Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 22 de dezembro de 2012

Por que o Papa Bento XVI insiste no latim?

Papa perdoa ex-mordomo

Bento XVI perdoou Paolo Gabriele, o ex-mordomo do Papa que foi condenado a um ano e seis meses de prisão por ter roubado documentos confidenciais do Vaticano, num caso que ficou conhecido por “Vatileaks”. 

O Papa visitou-o, esta manhã, na prisão para lhe dizer pessoalmente que estava perdoado. 

Segundo avança a Reuters, o Vaticano vai ajudar Paolo Gabriele, de 46 anos, a encontrar um novo trabalho e a começar uma nova vida. 

Bento XVI terá também concedido perdão a Claudio Sciarpelletti, o informático acusado de cumplicidade com o ex-mordomo no furto de documentos confidenciais.

(Fonte: RR online AQUI)

Imitação de Cristo, 3, 40, 1 - Que o homem por si mesmo nada tem de bom e de nada se pode gloriar


A alma: Senhor, que é o homem, para que vos lembreis dele, ou o filho do homem, para que o visiteis? (Sl 8,5). Por onde mereceu o homem que lhe deis a vossa graça? Como me posso queixar, se me desamparais, ou que posso justamente opor, se não me concedeis o que peço? Decerto, com verdade posso pensar e dizer: Senhor, nada sou, nada posso, nada de bom tenho de mim mesmo, mas falta-me tudo, e sempre pendo para o nada. E se vós não me ajudais e ensinais, fico de todo tíbio e relaxado. Vós, porém, Senhor, sempre sois o mesmo e permaneceis eternamente bom, justo e santo, e boas são vossas obras todas, e justas e santas, e dispondes tudo com sabedoria. Mas eu, que sou mais inclinado à negligência que ao aproveitamento espiritual, não sei conservar-me no mesmo estado, porque mudo sete vezes por dia. Mas logo me vai melhor, quando vos apraz estender-me a mão para me socorrer; porque só vós, sem auxílio humano, me podeis ajudar e dar-me firmeza, de tal modo que jamais se mude meu rosto, mas só a vós se converta meu coração e em vós descanse.

O amor manifesta-se com factos

Vai até Belém, aproxima-te do Menino, baila com Ele, diz-lhe muitas coisas vibrantes, aperta-o contra o coração... Não estou a falar de infantilidades: falo de amor! E o amor manifesta-se com factos: na intimidade da tua alma, bem o podes abraçar! (Forja, 345)

É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens.

Ao falar diante do presépio sempre procurei ver Cristo Nosso Senhor desta maneira, envolto em paninhos sobre a palha da manjedoura, e, enquanto ainda menino e não diz nada, vê-Lo já como doutor, como mestre. Preciso de considerá-Lo assim, porque tenho de aprender d'Ele. E para aprender d'Ele é necessário conhecer a sua vida: ler o Santo Evangelho, meditar no sentido divino do caminho terreno de Jesus.

Na verdade, temos de reproduzir na nossa, a vida de Cristo, conhecendo Cristo à força de ler a Sagrada Escritura e de a meditar, à força de fazer oração, como agora estamos fazendo diante do presépio.

É preciso entender as lições que nos dá Jesus já desde menino, desde recém-nascido, desde que os seus olhos se abriram para esta bendita terra dos homens. Jesus, crescendo e vivendo como um de nós, revela-nos que a existência humana, a vida corrente e ordinária, tem um sentido divino. (Cristo que passa, 13–14)

São Josemaría Escrivá

«A voz de meu amado! Ei-lo que chega, correndo pelos montes, saltando sobre as colinas» (Ct 2,8)

Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
2º Sermão para o Advento, §§1-2; SC 166



«Eis o rei que vem: acorramos a receber o nosso Salvador» (liturgia do Advento). Bem dizia Salomão que «água fresca para boca sedenta, assim é uma boa nova vinda de terra longínqua» (Pr 25,25). Sim, é bom mensageiro aquele que anuncia o advento do Salvador, a reconciliação do mundo, os bens do mundo futuro. «Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que apregoa a boa-nova e que proclama a salvação!» (Is 52,7). [...]

Tais mensageiros são uma água fresca e uma bebida salutar para a alma sedenta de Deus; na verdade, aquele que anuncia o advento do Senhor ou os Seus mistérios dá-nos a beber água tirada com alegria das fon¬tes da salvação (Is 12,3). É por isso que me parece que, àquele que traz tal anúncio, [...] a alma responde com as palavras de Isabel, que fora saciada com o mesmo Espírito: «E donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação», o meu espírito exultou de alegria no meu coração, impaciente por ir ao encontro do Deus, seu Salvador.

Na verdade, meus irmãos, é de espírito exultante que temos de ir ao encontro de Cristo que vem. [...] «Meu Salvador e meu Deus!» (Sl 42,5) Com que condescendência saúdas os Teus servos e, mais ainda, os salvas! [...] Tu deste-nos a salvação, não apenas por palavras de paz, mas pelo beijo da paz, isto é, unindo-Te à nossa carne; e salvaste-nos pela Tua morte na cruz.» Que o nosso espírito exulte, pois, num transporte de alegria, que corra a receber o seu Salvador que vem de longe, aclamando-O com estas palavras: «Senhor, salva-nos! Senhor, dá-nos a vitória! Bendito o que vem em nome do Senhor!» (Sl 117,25-26).


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 23 de dezembro de 2012

Naqueles dias, levantando-se Maria, foi com pressa às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Aconteceu que, logo que Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo; e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. Donde a mim esta dita, que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Porque, logo que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão-de cumprir as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor».

Lc 1, 39-45

Papa contra a "identidade do género"

Após a queda das grandes ideologias políticas, surge agora uma outra, a ideologia hedonista, que se reflecte a vários níveis, incluindo esta "identidade de género".

Não é a primeira vez que o Papa critica a chamada “ideologia de género”. A expressão de Bento XVI reflecte as sucessivas denúncias da Santa Sé, sobretudo nos fóruns internacionais, a começar pelas Nações Unidas. 

Durante as Conferências Mundiais da ONU no Cairo (sobre População e Desenvolvimento, 1994) e em Pequim (sobre a Mulher, 1995) a Santa Sé opôs-se à estratégia mundial sobre conceitos relativos à orientação sexual e à chamada “identidade de género”. 

Nessa altura em Pequim a maioria dos Estados membros da ONU – incluindo Portugal – votou favoravelmente a substituição da palavra “sexo” pela palavra “género”, considerada mais abrangente. É que sexo só pode ser feminino ou masculino, enquanto género inclui cinco tipos: masculino, feminino, homossexual masculino, homossexual feminino e híbrido. 

Esta terminologia está hoje em vigor e Bento XVI tem vindo a denunciá-la como reflexo da crise antropológica do próprio homem. Com frequência o Papa tem defendido uma ecologia do humano, contra a manipulação da natureza – quer no ambiente, quer na identidade do homem e da mulher. Após a queda das grandes ideologias políticas, surge agora uma outra, a ideologia hedonista que se reflecte a vários níveis, incluindo esta “identidade de género”. 

Bento XVI acrescentou hoje que “está em jogo a visão do próprio ser e o que significa ser homem”. Na raiz está “uma noção errada de liberdade que recusa vínculos de qualquer tipo, incluindo o sexo com que se nasceu. Quando, na verdade, não é o homem mas é Deus quem define a natureza da pessoa humana.”

Aura Miguel in RR online AQUI

O Natal não seja apenas exterioridade; preparemo-nos com alegria purificando a consciência daquilo que é contrario à vinda de Deus

«Que o cuidado que dedicamos para tornar mais esplendorosas as nossas ruas e as nossas casas nos leve ainda mais a preparar o nosso espírito a encontrar Aquele que nos vem visitar. Purifiquemos a nossa consciência e a nossa vida daquilo que é contrário a esta vinda: pensamentos, palavras, atitudes e acções estimulando-nos a fazer o bem e a contribuir para a realização neste nosso mundo da paz e da justiça para cada homem e a caminhar assim em direcção ao Senhor.»

«Na noite do mundo deixemo-nos surpreender e iluminar por esta vinda da estrela que surgindo no Oriente, inundou de alegria o universo.»

«O Verbo que se fez menino ajuda-nos a compreender a maneira de agir de Deus, para que sejamos capazes de nos deixar cada vez mais transformar pela sua bondade e pela sua infinita misericórdia.»

(Bento XVI – Audiência geral de 22.12.2010)

«O Natal é Luz»

«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9, 1). É uma afirmação profética do Antigo Testamento. É o anúncio solene da primeira Noite de Natal. São palavras do Livro de Isaías proclamadas, todos os anos, no começo da primeira leitura da Missa do Galo. Uma Missa à meia-noite, onde tudo no exterior é escuridão e frio. Tudo no exterior são trevas. Uma Missa onde a palavra «luz» está constantemente presente. Uma luz que, ano após ano, continua a vir ao mundo nessa Noite que é única, porque não há outra como ela. No entanto, muitos continuam nas trevas. Pensam – erradamente – que nas trevas há mais liberdade, mais alegria, mais capacidade de ser-se feliz aqui e agora.

«O Natal é luz» – dizia o Papa Bento XVI, há uns anos atrás, numa Noite de Natal. O Natal é uma irrupção da luz de Deus neste nosso mundo cheio de escuridão. E a luz é sempre fonte de vida e de genuína alegria. Porque a luz permite-nos viver, crescer e alegrar-nos. Basta pensar no gratuito contentamento que recebemos num dia ensolarado.

A luz também nos indica o caminho a seguir. Se só há escuridão ao nosso redor, não podemos mover-nos. Corremos o risco de cair nalgum precipício. Também isto se aplica ao Natal, à vinda de Deus ao mundo. Sem a luz de Deus, o homem não sabe para onde ir. Nem sequer se compreende a si próprio, porque não se vê. É a luz de Deus que revela ao homem quem ele é – a grandeza da sua vocação e do seu destino eterno. Longe dessa luz, o homem vive inquieto e não se sente seguro. Não possui uma esperança digna desse nome – acaba por se contentar com uma vida sem sentido. Tem a sensação de caminhar para o nada, para o vazio, para o fim da linha.

A luz permite ao homem ver – conhecer aquilo que o rodeia. Não um conhecimento qualquer, mas o conhecimento da realidade – da verdade. E a verdade é que Deus se fez homem e veio a este mundo para nos salvar, resgatar e libertar. E também para nos indicar o caminho que conduz à verdadeira Vida – a única que possui uma luz que nunca se apaga. A luz gera calor, dizia o Papa, e por isso também significa amor. Onde há amor levanta-se uma luz no mundo. Pelo contrário, onde há ódio, o mundo permanece nas trevas, na escuridão e na morte.

No presépio está a grande luz que o mundo espera. O Natal é verdadeiramente luz para todo o homem e mulher de boa vontade. Preparemo-nos bem – espiritualmente – para a Noite de Natal. Não sejamos parte desse povo que continua a andar nas trevas por se fechar à luz que vem de Deus. Que a luz deste Natal ilumine – de verdade – os nossos corações! Que o Menino Jesus encontre, em cada um de nós, um coração bondoso e aberto! Um coração que Ele possa encher com a sua luz e os seus dons!

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Conto de Natal

Pedro estava a uma mesa do bar, bebendo uma cerveja e angustiando-se por causa da dívida ao banco. Era como se toda a maldita crise mundial se concentrasse na próxima prestação e na falta de dinheiro para a pagar. Onde arranjá-lo? Então ouviu dizer:

- Porque é que não fazes como na outra?

Pedro levantou os olhos e viu um homem de barba à mesa do lado, que sorria e olhava para ele.
Perante o olhar confuso do jovem, o homem explicou:

- Estás preocupado com a dívida. Porque não fazes como na outra dívida?

- Outra?! Qual outra?

- Tu recebeste dinheiro do banco e, como sabes que não é teu, preocupas-te em pagá-lo. Mas também recebestes dois braços, duas pernas, uma cabeça e um coração, recebestes um chão para pisar, ar para respirar, comida para comer, uma família que te ama, uma carreira e amigos. Um dia recebestes tudo isso, sem saberes de onde, e um dia tudo te vai ser tirado, tal como no dinheiro do banco. A situação é exactamente paralela. Porque é que ligas ao empréstimo da moeda e não ao empréstimo da vida?

Pedro estava mais confuso que nunca.

- Tu, que não acreditas que Deus existe...

- Isso não é verdade! - interrompeu Pedro.

- Ah! Está bem. Há muitos que acham que o banco não existe e têm direito a todo o empréstimo que receberam por causa de umas coisas a que chamam "leis da física e da natureza". Esses agem como se fossem donos disto, sem perceberem que não controlam nada. São os mais tontos de todos. Então tu acreditas que Deus existe mas não te liga nenhuma.

- Também, não é verdade!

- Está bem! É que existem alguns que acreditam na existência do banco, mas pensam que, desde que paguem de vez em quando uma comissãozita, nunca vão precisar de tratar dos juros e devolver o capital. Têm um pacto de não agressão com Deus e vivem respeitosamente à parte. Esses terão uma surpresa ainda mais desagradável que os primeiros. Então tu não pertences a nenhum destes dois grupos. Quer dizer que és do pior dos três: aqueles que acreditam que Deus existe, que Ele liga ao mundo, mas não lhe ligam a Ele. Os piores são os fariseus - disse o homem, com cara enjoada.

Pedro pensou em protestar, mas preferiu ficar calado, a ver o que aconteceria. O homem continuou.

- Tudo o que tu tens, do teu cérebro à tua mulher, passando pelo sistema solar e o teu emprego, não é, nem nunca foi, teu. É do seu verdadeiro dono e foi-te confiado durante um bocadinho de tempo. Mais: como sabes bem, não se trata de um único empréstimo feito ao nascer que se paga na morte, porque estás permanentemente a receber novos benefícios. Mesmo que vás pagando os juros pontualmente, a tua dívida vital aumenta todos os dias exponencialmente. Pior de tudo, a única forma de pagar os juros é com a própria dívida, porque, se pensares bem, vês que nada tens de teu.
Tudo depende de Outro.

- Por isso, a questão central da vida - continuou o homem - não é cumprir regras, ser bonzinho, preocupar-se com os outros. É ser realista e compreender que devemos tudo. Tudo o que somos e temos, devemo-lo a Outrem. A única forma verdadeira de viver é numa total e profunda dependência deste Deus que nos dá tudo. É isso que é ser religioso. Por isso somos bons. Os que vêem a religião como um conjunto de deveres, um código moral ou ritos, costumes, amizades são piores que os ateus honestos. Foi com esses que Ele mais discutiu. Nunca ouviste dizer que antes de tudo deves "amar a Deus sobre todas as coisas"? Amar! Amar mesmo! E sobre todas as coisas. Onde é que leste que bastava "amar o próximo como a si mesmo"? O problema central da vida é a dívida absoluta, esmagadora, totalitária que temos perante o banco divino. Que, felizmente, nos ama mais a nós que nós próprios.

- Não sei se o meu prior gostaria dessa sua comparação de Deus com um banco! - disse Pedro a rir.

- Achas? Nunca ouviste ler: "O reino dos céus é... como um homem que, tendo de viajar para o exterior, chamou os seus escravos e lhes confiou os bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e ao terceiro um, segundo a capacidade de cada um."? (Mt 25, 14-15)

João César das Neves em 2010

(Fonte: DN online)

Nossa Senhora, a Encarnação e as mulheres

Alguém poderia objetar que esta [a igreja de Santa Maria Maior, em Roma] não é uma igreja dedicada à Natividade, e, portanto, uma igreja dedicada a Cristo, mas sim um templo mariano, a primeira igreja dedicada a Maria em Roma e em todo o Ocidente. Essa objeção indicaria, porém, que quem a formula não entendeu precisamente aquilo que é essencial, tanto na piedade mariana da Igreja como no mistério do Natal.

O Natal tem na estrutura interna da fé cristã, um significado muito particular. Não o celebramos da mesma maneira como se recordam os dias em que nasceram os grandes homens, porque a nossa relação com Cristo é também muito diferente da admiração que experimentamos diante dos grandes homens. O que interessa neles é a sua obra: os pensamentos que pensaram e deixaram escritos, a arte que criaram e as instituições que nos legaram. Essa obra pertence-lhes, não procede das suas mães, pelas quais só nos interessamos na medida em que podem fornecer-nos algum elemento que contribua para explicar a obra mencionada.

Mas Cristo não conta para nós apenas pela sua obra, pelo que fez, mas sobretudo pelo que era e pelo que é, na totalidade da sua pessoa. Conta para nós de uma maneira distinta da de qualquer outro homem, porque Ele não é simplesmente um homem. Conta porque nEle a terra e o céu se tocam, e assim Deus se faz nEle tangível para nós como homem. Os Padres da Igreja denominaram Maria a terra santa da qual Ele foi formado enquanto homem; e o que é mais maravilhoso é que, em Cristo, Deus permanece para sempre unido a esta terra. Agostinho expressou certa vez este mesmo pensamento da seguinte forma: Cristo não quis um pai humano para manter visível a sua filiação com respeito a Deus, mas quis uma Mãe humana. "Quis receber em si o género masculino, e dignou-se honrar o feminino na sua Mãe... Se Cristo homem tivesse aparecido sem enaltecer o género das mulheres, estas teriam que desesperar de si... Mas Ele honrou os dois, enalteceu os dois, assumiu os dois. Nasceu de mulher. Não desespereis, homens:
Cristo dignou-se ser homem. Não desespereis, mulheres: Cristo dignou-se nascer da mulher. Ambos os géneros colaboram para a salvação, quer se trate do masculino, quer do feminino: na fé, não há homem nem mulher".

Digamo-lo de novo de outra maneira: no drama da salvação, não é que Maria tenha tido que desempenhar um papel para depois calar-se, como alguém cuja fala terminou. A Encarnação a partir da mulher não é um papel que se tenha encerrado depois de um breve tempo, mas a estada permanente de Deus na terra, com o ser humano, connosco, que somos terra. Daí que a festa do Natal seja ao mesmo tempo uma festa de Maria e uma festa de Cristo, e é por isso que uma autêntica igreja dedicada ao Natal deve ser um templo mariano.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘Meditación para el tiempo de Navidad’, em Humanitas, n. 12)

O silêncio de José

«O silêncio de José não é sinal de um vazio interior, mas pelo contrário, da plenitude da fé que tem no seu coração e guia toda a sua acção. Um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, guarda a Palavra de Deus, conhecida através da Sagrada Escritura, confrontando-a a cada momento com a vida de Jesus; um silêncio feito de oração constante em que bendiz o Senhor, adora a sua vontade e manifesta uma confiança sem reservas na providência. Não será exagero pensar que terá com o seu "pai" José que Jesus aprendeu - em termos humanos - aquela sólida interioridade que constitui pressuposto da justiça autêntica... Deixemo-nos contagiar pelo silêncio de José! Precisamos tanto dele, neste mundo muitas vezes excessivamente ruidoso, onde não é possível o recolhimento para escutar a voz de Deus!»
 
(Bento XVI - Angelus 18.12.2005)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1971

Chegou a Villa Tevere uma imagem da Virgem, lindíssima e antiga. Era uma escultura de madeira, de tamanho quase natural, mas… muito mal conservada. Fica triste ao vê-la nesse estado e começa a rezar diante da imagem: “Minha Mãe… nossa Mãe! De onde te terão posto na rua? És uma beleza!” Deu indicação de que se procedesse o mais rapidamente possível ao restauro e quis que, entretanto, fosse colocada num local adequado e tivesse sempre flores frescas aos seus pés.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

O Verbo que se fez menino

«O nascimento de Jesus não poder ter outra finalidade senão ensinar-nos a ver e a amar os acontecimentos, o mundo e tudo aquilo que nos circunda, com os mesmos olhos de Deus. O Verbo que se fez menino ajuda-nos a compreender a maneira de agir de Deus, para que sejamos capazes de nos deixar cada vez mais transformar pela sua bondade e pela sua infinita misericórdia.»

(Bento XVI – Audiência geral de 22.XII.2010)

«Acolheu a Israel, Seu servo»

São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge, doutor da Igreja 
Exposição sobre o Evangelho segundo São Lucas (do Ofício de Leitura de 22 de Dezembro)


E Maria disse: «A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador». O Senhor me engrandeceu, diz ela, com um dom tão grande e tão inaudito, que é impossível explicá-lo com palavras humanas, e dificilmente o poderá compreender o sentimento mais íntimo do coração. Por isso entrego-me com todas as forças da minha alma ao louvor e à acção de graças. [...] «Porque fez em mim grandes coisas o Todo-Poderoso; e o Seu nome é Santo». [...] De facto, só aquele em quem o Senhor realiza obras grandiosas pode proclamar dignamente a Sua grandeza e exortar os que participam da mesma promessa e dos mesmos sentimentos: «Engrandecei comigo ao Senhor; exaltemos juntos o Seu nome» (Sl 34 [33],4). [...]


«Acolheu a Israel, Seu servo, lembrado da Sua misericórdia». Com admirável propriedade o cântico chama a Israel servo do Senhor, isto é, obediente e humilde, a quem o Senhor acolheu para o salvar, segundo as palavras do profeta Oseias: «Quando Israel era ainda criança, eu o amei» (11,1; cf. 11,4). Quem não quer humilhar-se não pode ser salvo [...] mas «quem se humilhar como uma criança será o maior no Reino dos Céus» (Mt 18,4).

«Como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Refere-se o texto não à descendência carnal de Abraão, mas à espiritual, isto é, não somente aos nascidos da sua carne, mas aos que seguiam o exemplo da sua fé. [...] O advento do Salvador foi prometido a Abraão e à sua descendência para sempre, isto é, aos filhos da promessa, dos quais se diz: «Se sois de Cristo, também sois descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa» (Gl 3,29).


É de notar que foram as mães, a do Senhor e a de João, que se anteciparam a anunciar profeticamente o nascimento de seus filhos. [...] E se foi pela sedução de uma só mulher que se introduziu no mundo a morte, agora é pela profecia de duas mulheres que se anuncia ao mundo a salvação.


(Fonte: Evngelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 22 de dezembro de 2012

Então Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a humildade da Sua serva. Portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão ditosa, porque o Todo-poderoso fez em mim grandes coisas. O Seu nome é Santo, e a Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, dispersou os homens de coração soberbo. Depôs do trono os poderosos, elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e aos ricos despediu de mãos vazias. Tomou cuidado de Israel, Seu servo, lembrado da Sua misericórdia; conforme tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou com Isabel cerca de três meses; depois voltou para sua casa.

Lc 1, 46-56