Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 30 de junho de 2012

Alvaro del Portillo, próximo beato

A notícia é «motivo de gratidão a Deus». Afirmou D. Javier Echevarría Rodriguez, o bispo espanhol actual Prelado do Opus Dei
O sucessor de São Josemaría Escrivá de Balaguer será beato. O Papa Bento XVI declarou de facto as virtudes heróicas (portanto a venerabilidade) do Prelado do Opus Dei que recebeu o testemunho do São Josemaría Escrivá de Balaguer.
«Gratidão por este pastor exemplar que amou o Senhor e a sua Igreja, e aqueles com quem viveu e teve a oportunidade de conhecer, para além de todos os homens por quem orou». D. Álvaro del Portillo «procurou em cada instante cumprir fielmente a vontade Deus», prosseguiu D. Javier: eis porque «é recordado por tantos homens e mulheres como uma pessoa e sacerdote de paz e leal ao seu empenho no amor de Deus, muito unido à Igreja e ao Romano Pontífice».
«Sei também – acrescentou – que tantos recorrem à sua ajuda, em tantas partes do mundo, seja pela sua necessidade pessoais, familiares, profissionais e dos seus amigos. É voz corrente que irradiava paz, alegria, simplicidade, espírito cristão e visão apostólica».
D. Álvaro del Portillo «nasce em Madrid a 11 de março de 1914 sendo o terceiro de oito irmãos. Era doutorado em Engenharia Civil, em Filosofia e em Direito Canónico», informam do Opus Dei, em que o futuro beato entrou em 1935 com a idade de 21 anos. Em pouco tempo torna-se o principal colaborador de São Josemaría Escrivá de Balaguer. Ordenado sacerdote em 25 de junho de 1944, «desde então entregou-se empenhadamente no cumprimento do ministério.
Uma vez transferido para Roma «com a sua actividade intelectual junto a São Josemaría e com o seu trabalho na Santa Sé elaborou uma profunda reflexão sobre o papel e a responsabilidade  dos fiéis leigos na missão da Igreja através do trabalho profissional e as relações sociais e familiares». Entre 1947 e 1950 dá vida às «actividades apostólicas do Opus Dei em Roma, Milão, Nápoles, Palermo e outras cidades italianas» além de promover iniciativas «de formação cristã» e oferecer «os seus serviços sacerdotais a inúmeras pessoas».
«Do pontificado de Pio XII até ao de João Paulo II – prosseguem – assumiu diversos encargos na Santa Sé. Participou ativamente no Concílio Vaticano II e foi durante muitos anos consultor da Congregação para a Doutrina da Fé».
 Em 15 de setembro de 1975, «poucos meses após o desaparecimento do fundador, D. Álvaro foi eleito primeiro sucessor para guiar o Opus Dei». Em novembro de 1982, «quando o beato João Paulo II ergueu o Opus Dei com Prelatura pessoal, designou-o Prelado», e passados oito anos nomeou-o Bispo. Durante os anos que esteve à frente do Opus Dei, D. Álvaro del Portillo lançou «actividade pastoral da Prelatura em 20 novos países»; além de haver encorajado numerosas iniciativas sociais e educativas».

A 23 de março de 1994 «poucas horas após o regresso de uma peregrinação à Terra Santa, o Senhor chamou-o para junto de Si». Logo após a sua partida, «milhares de pessoas deram testemunho da sua bondade, do calor humano do seu sorriso, da sua humildade, da sua audácia sobrenatural e da paz interior que saiam das suas palavras». Entre elas, o próprio beato João Paulo II, que no dia do falecimento do Prelado recolheu-se em oração diante do corpo defunto. Brevemente ambos se encontrarão «nos altares»: o Papa polaco que já lá se encontra e o Prelado que se está aproximando.

DOMENICO AGASSO JR.
Roma

(Fonte: ‘Vatican Insider’ AQUI com tradução e adaptação de JPR)

Amar a Cristo...

Senhor Jesus dai-nos um coração humilde e contrito e nunca nos permitas ficarmos embriagados pela vaidade, coisa vã, desnecessária e fonte de muitos males subjacentes.

Tudo nos ofereceste, mas nada nos pertence, não porque sejas avaro, mas porque tudo o que nos concedes, se assumido como nosso perde o seu real valor, pois só é bom e justo se dimensionado à Tua infinita bondade.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor para todo o sempre!
 
JPR

Imitação de Cristo, 2, 10, 3 - Do agradecimento pela graça de Deus

Não quero consolação que me tire a compunção, nem desejo contemplação que me seduz ao desvanecimento; porque nem tudo que é sublime é santo, nem tudo que é agradável é bom, nem todo desejo é puro, nem tudo que nos deleita agrada a Deus. De boa mente aceito a graça, que me faz humilde e timorato e me dispõe melhor para renunciar a mim mesmo. O homem instruído pela graça e experimentado com sua subtração não ousará atribuir-se bem algum, antes reconhecerá sua pobreza e nudez. Dá a Deus o que é de Deus, e atribui a ti o que é teu; isto é, dá graças a Deus pela graça, e só a ti atribui a culpa e a pena que a culpa merece.

Pratica a caridade sem limites

Ama e pratica a caridade, sem limites e sem discriminações, porque é a virtude que caracteriza os discípulos do Mestre. Contudo essa caridade não pode levar-te – deixaria de ser virtude – a amortecer a fé, a tirar as arestas que a definem, a dulcificá-la até convertê-la, como alguns pretendem, em algo amorfo, que não tem a força e o poder de Deus. (Forja, 456)

O Senhor tomou a iniciativa, vindo ao nosso encontro. Deu-nos o exemplo para nos pormos com Ele ao serviço dos outros, para – gosto de repetir – pormos generosamente o nosso coração a servir de alcatifa, de modo que os outros caminhem suavemente e a sua luta resulte para eles mais amável. Devemos comportar-nos assim, porque somos filhos do mesmo Pai, que não hesitou em entregar-nos o seu Filho muito amado.

Não somos nós que construímos a caridade; é ela que nos invade com a graça de Deus: porque Ele nos amou primeiro. Convém que nos empapemos bem desta verdade formosíssima: se podemos amar a Deus é porque fomos amados por Deus. Tu e eu estamos em condições de derramar carinho sobre os que nos rodeiam, porque nascemos para a fé pelo amor do Pai. Pedi com ousadia ao Senhor este tesouro, esta virtude sobrenatural da caridade, para a exercitardes até ao último pormenor.

Nós, os cristãos, não temos sabido muitas vezes corresponder a esse dom; algumas vezes temo-lo rebaixado como se se limitasse a uma esmola dada sem alma, friamente; outras vezes temo-lo reduzido a uma atitude de beneficência mais ou menos convencional. Exprimia bem esta aberração a queixa resignada de uma doente: Aqui, tratam-me com caridade, mas a minha mãe cuidava de mim com carinho. O amor que nasce do Coração de Cristo não pode dar lugar a este tipo de distinções. (Amigos de Deus, 228–229)


São Josemaría Escrivá

«Imediatamente a menina levantou-se»

Beato João Paulo II 
Discurso aos jovens no Chile 1987/04/02


Cristo entrou na casa onde a menina se encontrava, pegou-lhe na mão e disse: «Menina, Eu te digo, levanta-te!» [...] Queridos jovens, o mundo precisa da vossa resposta pessoal às palavras de vida do Mestre: «Eu te digo, levanta-te!» Vemos como Jesus vem ao encontro da humanidade nas situações mais difíceis e mais dolorosas. O milagre na casa de Jairo mostra-nos o Seu poder sobre o mal. Ele é o Senhor da vida, o vencedor da morte. [...]


Mas não podemos esquecer que, de acordo com o que nos ensina a fé, a raiz do mal, da doença, da própria morte, é o pecado nas suas diversas formas. No coração de todos e de cada um de nós esconde-se uma doença que nos afecta a todos: o pecado pessoal, que se enraíza mais e mais nas consciências à medida que se perde o sentido de Deus. Sim, queridos jovens, vigiai para não deixar enfraquecer em vós o sentido de Deus. Não podemos vencer o mal com o bem se não tivermos esse sentido de Deus, da Sua acção, da Sua presença, que nos convida a apostar sempre na graça, na vida, contra o pecado, contra morte. É o destino da humanidade que está em jogo. [...]


Daqui se conclui que temos de conhecer as implicações sociais do pecado para construirmos um mundo digno do homem. Há males sociais que criam uma verdadeira «comunhão do pecado» porque, juntamente com a alma, afundam a Igreja e, de certo modo, o mundo inteiro. [...] Queridos jovens, combatei o bom combate da fé (1Tm 6,12), pela dignidade humana, pela dignidade do amor, por uma vida nobre, uma vida como filhos de Deus. Vencer o pecado através do perdão de Deus é uma cura, é uma ressurreição. Não tenhais medo das exigências do amor de Cristo. Pelo contrário, temei o medo, a timidez, a ligeireza, a procura dos vossos próprios interesses, o egoísmo, tudo o que quer calar a voz de Cristo que, dirigindo-se a cada um de nós, repete: «Eu te digo, levanta-te.»


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 1 de Julho de 2012

Tendo Jesus passado novamente na barca para a outra margem, acorreu a Ele muita gente, e Ele estava junto do mar. Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, que, vendo-O, lançou-se a Seus pés, e suplicava-Lhe com insistência: «Minha filha está nas últimas; vem, impõe sobre ela as mãos, para que seja salva e viva». Jesus foi com ele; e uma grande multidão O seguia e O apertava. Então, uma mulher que havia doze anos padecia um fluxo de sangue, e tinha sofrido muito de muitos médicos, e gastara tudo quanto possuía, sem ter sentido melhoras, antes cada vez se achava pior, tendo ouvido falar de Jesus, foi por detrás entre a multidão e tocou o Seu manto. Porque dizia: «Se eu tocar, ainda que seja só o Seu manto, ficarei curada». Imediatamente parou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo estar curada do mal. Jesus, conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele, voltado para a multidão, disse: «Quem tocou os Meus vestidos?». Os Seus discípulos responderam: «Tu vês que a multidão Te comprime, e perguntas: “Quem Me tocou?”». E Jesus olhava em volta para ver quem tinha feito aquilo. Então a mulher, que sabia o que se tinha passado nela, cheia de medo e a tremer, foi prostrar-se diante d'Ele, e disse-Lhe toda a verdade. Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica curada do teu mal». Ainda Ele falava, quando chegaram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «Tua filha morreu; para que incomodar mais o Mestre?». Porém, Jesus, tendo ouvido o que eles diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; crê somente». E não permitiu que ninguém O acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Ao chegarem a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço e os que estavam a chorar e a gritar. Tendo entrado, disse-lhes: «Porque vos perturbais e chorais? A menina não está morta, mas dorme». E troçavam d'Ele. Mas Ele, tendo feito sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que O acompanhavam, e entrou onde a menina estava deitada. Tomando a mão da menina, disse-lhe: «Talitha kum» , que quer dizer: «Menina, Eu te mando, levanta-te». A menina imediatamente levantou-se e andava, pois tinha já doze anos. Ficaram cheios de grande espanto. Jesus ordenou-lhes com insistência que ninguém o soubesse. Depois disse que dessem de comer à menina.


Mc 5, 21-43

Papa irá a Loreto rezar pelo Sínodo e pelo Ano da Fé

No dia 4 do próximo mês de Outubro, o Santo Padre deslocar-se-á em peregrinação ao santuário de Nossa Senhora do Loreto, no centro de Itália, para invocar a intercessão da Virgem para a assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização e o Ano da Fé, que terão início uma semana depois.

Bento XVI realiza esta viagem precisamente a 50 anos de idêntica deslocação do Papa João XXIII, que desejava deste modo confiar a Nossa Senhora os trabalhos do Concílio Ecuménico Vaticano II que estavam para iniciar a 11 de outubro de 1962. Se o Papa Roncalli viajou de comboio, o atual pontífice deslocar-se-á de helicóptero.


A notícia dada nesta sexta-feira, em Loreto, pelo bispo local, foi confirmada pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.


Rádio Vaticano


«O Filho de Deus fez-se carne e é perfectus Deus, perfectus homo, perfeito Deus e perfeito homem! Neste mistério há qualquer coisa que deveria emocionar os cristãos. Estava e estou comovido; gostava de voltar a Loreto... Vou lá em desejo para reviver os anos da infância de Jesus, repetindo e considerando: Hic Verbum caro factum est


(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 13)

Também é possível no comboio… “Padre, mi confessa?” (vídeo em italiano, mas de fácil compreensão)

D. Robin Weatherill, sacerdote do Opus Dei, explica como é possível mesmo num comboio ir ao encontro das necessidades espirituais das pessoas.

O sacerdote de origem inglesa fala sobre o sua visão de uma viagem de comboio. Conta-nos como as pessoas procuram frequentemente estabelecer um diálogo e como algumas chegaram mesmo a pedir para se confessarem durante a viagem. Explica-nos que depois da Igreja qualquer lugar pode servir para se encontrar Deus, mesmo numa carruagem de comboio.



(Fonte: site do Opus Deis – Itália AQUI com tradução da resposabilidade de JPR)

Nota de JPR: D. Robin conta-nos ainda um episódio ocorrido em Milão quando o comboio se encontrava bloqueado devido à neve e que com quatro ou cinco passageiros fez um curto retiro espiritual.

«Muitos vivem como anjos no meio do mundo. - Tu... por que não?»



(São Josemaría Escrivá – Caminho, 122)

Reconhecendo que no mundo de hoje as pessoas têm o Facebook ou o e-mail, mas que ainda assim buscam o contacto cara a cara que é insubstituível.

«Mas... e os meios? - São os mesmos de Pedro e de Paulo, de Domingos e Francisco, de Inácio e Xavier: o Crucifixo e o Evangelho...

- Porventura te parecem pequenos?»



(São Josemaría Escrivá – Caminho, 470)

Papa para todos os sacerdotes

Quando o Cardeal Joseph Ratzinger foi proclamado Papa, eu lembro-me como se fosse hoje da alegria de um padre amigo que estava de pé ao meu lado, na Praça de São Pedro. “Cardeal Ratzinger", disse ele, "era um cardeal-sacerdote”. Isso me proporcionou uma visão surpreendente, que agora me faz sentir aquele momento.

Bento XVI inaugurou o Ano Sacerdotal. É a primeira vez desde que a Congregação para o Clero foi fundada, no Concílio de Trento, que a Igreja dá esse destaque especial aos sacerdotes.

É apenas um dos muitos exemplos do quanto ele valoriza o sacerdócio. Em outros locais, a honra de Bento XVI poder ser vista mais claramente nos seus discursos para Padres e Seminaristas. Frequentemente, em tais ocasiões ele tem falado sobre reafirmar a identidade do sacerdote, sobre ser "humilde, mas um verdadeiro sinal do eterno Sacerdote, que é Jesus."

Mais especificamente, ele tem proferido discursos com palavras firmes de orientação e incentivo, principalmente considerando as pressões e desafios nos dias de hoje. Dirigindo-se ao clero, em Varsóvia, na Polónia, em 25 de Maio de 2006, lembrou-lhes que os fiéis "esperam somente uma coisa: que sejam especialistas na promoção do encontro do homem com Deus. Ao sacerdote não se pede para ser perito em economia, em construção ou em política. Dele espera-se que seja perito em vida espiritual”.

Ele acrescentou: "Diante das tentações do relativismo ou do permissivismo, não é de facto necessário que o sacerdote conheça todas as actuais, mutáveis correntes de pensamento; o que os fiéis esperam dele é que seja testemunha da eterna sabedoria, contida na palavra revelada (…) Cristo precisa de sacerdotes que sejam maduros, vigorosos, capazes de cultivar uma verdadeira paternidade espiritual. Para que isto aconteça, servem a honestidade consigo mesmos, a abertura ao director espiritual e a confiança na divina misericórdia”.

Mas o ponto mais enfatizado por Bento XVI tem sido para que os sacerdotes vivam com o Cristo no centro de suas vidas. Num discurso que fez no ano passado para os jovens e seminaristas no Seminário São José, em Yonkers, Nova Iorque, recomendou insistentemente que eles aprofundem a sua amizade com Jesus, o Bom Pastor, e falem de coração aberto com ele.

“Rejeitai qualquer tentação de exibicionismo, carreirismo ou vaidade”, disse. “Tendei para um estilo de vida caracterizado verdadeiramente pela caridade, castidade e humildade, à imitação de Cristo, o eterno Sumo Sacerdote, do qual vos deveis tornar imagem viva. Recordai-vos que aquilo que conta diante do Senhor é permanecer no seu amor e irradiar o seu amor pelos outros”.

A sua principal preocupação é que os sacerdotes se concentrem na Eucaristia – algo que estava claro desde o seu primeiro discurso como Papa, na Capela Sistina, em Abril de 2005: "O Sacerdócio ministerial nasceu na Última Ceia", disse ele. "Todo o restante, então, deve ser a vida de um sacerdote ‘moldada’ pela Eucaristia".

Quatro anos após o monumental dia quando vimos a eleição de Bento XVI na Praça de São Pedro, eu pedi ao meu amigo padre para me explicar o motivo pelo qual ele descreveu o Papa em sua eleição como sendo um "cardeal-sacerdote". "Ele é primeiro padre e depois uma pessoa importante”.

“Veja como ele se ajoelha diante da Eucaristia”, continuou o sacerdote, que vem da Grã-Bretanha e está colocado numa paróquia italiana. "Um gesto muito poderoso, mas não é realmente um gesto, é uma atitude normal quando você respeita a Eucaristia...”.

O padre concluiu: "ele está obviamente interessado na verdade e quer que outros se interessem também pela verdade, e não apenas nele. Os sacerdotes que não têm vocação para serem burocratas, só se tornam um deles quando são oprimidos e desmoralizados por uma diocese severa que possui “grandes iniciativas” e por alguns bispos que querem uma vida tranquila. Mas ele nunca perdeu de vista a razão pela qual se fez sacerdote, o que funciona e não funciona enquanto sacerdote.

Edward Pentin (escritor residente em Roma]
(Fonte: Zenit em http://www.zenit.org/article-22000?l=portuguese com adaptação de JPR)

Especial São Paulo - Epístolas do cativeiro – IV

Colossenses (2)

Tais confusões doutrinais estimularam São Paulo – movido por Deus – para desenvolver com clareza e veemência alguns pontos centrais da fé, aos quais os Colossenses deviam aderir, rejeitando essas outras ideias peregrinas. Deste modo, Paulo aprofunda em temas capitais do mistério de Cristo – a Cristologia – como são a Sua superioridade infinita e a Sua capitalidade sobre todos os seres, quer se chamem Anjos. Potestades ou qualquer outra denominação. O Apóstolo utiliza expressões profundíssimas, como a de que «em Cristo habita toda a plenitude da divindade corporalmente» (Col 2,9), cujo conteúdo doutrinal é equivalente, ainda que com palavras bem diferentes à formulação de São João de que o «Verbo Se fez carne, e habitou entre nós» (Jo 1,14). Com efeito, em Colossenses aparecem termos novos que os gnósticos helenistas empregavam, mas num contexto polémico e carregando-os de novos matizes e sentidos. Em suma, São Paulo insiste, aprofundando, que Jesus Cristo é deus eterno, que ao tomar a natureza humana não deixa de ser Deus e, portanto, é o primeiro e superior a todos.
Ao lado deste desenvolvimento doutrinal, a epístola ocupa-se de dar ensinamentos morais e disciplinares, como os respectivos deveres dos cônjuges, servos e senhores, ou conselhos práticos do exercício de virtudes cristãs.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 442/443) 



Continua

S. Josemaría sobre a comemoração dos primeiros mártires romanos

Comemoração dos primeiros mártires romanos. “Para seguir os passos de Cristo, o apóstolo de hoje não vem reformar nada, e menos ainda desentender-se da realidade histórica que o rodeia… Basta-lhe actuar como os primeiros cristãos, vivificando o ambiente”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Santos Protomártires da Igreja de Roma, 64-67

Hoje a Igreja celebra a memória dos cristãos que sofreram o martírio durante a perseguição de Nero, no ano 64. A culpa do incêndio de Roma recaiu sobre os cristãos, os quais foram cruelmente martirizados.

Do lado Sul da Basílica Vaticana há um recinto pequeno, chamado ainda hoje Praça dos Protomártires (primeiros mártires) Romanos. As iluminações que lá se vêem na noite de 26 de Junho, evocam as fogueiras que, pelos anos 64 e 65 extinguiram, ou sublimaram, humildes e heróicas vidas humanas. Roma ardera seis dias e sete noites. Prendem-se primeiro os que são suspeitos de seguir o cristianismo, e depois, conforme as denúncias que se vão fazendo, prendem-se outros em massa, condenados menos pelo crime de incêndio, do que pelo ódio que outros lhes têm. Aos tormentos juntam-se as mofas, homens envolvidos em peles de animais morrem despedaçados pelos cães, ou são presos a cruzes, ou destinados a ser abrasados e acendidos, à maneira luz nocturna ao anoitecer ... Nero oferece os seus jardins para este espectáculo; vestido de cocheiro, corre misturado com a multidão, ou em cima dum carro. A perseguição movida por Nero prolongou-se até ao ano 67. E entre os mártires mais ilustres estavam São Pedro e São Paulo. O primeiro foi crucificado no circo de Nero, actual Basílica de São Pedro. São Paulo foi decapitado junto da estrada que leva a Óstia.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Muitos virão do Oriente e do Ocidente sentar-se à mesa do banquete no Reino do Céu»

Catecismo da Igreja Católica 
§§ 830-835


A Igreja é católica: a palavra «católica» significa «universal» no sentido de «segundo a totalidade» ou «segundo a integralidade» «A Igreja é católica em duplo sentido: é católica porque nela Cristo está presente. 'Onde está Cristo Jesus, está a Igreja católica'.» (Santo Inácio de Antioquia); nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça (Ef 1,22-23). [...] Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes e sê-lo-á sempre, até o dia da Parusia.


Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do género humano (Mt 28,19). «Todos os homens são chamados a pertencer ao novo Povo de Deus. Por isso este Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os tempos, para que se cumpra o desígnio da vontade de Deus, que no início formou uma natureza humana e finalmente decretou congregar os Seus filhos que estavam dispersos». (Vaticano II, LG 13). [...]


Cada igreja particular é católica. [...] Essas Igrejas particulares «são formadas à imagem da Igreja universal; é nelas e a partir delas que existe a Igreja católica una e única» (LG 23). As Igrejas particulares são plenamente católicas pela comunhão com uma delas: a Igreja de Roma, «que preside à caridade» (Santo Inácio de Antioquia). «Pois com esta Igreja, em razão da sua origem mais excelente, deve necessariamente concordar cada Igreja, isto é, os fiéis de toda a parte» (Santo Ireneu). [...] A rica variedade de disciplinas eclesiásticas, de ritos litúrgicos, de patrimónios teológicos e espirituais próprios das Igrejas locais «mostra mais luminosamente a catolicidade da Igreja indivisa, devido à sua convergência na unidade» (LG 23).


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de Junho de 2012

Tendo entrado em Cafarnaum, aproximou-se d'Ele um centurião, e fez-Lhe uma súplica, dizendo: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre muito». Jesus disse-lhe: «Eu irei e o curarei». Mas o centurião, respondeu: «Senhor, eu não sou digno de que entres na minha casa; diz, porém, uma só palavra, e o meu servo será curado. Pois também eu sou um homem sujeito a outro, mas tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: “Vai”, e ele vai; e a outro: “Vem”, e ele vem; e ao meu servo: “Faz isto”, e ele o faz». Jesus, ouvindo estas palavras, admirou-Se, e disse para os que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não achei fé tão grande em Israel. Digo-vos, pois, que virão muitos do Oriente e do Ocidente, e se sentarão com Abraão, Isaac e Jacob no Reino dos Céus, enquanto que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá pranto e ranger de dentes». Então disse Jesus ao centurião: «Vai, seja feito conforme tu creste». E naquela mesma hora ficou curado o servo. Tendo chegado Jesus a casa de Pedro, viu que a sogra dele estava de cama com febre; e tomou-a pela mão, e a febre deixou-a, e ela levantou-se e pôs-se a servi-los. Pela tarde apresentaram-se muitos possessos do demónio, e Ele com a Sua palavra expulsou os espíritos e curou todos os enfermos; cumprindo-se deste modo o que foi anunciado pelo profeta Isaías, quando diz: “Ele mesmo tomou as nossas fraquezas e carregou com as nossas enfermidades”.


Mt 8, 5-17

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Amar a Cristo...

Ai quem nos dera sermos somente a argila de S. Paulo, ter uma pequena parte da sua coragem, do seu amor por Jesus Cristo Deus Nosso Senhor, da sua capacidade intelectual e da sua capacidade de apostolado. Uma pequeníssima parte já nos bastariam, agora imaginem o que seria ser-se igual em qualidades e fé ao Apóstolo dos gentios.
Não o desejaríamos por nós, mas por Jesus Cristo Nosso Senhor, por isso pedimos-Lhe todos os dias para que nos conceda o espírito e o fervor de S. Paulo, S. Agostinho, S. Tomás Moro, S. Josemaría e de todos os Santos e Santas.

JPR

O TRABALHO, OBRA DE DEUS - Homilia do Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada na Festa de São Josemaria Escrivá de Balaguer

O Angelus do dia 29 de Junho de 2012 - S. Pedro e S. Paulo (versão original e integral)

"Só o seguimento de Cristo conduz a uma nova fraternidade"

Máxima solenidade na celebração de São Pedro e São Paulo, neste 29 de junho, de manhã, na basílica do Vaticano. Foi ainda antes da Missa propriamente dita que Bento XVI entregou o pálio, símbolo da honra e autoridade dos metropolitas, a 43 arcebispos nomeados nos últimos doze meses, incluindo um angolano, D. Benedito Roberto, de Malanje. Momento prévio, mas prolongado, pois o Papa deteve-se com cada um deles, num breve colóquio. A dimensão ecuménica desta celebração, desde sempre marcada pela presença de uma delegação do Patriarcado de Constantinopla, contou também, desta vez, com a participação do Coro da Abadia de Westminster, em Londres, que cantou lado a lado com a Capela Sistina.

Na homilia, Bento XVI começou por sublinhar o especial significado que assume o facto de a Igreja de Roma desde sempre associar numa única festa a memória dos dois Apóstolos, Pedro e Paulo, verdadeiras “colunas da Igreja”, “inseparáveis”, até porque “representam, juntos, todo o Evangelho de Cristo”. “Pedro e Paulo, apesar de humanamente bastante diferentes, e não obstante os conflitos que não faltaram no seu mútuo relacionamento, realizaram um modo novo e autenticamente evangélico de ser irmãos, tornado possível precisamente pela graça do Evangelho que neles operava. Só o seguimento de Cristo conduz a uma nova fraternidade.” “Esta é, para cada um de nós, a primeira e fundamental mensagem da solenidade de hoje, cuja importância se reflete também na busca da plena comunhão, à qual anelam o Patriarca Ecuménico e o Bispo de Roma, bem como todos os cristãos” – sublinhou ainda o Papa.


Comentando o Evangelho desta celebração – episódio conhecido como a “entrega das chaves” a São Pedro, depois da confissão de fé da parte deste, que proclama Jesus como o Filho do Deus vivo, o Papa observou o facto de, logo depois, o Senhor ter anunciado a sua paixão, suscitando a reação negativa do Apóstolo e a dura réplica de Jesus… “O discípulo que, que, por dom de Deus, se pode tornar numa rocha firme (observou Bento XVI), surge aqui como ele é na sua fraqueza humana: uma pedra no caminho, uma pedra onde se pode tropeçar (em grego, skandalon). Por aqui, se vê claramente a tensão que existe entre o dom que provém do Senhor e as capacidades humanas”. Nesta cena de Jesus com Simão Pedro – sublinhou o Papa - aparece de alguma forma antecipado o drama da história do próprio Papado…


“o drama da história do próprio papado, caracterizada precisamente pela presença conjunta destes dois elementos: graças à luz e força que provêm do Alto, o Papado constitui o fundamento da Igreja peregrina no tempo, mas, ao longo dos séculos assoma também a fraqueza dos homens, que só a abertura à acção de Deus pode transformar.”


Na parte final da homilia, Bento XVI deteve-se sobre o símbolo das chaves e a expressão correspondente “ligar e desligar”, cujo significado converge e se reforça reciprocamente: “é claro que a autoridade de «desligar e ligar» consiste no poder de perdoar os pecados. E esta graça, que despoja da sua energia as forças do caos e do mal, está no coração do ministério da Igreja. Esta não é uma comunidade de seres perfeitos, mas de pecadores que se devem reconhecer necessitados do amor de Deus, necessitados de ser purificados através da Cruz de Jesus Cristo”. “Os ditos de Jesus sobre a autoridade de Pedro e dos Apóstolos deixam transparecer precisamente que o poder de Deus é o amor: o amor que irradia a sua luz a partir do Calvário” – insistiu o Papa.


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Ao meio-dia, como habitualmente nos domingos e dias santos, Bento XVI assomou à janela dos seus aposentos sobre a praça de são Pedro para saudar os fiéis e turistas ali congregados. O Papa recordou, naturalmente, os dois padroeiros de Roma: “Roma tem inscritos na sua história os sinais da vida e da morte gloriosa do humilde Pescador da Galileia e do Apóstolos dos gentios, que justamente escolheu como Protetores. Fazendo memória do seu luminoso testemunho, recordamos os venerandos inícios da Igreja que em Roma crê, reza e anuncia Cristo Redentor.”


O Papa evocou a entrega, nesta manhã, aos novos arcebispos do símbolo da sua responsabilidade… “Um rito sempre eloquente, que sublinha a íntima comunhão dos Pastores com o Sucessor de Pedro e o elo profundo que os liga à tradição apostólica. Trata-se de um duplo tesouro de santidade, em que se fundem conjuntamente a unidade e a catolicidade da Igreja: um tesouro precioso que há que redescobrir e viver com renovado entusiasmo e empenho constante”.

Não faltou uma saudação especial à delegação do Patriarcado de Constantinopla, vinda como todos os anos a tomar parte nas celebrações deste dia. “Que a Virgem Santa conduza todos os crentes em Cristo à meta da plena unidade”.


De entre as saudações aos diversos grupos linguísticos presentes, Bento XVI não esqueceu os lusófonos:


“Uma saudação especial para os Arcebispos do Brasil e de Angola que acabaram de receber o pálio e também para os familiares e amigos que os acompanham: À Virgem Maria confio vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro”.


Rádio Vaticano


Vídeos em espanhol e inglês

Imitação de Cristo, 2, 10, 2 - Do agradecimento pela graça de Deus

Grande obstáculo às visitas celestiais é a falsa liberdade do espírito e a demasiada confiança em si mesmo. Deus faz bem dando-nos a graça da consolação; mas o homem faz mal não retribuindo tudo a Deus, com ação de graças. E se não se nos infundem os dons da graça, é porque somos ingratos ao Autor, não atribuindo tudo à fonte original. Pois sempre Deus concede a graça a quem dignamente se mostra agradecido e tira ao soberbo o que costuma dar ao humilde.

S. Pedro e S. Paulo, apóstolos

Ânimo! Tu... podes. – Vês o que fez a graça de Deus com aquele Pedro dorminhoco negador e cobarde...; com aquele Paulo perseguidor, odiento e pertinaz? (Caminho, 483)

Pedro diz-Lhe: "Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!". Responde Jesus: "O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!". Replicou Jesus: "Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo". Simão Pedro rende-se: "Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!".

Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas! (Sulco, 266)

"Pesa sobre mim a solicitude por todas as igrejas", escrevia S. Paulo; e este suspiro do Apóstolo recorda a todos os cristãos – também a ti! – a responsabilidade de pôr aos pés da Esposa de Jesus Cristo, da Igreja Santa, o que somos e o que podemos, amando-a muito fielmente, mesmo à custa da bens, da honra e da vida. (Forja, 584)

São Josemaría Escrivá

S. Pedro e S. Paulo (Escola italiana)


Relativismo e liberdade

O relativismo pode parecer positivo, na medida em que convida à tolerância, a reconhecer o valor dos outros, a relativizar-se a si mesmo, a facilitar a convivência entre as culturas. Mas se se transforma num absoluto, converte-se numa contradição, destrói o agir humano e acaba mutilando a razão. Passa-se a considerar aceitável somente o que pode ser calculado ou demonstrado no âmbito das ciências, que se convertem assim na única expressão da racionalidade: o resto seria subjectivo. Se se relegam para a esfera da subjectividade as questões humanas essenciais, as grandes decisões sobre a vida, a família, a morte, a liberdade compartilhada, então já não há critérios. Todo o homem pode e deve agir apenas segundo a sua consciência.

Mas a "consciência" transformou-se, modernamente, numa divinização da subjectividade, ao passo que, para a tradição cristã, é o contrário: a convicção de que o homem é transparente e pode sentir em si mesmo a voz da razão fundante do mundo. É urgente superar esse racionalismo unilateral, que amputa e reduz a razão, e chegar a uma concepção mais ampla dessa mesma razão, que foi criada não apenas para poder "fazer", mas para poder "conhecer" as realidades essenciais da vida humana.

Chego agora ao problema de saber se a tradição cristã é compatível com o conceito de liberdade desenvolvido na modernidade, no laicismo. Penso que é muito importante superar um mal entendido conceito individualista para o qual só existe, como portador da liberdade, o sujeito, o indivíduo. É uma afirmação errada do ponto de vista antropológico, porque o homem é um ser finito, um ser criado para conviver com os outros. Em consequência, a sua liberdade deve ser necessariamente uma liberdade compartilhada, de modo que se garanta a liberdade para todos. Isto implica a renúncia à absolutização do "eu" e a existência do direito comum, da autoridade. É um grande erro considerar a autoridade como oposta à liberdade. Na realidade, uma autoridade bem definida é a condição da liberdade.

(Cardeal Joseph Ratzinger in colóquio com o historiador Ernesto Galli delia Loggia, Centro do Orientação Política, Roma, 25.10.2004, transcrito no Il Foglio, 27-28.10.2004)

Suplica ao Senhor de Bento XVI

Senhor, ajudai-me a conhecer-Vos cada vez melhor! Ajudai-me a identificar-me cada vez mais com a vossa vontade! Ajudai-me a viver a minha existência, não para mim mesmo, mas a vivê-la juntamente convosco para os outros! Ajudai-me a tornar-me sempre mais vosso amigo!

(Bento XVI na homilia na Solenidade de S. Pedro e S. Paulo de 2011 em que celebrava o 60º aniversário da sua ordenação sacerdotal)

S. Josemaría Escrivá sobre os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo

São Pedro e São Paulo, apóstolos. “Venero com todas as minhas forças a Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro de onde tantos saíram para propagar por todo o mundo a palavra salvadora de Cristo. Ser romano não implica nenhum particularismo, mas ecumenismo autêntico; supõe o desejo de dilatar o coração, de abri-lo a todos com as ânsias redentoras de Cristo, que a todos procura e a todos acolhe, porque a todos amou primeiro”.

S. Pedro e S. Paulo

S. Pedro

Comemoramos hoje o dia dedicado ao príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa da Igreja, São Pedro. Esta festa foi instituída por volta do século IV, antes mesmo de ser definida a data actual da festa do Natal. Ele era um pescador e o seu nome originalmente era Simão, filho de Jonas e irmão de André. Mas Jesus mudou-lhe o nome para Pedro que significa pedra, pois ele seria a rocha forte sobre a qual Jesus edificaria a sua Igreja. Por isso comprovadamente ele foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Uma parte importante da sua vida está documentada nos Evangelhos e nos Actos do Apóstolos; sobre a sua vida em Roma existem muitas e belas narrativas passadas de geração em geração, algumas delas contadas em diferentes romances inspirados nos primeiros tempos da Igreja.Morreu crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer de maneira igual ao mestre.

S. Paulo

Judeu, da tribo de Benjamim, originário de Tarso, chamava-se Saulo. Converteu-se ao cristianismo e tornou-se o grande e insuperável missionário, o apóstolo dos gentios. Foi ele quem lançou as bases da evangelização no mundo helénico, fundando numerosas comunidades e percorrendo toda a Ásia Menor, a Grécia e Roma, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado pelo poder de Deus. São Paulo foi o primeiro a elaborar uma teologia cristã. Ao lado dos Evangelhos, as suas epístolas são as fontes de todo o pensamento e de toda a vida mística cristã. Isto coloca-o num lugar de destaque entre os maiores pensadores da história do cristianismo. São Paulo era um homem de fortes paixões e de grande poder de liderança e de organização. É a figura mais cosmopolita de toda a Bíblia. Segundo os estudiosos, Paulo era um homem da cidade, e em nenhum lugar de seus escritos mostra qualquer mentalidade ou interesse pela vida rural ou pela vila. Nunca houve conversão mais ruidosa do que a sua, tão pouco houve mais sincera, pois o mais furioso perseguidor de Jesus Cristo passou, de repente, a ser um dos seus mais fervorosos apóstolos.



(Fonte: Evangelho Quotidiano)

"Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16)

O que era difícil aceitar, para as pessoas às quais Jesus falava? O que continua a sê-lo também para muitas pessoas de hoje? Difícil de aceitar é o facto de que Ele pretende ser não somente um dos profetas, mas o Filho de Deus, e reivindica para si a mesma autoridade de Deus. Ouvindo-o pregar, vendo-o curar os doentes, evangelizar os pequeninos e os pobres e reconciliar os pecadores, gradualmente os discípulos conseguiram compreender que Ele era o Messias, no sentido mais elevado deste termo, ou seja, não apenas um homem enviado por Deus, mas o próprio Deus que se fez homem. Claramente, tudo isto era maior do que eles, ultrapassava a sua capacidade de compreender. Podiam expressar a sua fé com os títulos da tradição judaica: "Cristo", "Filho de Deus", "Senhor". Mas para aderir verdadeiramente à realidade, aqueles títulos deviam de alguma forma ser redescobertos na sua verdade mais profunda: o próprio Jesus, com a sua vida, revelou o seu significado integral, sempre surpreendente, até mesmo paradoxal em relação às concepções correntes. E a fé dos discípulos teve que se adaptar progressivamente. Ela apresenta-se-nos como uma peregrinação que tem o seu momento fontal na experiência do Jesus histórico, encontra o seu fundamento no mistério pascal, mas depois deve progredir ainda mais, graças à acção do Espírito Santo. Esta foi também a fé da Igreja ao longo da história; além disso, esta tem sido inclusive a nossa fé, de nós cristãos de hoje. Solidamente alicerçada na "rocha" de Pedro, é uma peregrinação rumo à plenitude daquela verdade que o Pescador da Galileia professou com uma convicção apaixonada: "Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16).


Caros irmãos e irmãs, na profissão de fé de Pedro, podemos sentir-nos e ser todos um só, não obstante as divisões que, ao longo dos séculos, dilaceraram a unidade da Igreja, com consequências que perduram até aos dias de hoje. Em nome dos Santos Pedro e Paulo, renovemos hoje, juntamente com os nossos Irmãos provenientes de Constantinopla aos quais volto a agradecer a presença nesta nossa celebração o compromisso a cumprir até ao fim o desejo de Cristo, que nos quer plenamente unidos. Com os Arcebispos concelebrantes, acolhamos o dom e a responsabilidade da comunhão entre a Sé de Pedro e as Igrejas Metropolitanas confiadas aos seus cuidados pastorais. Que nos oriente e nos acompanhe sempre com a sua intercessão a Santa Mãe de Deus: a sua fé indefectível, que sustentou a fé de Pedro e dos outros Apóstolos, continue a apoiar também a fé das gerações cristãs, a nossa própria fé: Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!


Amém.


Bento XVI - Excerto homilia pronunciada na Basílica de São Pedro a 29 de Junho de 2007

«Sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado Apóstolo» (1 Cor 15,9)

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
3º sermão para a festa dos santos apóstolos Pedro e Paulo, passim


É com razão, irmãos, que a Igreja aplica aos santos apóstolos Pedro e Paulo estas palavras do Sábio: «Aqueles foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas. Na sua descendência permanecem os seus bens, e a sua herança passa à sua posteridade» (Sir 44, 10-11). Sim, podemos, com propriedade, chamar-lhes homens de misericórdia; porque eles obtiveram misericórdia para eles próprios, porque estão cheios de misericórdia, e porque foi na Sua misericórdia que Deus no-los deu.

Vede, com efeito, que misericórdia eles obtiveram. Se interrogardes o apóstolo São Paulo sobre este assunto [...], ele dir-vos-á estas palavras acerca de si mesmo: «Antes fora blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, sem ter fé ainda» (1 Tm 1,13). De facto, não sabemos nós o mal que ele fez aos cristãos de Jerusalém [...] e até aos de toda a Judeia? [...] Quanto ao bem-aventurado Pedro, tenho outra coisa a dizer-vos, e coisa sublime quanto única. Com efeito, se Paulo pecou, fê-lo sem o saber, porque não tinha fé; Pedro, pelo contrário, tinha os olhos bem abertos no momento da queda (Mt 26,69ss). Mas «onde aumentou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5,20). [...] Se São Pedro pôde elevar-se a um tal grau de santidade depois de uma queda tão pesada, quem poderá desesperar a partir de então, por pouco que persevere em sair de seus pecados? Atentai no que diz o Evangelho: «E Pedro [...], saindo para fora, chorou amargamente» (v. 75) [...].

Ouvistes que misericórdia obtiveram os apóstolos, e de então em diante ninguém de entre vós será esmagado pelas faltas passadas mais do que for preciso [...]. Se pecaste, não pecou Paulo ainda mais? Se caíste, não caiu Pedro de maneira bem mais grave do que tu? Ora, um e outro, pela penitência, não só obtiveram a salvação como se tornaram grandes santos, e tornaram-se mesmo ministros da salvação, mestres da santidade. Faz portanto o mesmo, irmão, pois é por ti que a Escritura lhes chama «homens de misericórdia».

«Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a qualquer custo. Não procurando o meu próprio interesse mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos.» (1Co 9,22; 10,33)

Isaac de l'Étoile (?-c. 1171), monge cisterciense 
Sermão 49, 1º para a festa dos santos Pedro e Paulo; SC 339

«Os actos dos homens misericordiosos não caem no esquecimento; os bens que deixaram para a sua posteridade permanecerão para sempre» (liturgia latina; Si 44,10-11). Celebramos, bem-amados, o dia do nascimento dos apóstolos Pedro e Paulo; e é conveniente [...] que semelhante morte seja chamada nascimento, uma vez que gera a vida. [...] Eis onde chegam os santos: por essa morte que dá a vida, deixam esta vida que conduz à morte, para chegarem à vida vivificante que está na mão d'Aquele que «tem a vida em Si mesmo», o Pai, como disse Cristo (Jo 5,26). [...]

Há três tipos de homens misericordiosos. Os primeiros dão os seus bens [...] para complementar, com o que lhes é supérfluo, a penúria dos outros. [...] Os segundos distribuem todos os seus bens e, para eles, daí por diante, [...] tudo fica em comum com os outros. [...] Quanto aos terceiros, não somente dão tudo, como também «se dão a si mesmos totalmente» (cf. 2Co 12,15) e entregam-se pessoalmente aos perigos da prisão, do exílio e da morte, para tirar os outros do perigo em que estão a suas almas. São pródigos de si mesmos, porque são ávidos dos outros. Receberão a recompensa desse amor: «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13). [...] Tais são esses príncipes gloriosos da terra e servidores do céu de quem hoje ─ depois de longas privações «da fome, da sede, do frio e da nudez», de muito duras penas e perigos pelos «seus compatriotas, pagãos e falsos irmãos» (cf 2Co 11,26-27) ─ celebramos a morte magnificamente vitoriosa. A tais homens aplica-se bem esta frase: «Os seus feitos não serão esquecidos», porque eles não se esqueceram da misericórdia. [...] Sim, aos misericordiosos «na partilha foram destinados lugares aprazíveis e é preciosa a herança que lhes coube» (cf Sl 15,6).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 29 de Junho de 2012

Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus disse-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventurado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus. E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus».

Mt 16, 13-19

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Amar a Cristo...

Querido Jesus, como bem sabes andávamos nos últimos dias apáticos e porque não dizê-lo frágeis e com dúvidas, hoje, como sempre tens feito ao longo da nossa vida, deste-nos a grande alegria de saber que o Santo Padre havia declarado, esse excepcional filho Teu, Álvaro del Portillo, Venerável, primeiro e relevante passo para a Tua Igreja o eleger aos altares.

Este júbilo, que nos concedeste o privilégio de anunciar a alguns amigos que o partilham connosco, veio acordar-nos da letargia e avivar em nós o fervor da fé e do amor pela Tua Obra.

Louvor e glória a Vós Senhor Jesus, através daqueles que Te serviram heroicamente!

JPR

Excertos da homilia pronunciada por D. Javier Echevarría na Basílica de Santo Eugenio (Roma), no dia 26 de Junho de 2012, dia de S. Josemaria Escrivá

O convite ao trabalho, em quanto complemento à obra da criação, é a vocação originária de cada mulher e de cada homem.

Com razão, pois, S. Josemaria podia afirmar que qualquer trabalho honrado é “um meio necessário que Deus nos confia aqui na terra, dilatando nossos dias e fazendo-nos participantes de seu poder criador, para que ganhemos o sustento e simultaneamente recolhamos frutos para a vida eterna (Jo 4, 36) [1]

Deste modo nos convidava a descobrir de novo a Deus, tanto nos trabalhos importantes como nas ocupações quotidianas, que podem converter-se em sólido fundamento da santidade pessoal. (...)

Os cristãos, ao contrário, enquanto filhos de Deus, sabem que têm um futuro luminoso. “Não porque conheçam os pormenores daquilo que os espera – prossegue o Santo Padre -, mas sabem que sua vida, no conjunto, não acaba no vazio. Somente quando o futuro é certo como realidade positiva, é que se torna vivível também o presente” [2].

Meditemos com frequência esta realidade: sou filho de Deus, sou filha de Deus; e, ante esse dom, é lógico que tratemos de dar importância sobrenatural a tudo o que fazemos. S. Josemaria costumava repetir, que o sobrenatural, quando se refere aos homens, resulta plenamente humano. Se correspondermos à graça, estaremos em condições de nos mantermos em diálogo com Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, em qualquer circunstância e actividade.

Esta grande maravilha de nossa fé deveria encher-nos de alegria, irmãs e irmãos queridíssimos, para enfrentar com confiança em Deus e serenidade as dificuldades que se apresentam na nossa existência (...)

Dentro de poucos meses, em Outubro, começará o Ano da Fé, convocado pelo Papa. Como é que nos estamos a preparar? Fazemos actos explícitos desta virtude antes de receber o sacramento da Confissão ou da Comunhão? Na oração, dirigimo-nos a Deus com fé, frente às variadas obrigações, próprias de uma vida cheia de ocupações profissionais? Tratamos de aproximar do Senhor as pessoas que amamos, os amigos, os companheiros de estudo ou de trabalho? Não esqueçamos – porque é verdade – que Deus deseja servir-se de cada uma, de cada um de nós, para que os demais O conheçam, O tratem e O amem.

Vejam que a fé abre todas as portas, de par em par, e mostra horizontes que pareciam fechados. Este é o ensinamento da passagem evangélica. Obedecendo ao mandato do Senhor, Pedro e seus companheiros lançaram as redes (...).

Que grande lição de fé e de obediência a Deus! Jesus Cristo convida-nos também a santificarmo-nos em todas as circunstâncias correntes da vida e a lançar as redes do apostolado no mar do mundo.

[1] S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 57.
[2] Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 30-11-1007, n. 2.


(Fonte: site do Opus Dei – Portugal AQUI)