Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Página oficial do Santuário de Fátima regista 260.000 visitas mensais

A página de internet do santuário de Fátima, www.fatima.pt, regista uma média de mais de 260 mil visitas por mês, anunciou esta quarta-feira (25) o Centro de Comunicação Social do Santuário de Fátima em comunicado.

De acordo com os dados disponibilizados no site do santuário, a página registou em 2011 uma média mensal de 266.500 visitantes, estando disponível em seis idiomas (português, inglês, italiano, espanhol, francês e polaco). Relativamente ao número de visitantes únicos de diferentes endereços, a média mensal que acede à página ronda os 167.000.

Em 2011, o mês com o maior número de acessos foi maio, com um recorde de 410.513 visitas, 56.186 das quais no dia 13, em que se assinalam as aparições de Fátima.

“O aumento muito significativo do número de visitas a esta página regista-se de forma crescente desde que o serviço de transmissão em direto on-line a partir da Capelinha das Aparições 24 horas por dia passou a ser disponibilizado, a 1 de janeiro de 2009”, refere o site.

O horário de maior acesso regista-se entre as 17H00 e as 22H00 e o pico de visitas em 2011 aconteceu, quase invariavelmente, entre as 18H00 e as 19H00, altura que abrange a recitação diária do rosário.

Portugal, Brasil, Itália, Espanha, Estados Unidos, Polónia, França, Alemanha e Argentina, são os países, por ordem decrescente, que mais acedem ao site www.fatima.pt.

(Fonte: ‘Diário as Beiras’ online)

Amar a Cristo...

Senhor Jesus Filho de Deus por favor ajuda-me a suportar com amor e humildade todas as minhas aflições e contrariedades.


JPR

“Dispostos a uma nova rectificação”

Os teus parentes, os teus colegas, os teus amigos, vão notando a diferença, e reparam que a tua mudança não é uma mudança passageira; que já não és o mesmo. Não te preocupes. Para a frente! Cumpre o "vivit vero in me Christus" – agora é Cristo quem vive em ti! (Sulco, 424) 

Qui habitat in adiutorio Altissimi in protectione Dei coeli commorabitur – Habitar sob a protecção de Deus, viver com Deus: eis a arriscada segurança do cristão. É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d'Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em prática.

Desde a nossa primeira decisão consciente de viver integralmente a doutrina de Cristo, é certo que avançámos muito pelo caminho da fidelidade à sua Palavra. Mas não é verdade que restam ainda tantas coisas por fazer? Não é verdade que resta, sobretudo, tanta soberba? É precisa, sem dúvida, uma outra mudança, uma lealdade maior, uma humildade mais profunda, de modo, que, diminuindo o nosso egoísmo, cresça em nós Cristo, pois illum oportet crescere, me autem minui, é preciso que Ele cresça e que eu diminua.

Não é possível deixar-se ficar imóvel. É necessário avançar para a meta que S. Paulo apontava: não sou eu quem vive; é Cristo que vive em mim. A ambição é alta e nobilíssima: a identificação com Cristo, a santidade. Mas não há outro caminho, se se deseja ser coerente com a vida divina que, pelo Baptismo, Deus fez nascer nas nossas almas. O avanço é o progresso na santidade; o retrocesso é negar-se ao desenvolvimento normal da vida cristã. Porque o fogo do amor de Deus precisa de ser alimentado, de aumentar todos os dias arreigando-se na alma; e o fogo mantém-se vivo queimando novas coisas. Por isso, se não aumenta, está a caminho de se extinguir. (Cristo que passa, 58)



São Josemaría Escrivá

Papa pede «unidade visível» entre os cristãos

Bento XVI pediu hoje aos católicos que procurem a “unidade visível” entre todos os cristãos, assinalando o fim da Semana de Oração por esta causa, que decorre anualmente entre os dias 18 e 25.

“Peçamos o dom da unidade visível entre todos os crentes em Cristo  - que invocamos com força nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - para estarmos prontos a responder a quem procura as razões da esperança que está em nós”, disse, na audiência pública desta semana, que decorreu na sala Paulo VI, do Vaticano.

As principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja Copta, do Egito, entre outras); no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas Ortodoxas); no século XVI, com a Reforma Protestante (Luteranismo, Calvinismo) e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra (Igreja Anglicana).

O Papa afirmou que a unidade “é uma realidade secreta habita no coração dos crentes”, mas deve também “aparecer com toda a clareza na história” e ser “a fonte da eficácia da sua missão no mundo”.

A Semana de Oração é dedicada em 2012 ao tema ‘Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo’, frase apoiada na carta bíblica de São Paulo aos Coríntios.

Bento XVI prosseguiu esta manhã o ciclo de catequeses sobre a “oração de Jesus”, abordando os momentos que antecederam a sua morte, nos quais “pede sobretudo a unidade futura de todos os que acreditarem nele”.

“Esta unidade deriva da unidade divina que chega até nós do Pai pelo Filho e no Espírito Santo”, declarou.

Em português, o Papa observou que “a chamada ‘Oração Sacerdotal’ de Jesus na Última Ceia é inseparável do seu sacrifício, no qual se consagra inteiramente ao Pai” e “reza pela Igreja, pedindo a unidade de todos os cristãos”.

“Sacerdote e vítima, Cristo reza por si mesmo, pelos Apóstolos e pela Igreja de todos os tempos: Para Si próprio, pede uma obediência total ao Pai, que O conduza à plena condição filial. Para os Apóstolos, pede a consagração na verdade, para continuarem a missão dele; para isso, devem ser consagrados, isto é, segregados do mundo, colocando-se à disposição de Deus para a missão que lhes está reservada, e, deste modo, postos à disposição de todos”, prosseguiu.

Neste sentido, indicou Bento XVI, “a Igreja continua a missão de Cristo: conduzir o mundo para fora do pecado, que aliena o homem de Deus e de si mesmo, para que volte a ser o mundo de Deus”.

O Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, propondo como “modelo de vida” o Apóstolo São Paulo, cuja conversão hoje se celebra, no calendário litúrgico católico, deixando “um abraço que se alarga a todos os cristãos na conclusão do Oitavário de Oração pela sua Unidade”.

“A conversão, nos arredores de Damasco, do Apóstolo dos Gentios [Paulo] é a prova que, em definitivo, é o próprio Deus a decidir sobre a sorte da sua Igreja”, sustentou.

Esta tarde, às 17h30 (horário de Roma), na Basílica de São Paulo fora dos Muros, Bento XVI preside a um momento de oração para o qual estão convidados representantes de todas as Igrejas e comunidades cristãs da capital italiana.

OC

Agência Ecclesia

Vídeos em espanhol e inglês


Apresentar a luz de Cristo ao Homem de hoje

Como Bento XVI vê a sua tarefa


Bento XVI disse, na missa de abertura do seu pontificado, que não apresentava um programa de governo". Mas, nas palavras que pronunciou, mostrou claramente que o fio condutor da sua acção como Papa seria o de renovar a fé em Jesus Cristo. Lembre-se que o cristianismo não é uma lista de preceitos, mas sim acreditar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, crucificado e ressuscitado.

Confrontado aos que reduzem o programa de um Papa a uma série de mudanças estruturais na Cúria romana, etc. - que também podem ter lugar - , a prioridade de Bento XVI, em continuidade com o seu antecessor, configura-se em torno do fortalecimento dos cristãos na fé. Uma fé que é alegria e que salva o homem dos desertos interiores e exteriores, e dos mares amargos de todas as alienações.

Cada um é amado

A alegria da fé vem do facto de cada um de nós ser querido por Deus, como o Papa afirmou na missa de abertura do Pontificado.

"Quantas vezes gostaríamos que Deus se mostrasse mais forte! Que actuasse decisivamente, derrotando o mal e criando um mundo melhor. Todas as ideologias do poder se justificam assim, justificam a destruição do que quer que se oponha ao progresso e à libertação da humanidade. Nós sofremos pela paciência de Deus. E, no entanto, todos precisamos desta sua paciência. O Deus que se fez cordeiro diz-nos que o mundo é salvo através do que é destruído pela impaciência dos homens".

"Só onde está Deus, começa verdadeiramente a vida. Somente quando encontramos o Deus vivo em Cristo, sabemos o que é a vida. Nós não somos o produto casual e sem sentido de uma evolução. Cada um de nós é o resultado de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um é amado, cada um é necessário".

Além da centralidade da fé, nos seus primeiros discursos indicou outros pontos programáticos, embora - como disse - "não deixarão de aparecer outras ocasiões" para voltar a falar do assunto". De seguida, apresentamos os pontos mais significativos.

Escutar Cristo

Talvez o ponto que de maior ênfase seja o da própria resposta pessoal do Papa. "O meu verdadeiro programa de governo - disse ainda na missa do domingo, 24 de Abril - é não fazer a minha vontade, não seguir as minhas próprias ideias, mas pôr-me, unido a toda a Igreja, à escuta da palavra e da vontade do Senhor e deixar-me conduzir por Ele, de tal forma que seja o próprio Cristo a conduzir a Igreja nesta hora da nossa história".

O Papa, teólogo reconhecido, será o pastor Bento XVI, não o professor Ratzinger. E põe os seus talentos humanos ao serviço do seu ministério. Na missa, com o colégio cardinalício, de 20 de Abril, o dia a seguir ao da sua eleição, afirmou que "o Senhor quis-me para seu Vigário, quis-me ‘pedra' sobre a qual todos pudessem apoiar-se com segurança. Peço-lhe para compensar a pobreza das minhas forças, para que seja um pastor do seu rebanho valente e leal, sempre dócil às inspirações do seu Espírito". O novo Papa, disse, "sabe que a sua missão é fazer brilhar a luz de Cristo diante dos homens e mulheres de hoje: não a luz própria, mas a de Cristo".

Herança de João Paulo II
As referências a João Paulo II, ao exemplo da sua vida e da sua morte, foram constantes nas primeiras intervenções de Bento XVI. Algumas incluíam aspectos muito pessoais. Assim, face ao "sentido da desproporção e da perturbação humana" que o envolveram pela responsabilidade que lhe caía sobre os ombros, confessou aos cardeais que se sentia sereno: "Uma graça especial que me concedeu o meu venerado predecessor, João Paulo II. Parece-me sentir a sua mão forte a apertar a minha; parece-me ver os seus olhos sorridentes e ouvir as suas palavras, dirigidas particularmente a mim neste momento: não tenhas medo!".

Mencionou em várias ocasiões a herança que recebeu. João Paulo II "deixa uma Igreja mais valente, mais livre, mais jovem. Uma Igreja que, segundo o seu ensinamento e exemplo, olha com serenidade para o passado e não tem medo do futuro", disse aos cardeais. Na missa do início do pontificado acrescentou: "Sim, a Igreja está viva; esta é a maravilhosa experiência destes dias. Precisamente, durante os tristes dias da doença e da morte do Papa, algo se manifestou de um modo maravilhosamente evidente aos nossos olhos: que a Igreja está viva. E a Igreja é jovem. Ela tem em si o futuro do mundo e, portanto, indica-nos também, a cada um de nós, o caminho em direcção ao futuro".

Na linha do Vaticano II

Com o Jubileu do Ano 2000, "a Igreja entrou no novo milénio levando nas mãos o Evangelho, aplicado ao mundo através da releitura autorizada do Concílio Vaticano II". Se João Paulo II chamou ao Concílio a "bússola" de orientação no terceiro milénio, "também eu quero afirmar, com força decisiva, a vontade de manter os mesmos esforços, na sequência do Concílio Vaticano II, seguindo os passos dos meus predecessores e a fiel continuidade da tradição bimilenária da Igreja".

Para Bento XVI é significativa a coincidência de a sua eleição ter ocorrido em pleno ano dedicado à Eucaristia, "centro permanente e fonte do serviço petrino que me foi confiado". "Peço a todos que intensifiquem nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus na Eucaristia e expressem valente e claramente a fé na presença real do Senhor, de modo especial através da solenidade e da correcção das celebrações".

Diálogo inter-religioso
A par com o tema da unidade entre os cristãos, o Papa também se referiu às relações com os crentes de outras religiões e com "aqueles que simplesmente procuram uma resposta às questões fundamentais da existência e ainda não a encontraram". Muito concretos foram já os seus gestos para com o povo judeu, "ao qual estamos estreitamente unidos por um grande património espiritual comum, que enraiza nas promessas irrevogáveis de Deus".

A todos "me dirijo com simplicidade e carinho, garantindo que a Igreja quer continuar a tecer com eles um diálogo aberto e sincero, na busca do verdadeiro bem do homem e da sociedade". O Papa não poupará esforços e sacrifício para prosseguir o diálogo com "as diversas civilizações, para que da compreensão recíproca nasçam as condições para um futuro melhor para todos".

Aos jovens, sem medo
"Penso particularmente nos jovens. Para eles, interlocutores privilegiados de João Paulo II, vai o meu abraço afectuoso esperando, com a mediação de Deus, de que nos encontraremos em Colónia, na próxima Jornada Mundial da Juventude. Convosco, queridos jovens, futuro e esperança da Igreja e da humanidade, continuarei a dialogar, escutando as vossas esperanças, com a intenção de vos ajudar a encontrarem sempre, de forma mais profunda, a Cristo, o eternamente jovem".

Estas palavras, pronunciadas face ao colégio cardinalício, foram completadas na missa de domingo. Recordou que a exclamação "Não tenhais medo!" de João Paulo II se dirigia a eles, jovens, em especial: "Não teremos todos, de certa maneira, medo de que, se deixarmos entrar Cristo totalmente em nós, se nos abrirmos totalmente a ele, ele possa interferir nas nossas vidas? Teremos medo de abrir mão de algo grande, único, que torna a vida mais bela? Não corremos o risco de nos metermos em apuros e sermos privados da nossa liberdade?

" E no entanto o Papa queria dizer: Não! Quem deixa entrar Cristo na sua vida, não perde nada, nada, - absolutamente nada - do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade são abertas as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos torna livres. Assim, hoje, eu gostava, com grande força e grande convicção, a partir da experiência de uma longa vida pessoal, dizer-vos, queridos jovens: Não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada e dá tudo. Quem se dá a ele, recebe cem vezes mais. Sim, abri, abri de par em par as portas a Cristo, e encontrareis a verdadeira vida".

Diego Contreras

(Fonte: Aceprensa online)

Proclamar Jesus Cristo

«Porém, Jesus o despediu dizendo: ‘Volta para a tua casa, e conta quanto Deus te fez’. Ele foi e proclamou por toda a cidade quanto Jesus lhe tinha feito.»

(S. Lucas, 8, 39)

As Epístolas de São Paulo

A tradição cristã, desde as suas origens, reconheceu a paternidade de São Paulo sobre catorze das vinte e uma Epístolas que inclui o Novo Testamento. Assim, pois, quanto ao número de escritos, Paulo é o hagiógrafo neotestamentário mais prolixo; embora São João com três géneros de escritos (Evangelho, Apocalipse e três Epístolas) seja mais variado, e São Lucas, só com o Evangelho e o livro dos Actos dos Apóstolos seja aquele que escreveu maior número de páginas.

Na antiguidade greco-romana existiam dois géneros epistolares: as cartas familiares, comerciais, políticas, etc., e as epístolas propriamente ditas, espécie de tratados ou ensaios sobre um certo tema, dedicados a alguma personalidade, amigo ou familiar. Os escritos de São Paulo participam de ambos os géneros: são curtos enquanto mantêm um tom familiar, com as saudações, despedidas, recomendações, etc.; e epístolas enquanto contêm ensinamentos doutrinais mais ou menos desenvolvidos. Em qualquer dos casos são escritos inspirados, fonte de Revelação cristã, de valor permanente, ainda que com frequência tratem de questões que surgiram em circunstâncias concretas das incipientes Igrejas.


A ordem em que costumam ser editadas nas nossas Bíblias as Epístolas de São Paulo é artificial. Agrupam-se, em primeiro lugar, as dirigidas às diversas comunidades; depois as enviadas a pessoas particulares. A ordem dentro desta agrupação atém-se à extensão delas e à frequência do seu uso na literatura cristã, à excepção da Epístola aos Hebreus, que costuma colocar-se como a última de todas*. Não seguem, portanto, uma ordem cronológica, que é, porém, a que vamos seguir aqui na breve descrição das Epístolas paulinas, pois essa ordem facilitar-nos-á a compreensão do desenvolvimento doutrinal que o Apóstolo vai expondo.

* a autoria de São Paulo da Epístola aos Hebreus não é consensual, e disso mesmo nos dão conta os teólogos da Universidade de Navarra na introdução à referida epístola (vide Volume III – pág. 280-281) JPR

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 435-436)

São Paulo análise biográfica a partir da edição portuguesa da Bíblia Sagrada anotada da Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra

Fontes biográficas

São Paulo é o Apóstolo de cuja vida mais notícias temos, graças aos dados que se deduzem das suas Epístolas e às informações que oferece São Lucas nos Actos dos Apóstolos. Nem sequer de São Pedro e São João sabemos tento como de São Paulo. Não obstante, não podemos reconstruir a sua biografia completa, porque nenhuma dessas fontes teve tal intenção. De qualquer modo, combinando Epístolas com Actos podemos obter os traços mais importantes da sua personalidade – de modo directo através das Epístolas, ou solidamente fundados segundo os Actos – e os traços fundamentais do seu perfil biográfico, ainda que fiquem diversas lacunas para uma história completa desde a sua juventude até ao seu martírio.

Juventude e formação judaico-helenística

Nasceu em Tarso na Cilícia, cidade comercial e com alto nível cultural, onde passou a meninice e para onde voltou várias vezes mesmo depois da sua conversão. Era da tribo de Benjamim e ardoroso fariseu. Nas suas Epístolas chamava-se Paulo (Paulos), mas parece que antes da sua conversão preferia chamar-se Saulo (Shaúl): ter dois nomes, grego ou latino e hebraico, foi corrente entre os Judeus daqueles tempos moradores nos domínios do Império Romano. Em Actos é chamado Saulo até Act 13,9; a partir desse passo é chamado de Paulo. Em Tarso deve ter recebido educação normal de um filho de família remediada nas províncias helénicas do Império Romano. No seu epistolário mostra dominar o grego koiné como língua nativa, falada e escrita: tem grande facilidade de linguagem e expressão, mas não se preocupa com empregar expressões académicas. Desde jovem deve ter sido muito afeiçoado às provas atléticas, pois são frequentes as comparações e a linguagem atléticas para ilustrar a doutrina espiritual. Deve ter adquirido uma ampla cultura geral literária, filosófica e das religiões do mundo pagão. Mas não mostra interesse algum pelas descrições de paisagem e monumentos, que tantas vezes teve ocasião de contemplar.

Juntamente com essa formação que podemos chamar de helenística e humanística, sendo ainda jovem foi para Jerusalém, provavelmente para se formar como rabino; frequentou a escola de Gamaliel, é um dos famosos rabinos do seu tempo, e seguiu com paixão as doutrinas dos Fariseus. Provavelmente na sinagoga de Tarso tinha-se iniciado no conhecimento da língua sagrada hebraica, que dominou com perfeição na sua estada em Jerusalém, assim como o dialecto aramaico palestinense. Como era costume entre os rabinos, São Paulo exerceu um ofício: fabricante de tendas de campanha, skenopoiós, termo que pode designar também alguns dos ofícios subsidiários de tal artesanato, como correeiro ou tecelão de lonas.

Durante os seus estudos rabínicos em Jerusalém, provavelmente pouco depois da morte de Nosso Senhor, mostra-se decidido perseguidor dos Cristãos e toma a iniciativa de estender tal perseguição entre os bairros Judeus de Damasco.

Conversão e primeiros anos na Fé Cristã

Mas quando se aproximava desta cidade, com procuração dos Sumos Sacerdotes para prender os Cristãos, apareceu-lhe Jesus Cristo ressuscitado, diante de cuja visão inegável, e do efeito da graça, se efectua a rendição de Saulo, convencido subitamente da sua atitude errónea. Foi o momento da sua conversão, de que o Apóstolo falará como de uma mudança radical na sua vida, graças ao chamamento directo feito por Jesus, imprevisto por Saulo, e considerado sempre por ele como a sua vocação divina.

Foi conduzido imediatamente a Damasco e instruído por Ananias, que tinha sido advertido sobrenaturalmente da vocação de Saulo. Recuperada a vista e as forças e baptizado, pôs-se a pregar a misericórdia e as maravilhas que Jesus, que lhe tinha aparecido realmente no caminho de Damasco, era o Messias e Filho de Deus. Pouco depois retirou-se para a Arábia (certamente zona a sudeste da actual Síria e voltou a Damasco, onde, ao mesmo tempo que continuava a ser instruído na fé cristã, prosseguia o seu testemunho acerca de Cristo Ressuscitado. Isso acarretou-lhe a perseguição dos Judeus, até ter de se esconder e fugir de noite da cidade, descido das muralhas pelos irmãos.

Deste modo chegou a Jerusalém, onde, depois dos bons ofícios de São Pedro e São Barnabé, foi acolhido pelos Cristãos, que desconfiavam, pela recordação do perseguidor. As disputas de Paulo com os Judeus puseram de novo em perigo a sua vida, e outra vez os novos irmãos cristãos o conduziram a Cesareia Marítima e, daí, embarcou para a sua cidade natal, tarso. Daqui passou para outras cidades da Cilícia e da Síria, onde continuou a dar testemunho da sua fé cristã durante uns quatro ou cinco anos, animado por São Barnabé. Este período terminou com uma nova viagem de Barnabé e Paulo a Jerusalém para levar uma colecta aos irmãos da Judeia.

Embaixadores de Cristo

«O fim que os pregadores se devem propor ao exercitar o ministério da palavra está claramente indicado por São Paulo: Somos embaixadores de Cristo (2 Cor 5,20). Todo o pregador deve poder fazer suas estas palavras. Mas se são embaixadores de Cristo, no exercício da sua missão, têm obrigação de se aterem estritamente à vontade manifestada por Cristo quando lhe conferiu o encargo, não propor-se finalidades diversas das que Ele mesmo Se propôs enquanto habitou sobres esta terra (…).

(Humani generis redemtionem – Bento XV)

A Sabedoria do Professor Paulo

«[A Sabedoria] é um resplendor da luz externa, um espelho sem mancha da actividade de Deus, uma imagem da Sua bondade»


(Livro da Sabedoria 7,26)



«Não há melhor ensino que o exemplo do professor! (…). Falai com sabedoria, instruí com toda a eloquência possível (…), mas o vosso exemplo causará uma impressão mais forte e mais decisiva (…). Quando as vossas obras forem consequentes com as vossas palavras, não haverá que se vos possa objectar»


(São João Crisóstomo - Homilia sobre Epístola de São Paulo aos Filipenses, ad loc)

Bento XVI - “Saulo converteu-se porque, graças à luz divina, acreditou no Evangelho”

Angelus 25.01.2009
Antes de encontrar o Senhor no caminho de Damasco, São Paulo já era crente, mais ainda hebreu fervoroso, e portanto não passou da não -fé á fé, dos ídolos a Deus, nem teve de abandonar a fé judaica para aderir a Cristo. Recordou Bento XVI neste Domingo antes da recitação do Angelus, exaltando assim uma vez mais o laço entre hebraísmo e cristianismo, explicando o significado de festa de hoje da Conversão de São Paulo. “No caminho de Damasco – explicou – aconteceu aquilo que Jesus pede no Evangelho deste Domingo lá onde diz: completou-se o tempo e o reino de Deus está perto: arrependei-vos e acreditai na Boa Nova.


Para Bento XVI de facto, Saulo converteu-se porque, graças à luz divina, acreditou no Evangelho.


“Nisto – sublinhou – consiste a sua e a nossa conversão: acreditar em Jesus morto e ressuscitado e abrir-se á iluminação da sua graça divina. Naquele momento Saulo compreendeu que a sua salvação não dependia das boas obras feitas segundo a lei, mas do facto que Jesus morrera por ele, o perseguidor (dos primeiros cristãos) e ressuscitara.


A verdade do Evangelho, que graças ao Baptismo ilumina a existência de cada cristão, para o Papa inverte completamente a nossa maneira de viver. “Converter-se significa também, para cada um de nós, acreditar que Jesus deu a sua vida por mim morrendo na cruz e, ressuscitado vive comigo e em mim.


Entregando-me à potência do seu perdão – disse Bento XVI com voz comovida – passando a falar em primeira pessoa – deixando-me agarrar pela mão por Ele, posso sair das areias movediças do orgulho e do pecado, da mentira e da tristeza, do egoísmo e de todas as falsas seguranças, para conhecer e viver a riqueza do seu amor. 


(Fonte: site Radio Vaticana)

Te Deum laudamos - Louvado seja Deus Nosso Senhor pelo extraordinário Apóstolo e Santo cuja conversão hoje celebramos

Te Deum laudamus: te Dominum confitemur.
Te aeternum Patrem omnis terra veneratur.
Tibi omnes Angeli, tibi Caeli et universae Potestates:
Tibi Cherubim et Seraphim incessabili voce proclamant:
Sanctus: Sanctus: Sanctus Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra maiestatis gloriae tuae.
Te gloriosus Apostolorum chorus:
Te Prophetarum laudabilis numerus:
Te Martyrum candidatus laudat exercitus.
Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia:
Patrem immensae maiestatis:
Venerandum tuum verum et unicum Filium:
Sanctum quoque Paraclitum Spiritum.
Tu Rex gloriae, Christe.
Tu Patris sempiternus es Filius.
Tu ad liberandum suscepturus hominem,
non horruisti Virginis uterum.
Tu devicto mortis aculeo,
aperuisti credentibus regna caelorum.
Tu ad dexteram Dei sedes, in gloria Patris.
Iudex crederis esse venturus. (Kneel)
Te ergo quaesumus, tuis famulis subveni,
quos pretioso sanguine redemisti.
Aeterna fac cum Sanctis tuis in gloria numerari.
Salvum fac populum tuum Domine,
et benedic haereditati tuae.
Et rege eos, et extolle illos usque in aeternum.
Per singulos dies, benedicamus te.
Et laudamus nomen tuum in saeculum,
et in saeculum saeculi.
Dignare Domine die isto,
sine peccato nos custodire.
Miserere nostri Domine, miserere nostri.
Fiat misericordia tua Domine super nos,
quemadmodum speravimus in te.
In te Domine speravi:
non confundar in aeternum.

S. Josemaría Escrivá sobre a Festa da Conversão de São Paulo

A Igreja comemora a festa da Conversão de São Paulo.
Referindo-se ao Apóstolo dos gentios, São Josemaria escreve em Amigos de Deus: "De onde tirava S. Paulo esta força? Omnia possum in eo qui me confortat! Tudo posso, porque só Deus me dá esta fé, esta esperança, esta caridade. Custa-me muito acreditar na eficácia sobrenatural de um apostolado que não esteja apoiado, solidamente centrado, numa vida de contínua intimidade com o Senhor. E isto no meio do trabalho, dentro de casa ou no meio da rua, com todos os problemas mais ou menos importantes que surgem todos o dias. Em qualquer sítio onde se esteja, mas com o coração em Deus. E então as nossas palavras e as nossas acções - até as nossas misérias! - exalarão o bonus odor Christi, o bom odor de Cristo, que os outros forçosamente hão-de sentir: aí está um verdadeiro cristão".


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Ai quem me dera…

…ser somente a argila de S. Paulo, ter uma pequena parte da sua coragem, do seu amor por Jesus Cristo Deus Nosso Senhor, da sua capacidade intelectual e da sua capacidade de apostolado. Dez porcento já me bastariam, agora imaginem o seria ser-se igual em qualidades e fé a S. Paulo. 

Não o desejaria por mim, mas por Ele, por isso Te peço todos os dias para que me concedas o espírito e o fervor de S. Paulo, S. Agostinho, S. Tomás Moro, S. Josemaría e de todos os Santos e Santas.

Ouvi-me Senhor!

JPR

Pregar, converter…

«… saiba que aquele que converte um pecador do seu erro salvará da morte a sua alma e obterá o perdão de muitos pecados»

(Tiago 5,20)


«Incumbe a todos os leigos a preclara empresa de colaborar para que o dom divino da salvação alcance mais e mais todos os homens de todos os tempos e em todas as partes da terra»

(Concílio Vaticano II – Lumen gentium, nº 33)

Paulo

Ele ia cheio de convicção. Tinha uma tarefa a cumprir (que era perseguir os cristãos) e partiu, determinado.

Só que, afinal, um encontro inesperado trocou-lhe as voltas. E aqui jogou-se a grandiosidade de Paulo. É que, apesar da sua autoridade, Paulo não ficou preso às suas ideias, não sobrepôs o seu orgulho… Teve mais amor à verdade do que a ideia que tinha dela. Deixou-se provocar pelas circunstâncias do real e reconheceu nelas a presença de Cristo. Então, passou de perseguidor a apóstolo!

No caso de Paulo, o encontro com Cristo foi mais ou menos violento. Mas não foi um encontro exclusivo. Cristo continua a deixar-se encontrar nas circunstâncias da vida. A modalidade que escolhe para cada um é que pode variar. Desde que – à semelhança de Paulo – nos deixemos interpelar e transformar por dentro…

(..)

Aura Miguel
(Fonte: site RR em 23.01.2009)

O perseguidor transformado em pregador

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Sermão 279

Do alto do céu a voz de Cristo fez com que Saulo caísse por terra: recebeu a ordem de não continuar com as suas perseguições, e caiu por terra. Era preciso que tombasse e em seguida se erguesse; primeiro caído e depois curado. Porque Cristo não teria nunca vivido nele se Saulo não tivesse abandonado a sua antiga vida de pecado. Caído por terra, que ouve ele? «Saulo, Saulo, por que Me persegues? É duro para ti recalcitrar contra o aguilhão» (Act 26, 14). Ao que ele respondeu: «Quem és tu, Senhor?» E a voz do alto continuou: «Sou Jesus de Nazaré, que tu persegues». Os membros ainda estão na terra, é a cabeça que grita do alto do céu; e não diz: «Por que persegues os Meus servos?» mas «Por que Me persegues?»

E Paulo, que empregava todo o seu ardor nas perseguições, dispõe-se desde logo a obedecer: «Que queres que eu faça?» Já o perseguidor se transformou em pregador, o lobo em ovelha, o inimigo em defensor. Paulo aprende o que deve fazer: se ficou cego, se a luz do mundo lhe foi subtraída durante um certo tempo, foi para que no seu coração brilhasse a luz interior. A luz é retirada ao perseguidor para ser dada ao pregador; no próprio momento em que não via nada deste mundo, viu Jesus. É um símbolo para os crentes: aqueles que crêem em Deus devem fixar n'Ele o olhar da sua alma sem ter em consideração coisas exteriores. [...]

Saulo é conduzido a Ananias; o lobo destruidor é levado à ovelha. Mas o Pastor que tudo conduz do alto dos céus, tranquiliza-o [...]: «Não te preocupes. Eu lhe revelarei tudo o que ele tem de sofrer pelo Meu nome.» (Act 9,16). Que maravilha! O lobo é trazido à ovelha [...]. O Cordeiro, que foi morto pelas ovelhas, ensina-os a não temerem.

«Não é aquele que nos perseguia?» (Act 9,21)

São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja 
Catequese baptismal 10 

«Não nos anunciamos a nós mesmos, mas anunciamos Jesus Cristo; somos vossos servos por causa de Jesus» (2Cor 4, 5). Quem é então esta testemunha que anuncia Cristo? É aquele que outrora O perseguia. Que maravilha! Eis que o perseguidor de antigamente anuncia Cristo. Por quê? Será que foi comprado? Mas ninguém poderia persuadi-lo desta maneira. Terá sido a visão de Cristo nesta terra que o cegou? Mas Jesus já tinha subido ao céu. Saulo saíra de Jerusalém para perseguir a Igreja de Cristo, e três dias depois, em Damasco, o perseguidor transformara-se em pregador. Sob que influência? Há quem cite como testemunhas a favor dos seus amigos pessoas do seu partido. Eu, ao invés, apresento como testemunha um antigo inimigo. 

Ainda duvidas? Grande é o testemunho de Pedro e João, mas [...] eles eram gente da casa. Quando a testemunha é um antigo inimigo, de um homem que mais tarde morrerá pela causa de Cristo, quem poderá duvidar do valor do seu testemunho? Admiro o plano do Espírito Santo [...]: Ele concede que Paulo, o antigo perseguidor, escreva as suas catorze epístolas. [...] Como não se podiam contestar os seus ensinamentos, permitiu que aquele que fora outrora o inimigo e o perseguidor escrevesse mais do que Pedro e João; é assim que a fé de todos nós pode ser fortalecida. Com efeito, todos ficaram estupefactos com Paulo: «Não é aquele que nos perseguia? Não terá vindo aqui para nos prender?» (Act 9, 21). Não fiqueis surpreendidos, diz Paulo. Eu percebo-vos; para mim «é duro revoltar-me contra a espora» (Act 26,14). «Não sou digno de ser chamado apóstolo porque persegui a Igreja de Deus» (1Cor 15, 9); «Ele foi misericordioso para comigo: o que eu fazia, fazia-o por ignorância.» [...] «A graça de Deus superabundou em mim» (1Tim 1, 13-14).

Conversão de S. Paulo narrada pelo próprio (Act. 26, 12-20)

«Foi assim que, indo para Damasco com poder e delegação dos sumos sacerdotes, vi no caminho, ó rei, uma luz vinda do céu, mais brilhante do que o Sol, que refulgia em volta de mim e dos que me acompanhavam. Caímos todos por terra e eu ouvi uma voz dizer-me em língua hebraica: 'Saulo, Saulo, porque me persegues? É duro para ti recalcitrar contra o aguilhão.' Perguntei: 'Quem és tu, Senhor?' E o Senhor respondeu: 'Eu sou Jesus a quem tu persegues. Ergue-te e firma-te nos pés, pois para isto te apareci: para te constituir servo e testemunha do que acabas de ver e do que ainda te hei-de mostrar. Livrar-te-ei do povo e dos pagãos, aos quais vou enviar-te, para lhes abrires os olhos e fazê-los passar das trevas à luz, e da sujeição de Satanás para Deus. Alcançarão, assim, o perdão dos seus pecados e a parte que lhes cabe na herança, juntamente com os santificados pela fé em mim.'

Conversão de São Paulo, apóstolo

"Eu sou Jesus, a quem persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e ser-te-á dito o que deves fazer" Act 9,5-6M


Comemoramos hoje, com solenidade, a conversão do apóstolo São Paulo.


Ele próprio confessa, por diversas vezes, que foi perseguidor implacável das primeiras comunidades cristãs. Por causa disso atribuiu a si mesmo o título de "o menor entre os Apóstolos" e, ainda, de "indigno de ser chamado Apóstolo". Mas Deus, que conhecia a sua rectidão, tornou-o testemunha da morte de Santo Estêvão, cena entre todas comovente, descrita nos Actos dos Apóstolos. A visão de Estevão apontando para os céus abertos e Filho do Homem, o Cristo, aí reinando, domina a vida toda do Apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso.


Além das grandes e contínuas viagens apostólicas e das prisões e sofrimentos por que passou, devemos a este Santo, que se auto denomina "servo de Cristo", a revelação da mensagem do Salvador, ou seja, as 14 Epístolas ou Cartas. Elas formam como que a Teologia do Novo Testamento, exposta por um Apóstolo.


Jamais apareceu outro homem sobre a terra que fundamentasse tão bem a nossa fé em Cristo, presente na História, como também, presente em nossa própria existência. Foi São Paulo quem o fez de maneira insuperável.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Saint Paul Cathedral Choir: The Lord Bless You and Keep You

«Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu» (Act 9,3)

São Fulgêncio de Ruspe (467-532), bispo no Norte de África
Um sermão atribuído, nº 59; PL 65, 929


Saulo foi enviado pelo caminho de Damasco para se tornar cego, pois se ele cegou, foi para ver o verdadeiro Caminho (Jo 14,6). [...] Perdeu a vista do corpo, mas o seu coração foi iluminado para que a verdadeira luz brilhasse, quer aos olhos do seu coração, quer aos do corpo. [...] Foi enviado para dentro de si mesmo, para se procurar a si mesmo. Andava errante na sua própria companhia, viajante inconsciente, e não se encontrava porque interiormente tinha perdido o caminho.


Foi por isso que ouviu uma voz que lhe dizia [...]: «Desvia os teus passos do caminho de Saulo, para encontrares a fé de Paulo. Despe a túnica da tua cegueira e reveste-te das vestes do teu Salvador (Gl 3,27). [...] Eu quis manifestar na tua carne a cegueira do teu coração, para que pudesses ver o que não vias e não te parecesses com aqueles que 'têm olhos mas não vêem e ouvidos mas não ouvem' (Sl 115,5-6). Que Saulo se afaste deles com as suas cartas inúteis (Act 22,5), para que Paulo escreva as suas tão necessárias epístolas. Que Saulo, o cego, desapareça [...] para que Paulo se torne a luz dos crentes.» [...]


Paulo, quem te transformou assim? «Ele respondeu: Esse homem, que Se chama Jesus, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: 'Vai à piscina de Siloé e lava-te.' Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!» (Jo 9,11). Porquê esse espanto? Eis que Aquele que me criou me recriou; com o poder com que me criou, agora curou-me; eu tinha pecado mas Ele purificou-me».


Portanto, Paulo, vem, deixa o velho Saulo, em breve também verás Pedro. [...] Ananias, toca em Saulo e dá-nos Paulo; afasta para longe o perseguidor, envia em missão o pregador: os cordeiros já não terão medo, as ovelhas de Cristo viverão na alegria. Toca no lobo que perseguia Cristo, para que agora, com Pedro, ele leve a pastar as ovelhas.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)