relação se fará sempre mais rica e propositiva e onde ainda os jovens se perceberão anunciadores de algo importante e serão testemunhas e promotores desta diaconia da cultura, assim como o Papa nos pediu a todos. É confiada aos jovens esta grande tarefa, de serem diáconos, de serem anunciadores da palavra nesta cultura digital que pouco a pouco envolve todos. Eu creio que os jovens hoje têm, precisamente porque nasceram nesta cultura, essa possibilidade, essa capacidade de poder ser verdadeiros anunciadores propositivos do Evangelho na cultura digital de hoje.

Aproveito a ocasião para dirigir a todos um caloroso, férvido augúrio de Feliz Natal. Que seja um Natal que permita a todos nós acolher esse Mistério de Amor de Deus que se comunica ao homem, ver se e como também nós somos disponíveis, e temos um coração aberto para acolhê-lo. Feliz Natal, Feliz Natal a todos.


(Fonte: H2O News com adaptação de JPR)

Nota de JPR: sejamos todos jovens e aproveitemos esta iniciativa para fazer chegar ao Santo Padre os nossos votos Natalícios. Bom Natal!

Barbara Hendricks - Ave Maria (Franz Schubert)

Aleluia - Anónimo

Natal do Senhor Jesus

A história do Natal começou na véspera do nascimento de Jesus, quando, segundo a Bíblia, os anjos anunciaram a chegada do menino.

Oficialmente, faz agora 2006 anos. Nessa altura, o imperador Augusto determinou o registo de toda a população do Império Romano por causa dos impostos, tendo cada pessoa, para o efeito de inscrever na sua localidade.

Segundo o Novo Testamento, José partiu de Nazaré para Belém, para esse efeito, e levou com ele a sua esposa, Maria, que esperava um Filho. Ao longo da viagem, chegou a hora de Maria dar à luz, e como a cidade estava com os albergues completamente cheios, tiveram de pernoitar numa gruta. Foi nessa região da Judeia, que Jesus nasceu.

Diz a Bíblia que um Anjo desceu sobre os pastores que guardavam os seus rebanhos durante a noite e disse-lhes: «Deixai o que estais a fazer e vinde adorar o menino, que se encontra em Belém e é o vosso Redentor». Os pastores foram apressados, procurando o lugar indicado pelo Anjo, e lá encontraram Maria, José e o menino. Ao vê-lo, espalharam a boa nova.

Os primeiros registos da celebração do Natal têm origem na Turquia, a 25 de Dezembro, em meados do sec II.

No ano 350, o Papa Júlio I levou a efeito uma investigação pormenorizada e proclamou o dia 25 de Dezembro como data oficial e o Imperador Justiniano, em 529, declarou-o feriado nacional.

O período das festas alargou-se até à Epifania, ou seja vai desde 25 de Dezembro até 6 de Janeiro. O dia 6 de Janeiro é o chamado dia dos Reis Magos.

A religião Cristã foi, depois, abraçando toda a Europa, dando a conhecer a outros povos a celebração do Natal. Em Inglaterra, o primeiro arcebispo de Cantuária foi responsável pela celebração do Natal. Na Alemanha, foi reconhecido em 813, através do sínodo de Mainz. Na Noruega, pelo rei Hakon em meados de 900. E em finais do séc. IX, o Natal já era celebrado em toda a Europa.

Os Evangelhos de S.Lucas e S. Mateus relatam a história do nascimento de Jesus. Só que, ao contrário do que julgávamos, Jesus não teria nascido no Inverno e sim na Primavera ou no Verão - os pastores não guardariam os rebanhos nos montes com o rigor do Inverno...

Em relação à data do nascimento de Jesus, existem algumas dúvidas. A estrela que guiou os Magos até à gruta de Belém deu lugar a várias explicações.

Alguns cientistas afirmam que deverá ter sido um cometa. No entanto, nessa altura não há registo que algum cometa tivesse sido visto.

Outros dizem que, no ano 6 ou 7 a. C., houve um alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno mas também não é muito credível, para que se considere esse o ano do nascimento de Jesus.

Por outro lado, a visita dos Reis Magos é comemorada 12 dias depois do Natal (Epifania) sendo tradicional festejar este acontecimento em pleno Inverno, a 6 de Janeiro.

De qualquer forma, para além da certeza histórica de uma data, é o mistério do Nascimento de Jesus Cristo que os cristãos celebram. E esse é eterno!

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Meditação do dia de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

São Leão Magno (?-c. 461), papa e Doutor da Igreja
1º sermão para a Natividade do Senhor; PL 59,190 (a partir da trad. cf SC 22 bis, pp. 67ss., breviário e Orval)

«E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco»

Nosso Senhor, irmãos bem-amados, nasceu hoje: regozijemo-nos! Não é permitido estarmos tristes neste dia em que nasce a vida. Este dia destrói o receio da morte e enche-nos da alegria que a promessa da eternidade dá. Ninguém ficou afastado desta alegria; um único e mesmo motivo de alegria é comum a todos. Pois Nosso Senhor, ao vir destruir o pecado e a morte [...], veio libertar todos os homens. Que o santo exulte, pois aproxima-se da vitória. Que o pecador se alegre, pois é convidado ao perdão. Que o pagão tome coragem, pois é chamado à vida. Com efeito, quando chegou a plenitude dos tempos determinada pela profundidade insondável do plano divino, o Filho de Deus desposou a nossa natureza humana para reconciliá-la com o seu Criador. [...]

O Verbo, a Palavra de Deus, que é Deus, Filho de Deus, que «no princípio estava em Deus, por Quem tudo começou a existir, e sem Quem nada veio à existência», tornou-Se homem para libertar o homem de uma morte eterna. Baixou-Se para assumir a nossa condição humilde sem que a Sua majestade ficasse diminuída. Continuando a ser o que era e assumindo o que não era, Ele uniu a nossa condição de escravos à Sua condição de igual a Deus Pai. [...] A majestade reveste-Se de humildade, a força de fraqueza, a eternidade de mortalidade: verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade de um único Senhor, «único mediador entre Deus e os homens» (1Tim 2, 5). [...]

Demos graças, portanto, irmãos bem-amados a Deus Pai, pelo Seu Filho, no Espírito Santo. Porque, na Sua grande misericórdia e no Seu amor por nós, Ele teve piedade de nós. «Quando estávamos mortos pelo pecado, Ele fez-nos tornar a viver por Cristo», querendo que sejamos n'Ele uma nova criação, uma nova obra das Suas mãos (Ef 2, 4-5; 2Cor 5,1 7). [...] Cristão, toma consciência da tua dignidade.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 25 de Dezembro de 2009

São João 1,1-18

No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus.
No princípio Ele estava em Deus.
Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência.
Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens.
A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam.
Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele.
Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz.
O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina.
Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus.
E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.
João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'»
Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças.
É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo.
A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Hino Eucarístico - Canto Gregoriano