Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 30 de junho de 2013

Amar a Cristo...

Senhor Jesus dai-nos um coração humilde e contrito e nunca nos permitas ficarmos embriagados pela vaidade, coisa vã, desnecessária e fonte de muitos males subjacentes.

Tudo nos ofereceste, mas nada nos pertence, não porque sejas avaro, mas porque tudo o que nos concedes, se assumido como nosso perde o seu real valor, pois só é bom e justo se dimensionado à Tua infinita bondade.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor para todo o sempre!

JPR

Entrevista ao P. Miguel Cabral sobre as gravidezes de risco

20 e 21 de julho: Movimento da Mensagem de Fátima em peregrinação nacional


Deus quer cristãos livres para ouvir sua voz

O Papa Francisco rezou este domingo a oração do Angelus com milhares de fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro.

Na alocução que precedeu a oração mariana, o Pontífice comentou o Evangelho deste domingo, que mostra uma passagem muito importante na vida de Cristo: o momento em que – como escreve São Lucas – “Jesus tomou resolutamente o caminho de Jerusalém”.

Jerusalém, explicou é a meta final, onde Jesus, na sua última Páscoa, deve morrer e ressuscitar, e assim levar a termo a sua missão de salvação. A partir daquele momento, Jesus fixa a meta, e inclusive às pessoas que encontra e que pedem para segui-Lo, fala claramente quais são as condições: não ter uma moradia estável; desapegar-se dos afetos humanos; não ceder à nostalgia do passado.

Aos seus discípulos, encarregados de precedê-lo no caminho rumo a Jerusalém para anunciar a sua passagem, Jesus diz que não imponham nada: se não encontrarem disponibilidade a acolhê-Lo, que continuem, que se prossiga. Jesus jamais impõe, Ele é humilde e convida.

“Tudo isso faz pensar”, disse o Papa, pois nos diz a importância que, também para Jesus, teve a consciência: o escutar no seu coração a voz do Pai e segui-la. Jesus, na sua existência terrena, não era, por assim dizer, “teleguiado”: era o Verbo encarnado, o Filho de Deus feito homem, e a um certo ponto tomou a firme decisão de ir a Jerusalém pela última vez; uma decisão tomada na sua consciência, mas não sozinho: com o Pai, em plena união com Ele! Decidiu em obediência ao Pai, em escuta profunda, íntimo da sua vontade. E por isso a decisão era firme, porque tomada com o Pai. E no Pai Jesus encontrava a força e a luz para o seu caminho.

"Jesus era livre; aquela decisão foi livre. E ele nos quer livre como ele. Com aquela liberdade que vem deste diálogo com o Pai. Jesus não quer nem cristãos egoístas que seguem o próprio eu e não fala com Deus, nem cristãos fracos, que não têm vontade, cristãos teleguiados, incapazes de criatividade. A liberdade está no diálogo com Deus na própria consciência. Se um cristão não sabe falar com Deus na própria consciência, não é livre."

Por isso, acrescentou, devemos aprender a escutar mais a nossa consciência. Mas atenção! – advertiu o Pontífice: “Isso não significa seguir o próprio eu, fazer o que me interessa, o que me convém, o que eu gosto... Não é isso! A consciência é o espaço interior da escuta da verdade, do bem, da escuta de Deus; é o lugar interior da minha relação com Ele, que fala ao meu coração e me ajuda a discernir, a compreender o caminho que deve percorrer, e uma vez tomada a decisão, a ir avante, a permanecer fiel".

Recentemente, disse Francisco sob aplausos, tivemos um exemplo “maravilhoso” de como é esta relação com Deus na própria consciência, disse o Papa: “Bento XVI nos deu um grande exemplo neste sentido, quando o Senhor lhe fez entender, na oração, qual era o passo que ele tinha que dar. Ele seguiu, com grande sentido de discernimento e coragem, a sua consciência, ou seja, a vontade de Deus que falava ao seu coração. É um exemplo a seguir”.

Que Nossa Senhora, concluiu, “nos ajude a nos tornar sempre mais homens e mulheres de consciência, capazes de escutar a voz de Deus e segui-la com decisão”.

Após rezar o Angelus, Francisco recordou que hoje se celebra o Dia do Papa. "Desejo agradecer aos Bispos e a todas as paróquias, especialmente as mais pobres, pelas orações e ofertas que socorrem tantas iniciativas pastorais e caritativas do Sucessor de Pedro em todas as partes do mundo. Obrigado a todos!"

Por determinação da VII Assembleia da CNBB, em todas as igrejas e oratórios, mesmo dos mosteiros, conventos e colégios, comemora-se o Dia do Papa com pregações e orações e generosas ofertas para o Óbolo de S. Pedro.

(Fonte: 'news.va')

Vídeo da ocasião em italiano

Bom Domingo do Senhor!

Respondamos aos pedidos do Senhor sem hesitações como fizeram aqueles de que nos fala o Evangelho de hoje (Lc 9, 51-62) se o fizermos ao contrário deles estaremos a amá-Lo acima de todas as coisas.

Que o nosso amor a Jesus Cristo Nosso Senhor seja um fonte inesgotável!

«Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16,15)

Basílio de Seleuceia (? - c. 468), bispo 
Sermão da Ressurreição, 1-4

«Mete o teu dedo na marca dos cravos», diz Jesus a Tomé. «Procuraste-Me quando Eu não estava cá, aproveita agora. Conheço a tua vontade mais do que o teu silêncio. Sei o que pensas antes sequer de que Mo digas. Ouvi-te falar e, embora sem ser visto, estava junto de ti e das tuas dúvidas e, sem Me fazer sentir, pus-te à espera para melhor observar a tua impaciência. Mete o teu dedo na marca dos cravos e a tua mão no Meu lado, e não sejas assim incrédulo, mas crê».

Então Tomé toca-O e cai por terra toda a sua desconfiança. Cheio duma fé sincera e de todo o amor que deve para com o seu Deus, exclama: «Meu Senhor e meu Deus!» E o Senhor diz-lhe: «Porque Me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto. Tomé, leva o relato da Minha Ressurreição a todos os que não viram. Exorta toda a terra a crer já não nos seus olhos mas na tua palavra. Percorre os povos e as cidades pagãs e ensina-os a levar aos ombros a cruz em vez das armas. [...] Diz-lhes que são doravante chamados pela Graça e tu, contempla a sua fé: felizes, na verdade, aqueles que acreditaram sem terem pedido para ver!»

Assim é o exército recrutado pelo Senhor, e assim são os filhos da piscina baptismal, as obras da Graça, a colheita do Espírito. Seguiram a Cristo sem O terem visto, procuraram-n'O e acreditaram porque viram com os olhos da fé e não do corpo. Não meteram o dedo na marca dos cravos, mas atrelaram-se à cruz e aceitaram os Seus sofrimentos. Não viram o lado de Cristo mas, pela Graça, encontraram-se unidos aos Seus membros e fizeram suas as palavras do Senhor: «Felizes os que crêem sem terem visto».

O que sucede após a morte? A resposta deu-a Jesus Cristo ao morrer e ressuscitar (vídeo em inglês que aborda a perspectiva de diferentes religiões antes de concluir)

«Segue-Me»

Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Meditação para a festa da Exaltação da Santa Cruz

O Salvador precedeu-nos no caminho da pobreza. Todos os bens do céu e da terra Lhe pertencem. Não representam para Ele nenhum perigo; podia fazer uso deles e manter o Seu coração completamente livre. Mas Ele sabia que é quase impossível a um ser humano possuir bens sem se subordinar a eles e tornar-se seu escravo. Foi por esta razão que Ele abandonou tudo e nos mostrou, com o Seu exemplo, mais ainda do que pelas Suas palavras, que só possui tudo quem não possui nada. O Seu nascimento num estábulo e a Sua fuga para o Egipto mostravam já que o Filho do Homem não teria onde reclinar a cabeça. Quem quiser segui-Lo tem de saber que não temos aqui morada permanente. Quanto mais vivamente tomarmos consciência disso, mais fervorosamente tenderemos para a nossa futura morada, e exultaremos com o pensamento de termos direito de cidadania no Céu.

sábado, 29 de junho de 2013

Palmas no adeus da Diocese de Lisboa a D. José Policarpo

Foto Rádio Renascença
O patriarca emérito de Lisboa, D. José Policarpo, presidiu hoje no Mosteiro dos Jerónimos à última celebração enquanto bispo diocesano, despedida sublinhada com uma longa salva de palmas pelos participantes, no final da missa.

Antes, o bispo auxiliar D. Joaquim Mendes tinha evocado perante os presentes a “grande sensibilidade” do cardeal aos “problemas” do mundo contemporâneo e o seu “sábio magistério de mestre da fé”.

“Estamos gratos a Deus, que na pessoa de vossa eminência, nos concedeu ao longo destes anos um pastor de sábia ousadia pastoral e teológica, com grande sensibilidade cultural e social”, afirmou.

D. Joaquim Mendes elogiou a capacidade de “diálogo aberto e respeitador” do patriarca emérito “com o mundo e com todos”, para “comunicar o Evangelho com audácia e frescura de linguagem”

A celebração contou com a ordenação de seis novos padres e uma homilia de D. José Policarpo centrada neste momento de mudança.

“O senhor D. Manuel (Clemente), novo patriarca, e eu próprio, só desejamos uma coisa: que a Igreja de Lisboa cresça”, declarou D. José Policarpo.

D. Joaquim Mendes manifestou ao cardeal a “profunda gratidão, comunhão e amizade” da diocese e recordou um percurso de 17 anos como padre, 19 como bispo auxiliar, um ano como arcebispo coadjutor e 15 como patriarca na Igreja de Lisboa.

“Vai continuar connosco com a sua oração e a sua presença amiga, ajudando-nos a percorrer o caminho da entrega generosa e da fidelidade a Cristo e à Igreja”, declarou.

Após a intervenção, D. Joaquim Mendes procedeu à oferta de uma imagem de Nossa Senhora, momento selado com um abraço, ao som das palmas da assembleia, que se prolongaram por vários minutos.

D. José Policarpo deixou o seu lugar no presbitério e desceu até junto da assembleia, onde saudou alguns dos presentes, incluindo o ministro Luís Marques Guedes, ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e a reitora da Universidade Católica Portuguesa, Maria da Glória Garcia, entre outras autoridades civis, políticas, militares e académicas.

OC / Agência Ecclesia

Igreja de Roma funda-se sobre o martírio

Ao meio dia, da janela do Palácio Apostólico, o Papa Francisco, retomou, antes da oração mariana do Angelus, o tema da festa dos Santos Pedro e Paulo, dizendo que é de modo especial uma festa da Igreja de Roma, Igreja que se funda sobre o martírio destes dois Apóstolos. Mas é também uma festa da Igreja Universal porque o povo de Deus a eles deve o dom da fé. A providencia quis que ambos chegassem a Roma e aqui versassem o sangue pela fé. É por isso – frisou o Papa - que Roma se tornou, “imediata e espontaneamente, ponto de referencia para toda a Igreja espalhada pelo mundo. Não pelo poder do Império, mas pela força do martírio, do testemunho prestado a Cristo”.

“No fundo, é sempre e somente o amor de Cristo que gera a fé e que manda para a frente a Igreja”

O Papa convidou depois a pensar em Pedro que não confessou a sua fé pelas suas capacidades humanas, mas porque foi conquistado pela graça que Jesus difundia. O mesmo acontece com Paulo que, quando jovem, era inimigo dos cristãos, mas quando Cristo Ressuscitado o chamou pelas vias de Damasco, compreendeu que Jesus não tinha morrido, estava vivo, e amava a ele também que era seu inimigo – disse o Papa, indicando nisto a experiência da misericórdia, do perdão, que Pedro e Paulo experimentaram em si próprios e pelo qual deram a vida. E o Papa sublinhou essa grande alegria…

“Caros irmãos, que alegria acreditar em Deus que é amor, totalmente graça!. Esta é a fé que Pedro e Paulo receberam de Cristo e transmitiram à Igreja. Louvemos o Senhor por estes dois gloriosos testemunhos, e como eles se deixaram conquistar por Cristo. “

O Papa Francisco recordou também Santo André, irmão de Simão Pedro e que partilhou com ele a fé em Jesus.

“Apraz-me recordá-lo também porque hoje, segundo uma bela tradição, está presente em Roma a Delegação do Patriarcado de Constantinopla, que tem como Padroeiro precisamente o Apóstolo André. Todos juntos mandamos as nossas saudações cordiais ao Patriarca Bartolomeu I e rezamos por ele por aquela Igreja”

Depois da oração mariana do Angelus, o Papa saudou os peregrinos vindos de várias partes do mundo para festejar os Arcebispos Metropolitas, pedindo orações por eles e pelas suas comunidades, de modo particular pelo povo centro africano, duramente provado, encorajando a caminhar com fé e esperança.

Rádio Vaticano

Vídeo da ocasião em italiano

D. Manuel Clemente recebe insígnia de honra das mãos do Papa

O novo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, recebeu este sábado o pálio, insígnia litúrgica de honra e jurisdição da Igreja Católica, numa cerimónia presidida pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro, em Roma.

D. Manuel Clemente foi o primeiro a receber a insígnia e fez o juramento em nome de todos, proferido em latim.

O Papa Francisco lembrou, na homilia da missa, que esta insígnia representa o compromisso de ser um instrumento de comunhão.

“O pálio, se é sinal da comunhão com o Bispo de Roma, com a Igreja universal, é também um compromisso que obriga cada um de vós a ser instrumento de comunhão”, começou por dizer o pontífice.

“Confessar o Senhor deixando-se instruir por Deus, consumar-se por amor de Cristo e do seu Evangelho, ser servidores da unidade: estas são as incumbências que os apóstolos São Pedro e São Paulo confiam a cada um de nós, amados irmãos no episcopado, para serem vividas por cada cristão.”

Foram as palavras do Papa Francisco, este sábado, no Vaticano, na cerimónia de imposição do pálio a 34 arcebispos.

D. Manuel Clemente, novo Patriarca de Lisboa, toma posse do cargo no próximo dia 6 de Julho, na Sé de Lisboa.

Também este sábado, D. José Policarpo despede-se da diocese de Lisboa após 15 anos como Patriarca. A partir das 10h30, vai presidir no Mosteiro dos Jerónimos à sua última celebração pública, a cerimónia de ordenação de seis novos padres e diáconos.

HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO

SANTA MISSA E IMPOSIÇÃO DO PÁLIO
AOS NOVOS ARCEBISPOS METROPOLITANOS
HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO
Basílica Vaticana
Sábado, 29 de Junho de 2013

Senhores Cardeais,
Eminentíssimo Metropolita Ioannis,
Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Amados irmãos e irmãs!
Celebramos a solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, padroeiros principais da Igreja de Roma; uma festa tornada ainda mais jubilosa pela presença de Bispos de todo o mundo. Uma enorme riqueza que nos faz reviver, de certa forma, o evento de Pentecostes: hoje, como então, a fé da Igreja fala em todas as línguas e quer unir os povos numa só família.
Saúdo cordialmente e com gratidão a Delegação do Patriarcado de Constantinopla, guiada pelo Metropolita Ioannis. Agradeço ao Patriarca ecuménico Bartolomeu I este novo gesto fraterno. Saúdo os Senhores Embaixadores e as Autoridades civis. Um obrigado especial ao Thomanerchor, o Coro da Thomaskirche [Igreja de São Tomé] de Lípsia – a igreja de Bach – que anima a Liturgia e constitui mais uma presença ecuménica.
Três pensamentos sobre o ministério petrino, guiados pelo verbo «confirmar». Em que é chamado a confirmar o Bispo de Roma?
1. Em primeiro lugar, confirmar na fé. O Evangelho fala da confissão de Pedro: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16, 16), uma confissão que não nasce dele, mas do Pai celeste. É por causa desta confissão que Jesus diz: «Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja» (16, 18). O papel, o serviço eclesial de Pedro tem o seu fundamento na confissão de fé em Jesus, o Filho de Deus vivo, tornada possível por uma graça recebida do Alto. Na segunda parte do Evangelho de hoje, vemos o perigo de pensar de forma mundana. Quando Jesus fala da sua morte e ressurreição, do caminho de Deus que não corresponde ao caminho humano do poder, voltam ao de cima em Pedro a carne e o sangue: «Pedro começou a repreendê-Lo, dizendo: (…) Isso nunca Te há-de acontecer!» (16, 22). E Jesus tem uma palavra dura: «Afasta-te, Satanás! Tu és para Mim um estorvo» (16, 23). Quando deixamos prevalecer os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, a lógica do poder humano e não nos deixamos instruir e guiar pela fé, por Deus, tornamo-nos pedra de tropeço. A fé em Cristo é a luz da nossa vida de cristãos e de ministros na Igreja!
2. Confirmar no amor. Na segunda leitura, ouvimos as palavras comoventes de São Paulo: «Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel» (2 Tm 4, 7). Qual combate? Não é o das armas humanas, que, infelizmente, ainda ensanguenta o mundo, mas o combate do martírio. São Paulo tem uma única arma: a mensagem de Cristo e o dom de toda a sua vida por Cristo e pelos outros. E foi precisamente este facto de expor-se em primeira pessoa, deixar-se consumar pelo Evangelho, fazer-se tudo para todos sem se poupar, que o tornou credível e edificou a Igreja. O Bispo de Roma é chamado a viver e confirmar neste amor por Cristo e por todos, sem distinção, limite ou barreira. E não só o Bispo de Roma, mas todos vós, novos arcebispos e bispos, tendes o mesmo dever: deixar-se consumar pelo Evangelho, fazer-se tudo para todos. O dever de não se poupar, de se esquecer de si ao serviço do povo santo e fiel de Deus.
3. Confirmar na unidade. Aqui detenho-me a considerar o gesto que realizámos. O Pálio é símbolo de comunhão com o Sucessor de Pedro, «princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão» (Conc. Ecum. Vat. ii, Lumen gentium, 18). E hoje a vossa presença, amados Irmãos, é o sinal de que a comunhão da Igreja não significa uniformidade. Referindo-se à estrutura hierárquica da Igreja, o Concílio Vaticano II afirma que o Senhor «constituiu [os Apóstolos] em colégio ou grupo estável e deu-lhes como chefe a Pedro, escolhido de entre eles» (ibid., 19). Confirmar na unidade: o Sínodo dos Bispos, em harmonia com o primado. Devemos avançar por esta estrada da sinodalidade, crescer em harmonia com o serviço do primado. E continua o Concílio: «Este colégio, enquanto composto por muitos, exprime a variedade e universalidade do Povo de Deus» (ibid., 22). Na Igreja, a variedade, que é uma grande riqueza, sempre se funde na harmonia da unidade, como um grande mosaico onde todos os ladrilhos concorrem para formar o único grande desígnio de Deus. E isto deve impelir a superar sempre todo o conflito que possa ferir o corpo da Igreja. Unidos nas diferenças: não há outra estrada para nos unirmos. Este é o espírito católico, o espírito cristão: unir-se nas diferenças. Este é o caminho de Jesus! O Pálio, se é sinal da comunhão com o Bispo de Roma, com a Igreja universalcom o Sínodo dos Bispos é também um compromisso que obriga cada um de vós a ser instrumento de comunhão.
Confessar o Senhor deixando-se instruir por Deus, consumar-se por amor de Cristo e do seu Evangelho, ser servidores da unidade: estas são as incumbências que os Apóstolos São Pedro e São Paulo confiam a cada um de nós, amados Irmãos no Episcopado, para serem vividas por cada cristão. Sempre nos guie e acompanhe com a sua intercessão a Santíssima Mãe de Deus: Rainha dos Apóstolos, rogai por nós! Amen.

Vídeo da ocasião em italiano

«Hei-de seguir-Te para onde quer que fores»

Beato João XXIII (1881-1963), papa 
Diário da Alma, junho de 1957 [antes da eleição para a cátedra papal]


«Ao cair da tarde, dá-nos a luz.» Senhor, já chegou o cair da tarde. Cheguei ao septuagésimo sexto ano da minha vida, desta vida que é dom absoluto do Pai do Céu. Três quartos dos meus contemporâneos já passaram à outra margem e eu devo agora preparar-me para o grande momento. A ideia da morte não me traz inquietude. [...] Gozo de excelente e ainda robusta saúde, se bem que não possa fiar-me nela. Quero preparar-me para responder pronto! seja a que chamamento for, mesmo inesperado. Quero que a velhice – outro grande dom de Deus – seja para mim motivo de silenciosa alegria interior, de abandono quotidiano ao Senhor, para quem me volto como uma criança que se lança nos braços abertos do seu pai.A minha vida simples e (posso dizê-lo agora) longa desenrolou-se como um novelo sob o signo da humildade e da pureza. Não tenho custo nenhum em reconhecer e repetir que não sou nem valho absolutamente nada. Foi o Senhor que me fez nascer de gente modesta e pensou em tudo; eu apenas em tudo consenti. [...] É bem verdade que «a vontade do Senhor é a minha paz». E ponho toda a minha esperança na misericórdia de Jesus. [...]
Suponho que o Senhor me reserve, para minha mortificação e purificação e para poder ser admitido na alegria eterna, qualquer grande pena ou aflição do corpo ou do espírito antes de morrer. Pois bem, aceitá-la-ei por completo e de bom grado, contanto que tudo seja para glória de Deus, o bem da minha alma e o dos meus queridos filhos espirituais. Receio apenas a fraqueza da minha resistência e peço-Lhe que me ajude na minha pouca e quase nula confiança própria, antes a pondo toda no Senhor.
Há duas portas para entrar no Paraíso, a inocência e a penitência. Quem poderá presumir, homens fracos que somos, poder encontrar a primeira aberta de par em par? Quanto à segunda, é certa. Jesus passou por ela com a cruz aos ombros para pagar pelos nossos pecados e convida-nos a todos a segui-Lo.

(Fonte. Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 30 de junho de 2013

Aconteceu que, aproximando-se o tempo da Sua partida deste mundo, dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém, e enviou adiante de Si mensageiros, que entraram numa aldeia de samaritanos para Lhe prepararem pousada. Não O receberam, por dar mostras de que ia para Jerusalém. Vendo isto, os Seus discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu que os consuma?». Ele, porém, voltando-Se para eles, repreendeu-os. E foram para outra povoação. Indo eles pelo caminho, veio um homem que Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores». Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, porém, o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça». A um outro disse: «Segue-Me». Mas ele disse: «Senhor, permite-me que eu vá primeiro sepultar meu pai». Mas Jesus replicou: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu vai anunciar o reino de Deus». Um outro disse-Lhe: «Senhor, seguir-Te-ei, mas permite que vá primeiro dizer adeus aos de minha casa». Jesus respondeu-lhe: «Ninguém que, depois de ter metido a mão no arado olha para trás, é apto para o reino de Deus».

Lc 9, 51-62

Adquirir bons hábitos

As virtudes humanas ― diz-nos o Catecismo no número 1804 ― são atitudes firmes, disposições estáveis que regulam os nossos actos segundo a razão e a fé. Conferem facilidade, domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa. A pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem.

Educar possui uma estreita relação com ajudar a usar bem a liberdade ― ensinar a alcançar virtudes. Por isso, na educação das crianças e dos jovens a adquisição de bons hábitos possui uma enorme importância. Antes de nascermos, recebemos uma natureza biológica. No entanto, no caso do ser humano, além dessa natureza necessitamos da educação para desenvolver todas as nossas capacidades.

A educação dos nossos pais e professores ― desde a mais tenra idade ― levou-nos à repetição dos mesmos actos que foram construindo o nosso modo de ser. Fomos moldando o nosso carácter e afinando o nosso temperamento ― na medida das nossas possibilidades e com as nossas limitações.

A liberdade, dom que possuímos de um modo real mas limitado, oferece-nos tanto a possibilidade de desenvolvermos uma conduta digna e lógica, como de seguirmos um comportamento indigno e patológico.

Assim, diz-nos Aristóteles, com o passar do tempo uns homens tornam-se justos e os outros injustos. Uns trabalhadores e os outros preguiçosos. Uns seguem o caminho da responsabilidade e os outros o da irresponsabilidade. Uns são amáveis e os outros violentos. Uns amam a verdade e os outros preferem as facilidades da mentira. Uns são constantes no seu trabalho e os outros optam por viver ao sabor do vento.

Toda a repetição de actos bons pressupõe uma certa força de vontade. No entanto, hoje em dia, a educação da vontade é vista com uma certa desconfiança. Insistir na necessidade de fortalecer a vontade parece um ataque à liberdade.

É manifesto que a liberdade é um grande dom. Porém, perguntemo-nos: que acontece se a liberdade vai unida a uma fraca força de vontade?

Se uma criança não adquire hábitos positivos ― virtudes que facilitam a prática do bem ― a sua personalidade fica ao sabor da lei do gosto. Lei que, diga-se de passagem, é bastante caprichosa.

Adquirir hábitos virtuosos, como diz J. Ayllón, esbarra com um obstáculo permanente: por uma misteriosa incoerência, nenhum ser humano é como gostaria de ser. Por exemplo: quem fuma quando sabe que não o deveria fazer, quem não respeita uma dieta que entende que é para o seu bem. Essas pessoas contradizem-se livremente. Não é que lhes falte liberdade. Faltam-lhes forças!

Esse querer e não querer ao mesmo tempo não tem outro remédio que o esforço por vencer-se em cada caso. Essa debilidade constitutiva do ser humano torna necessário o treino da própria vontade. E esse treino inclui necessariamente o esforço, a capacidade de sacrifício e a sabedoria de, de vez em quando, saber dizer que não a si mesmo.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Suplica ao Senhor de Bento XVI, adotêmo-la como nossa


Senhor, ajudai-me a conhecer-Vos cada vez melhor! Ajudai-me a identificar-me cada vez mais com a vossa vontade! Ajudai-me a viver a minha existência, não para mim mesmo, mas a vivê-la juntamente convosco para os outros! Ajudai-me a tornar-me sempre mais vosso amigo!

(Bento XVI na homilia na Solenidade de S. Pedro e S. Paulo de 2011 em que celebrava o 60º aniversário da sua ordenação sacerdotal)

"Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16)

O que era difícil aceitar, para as pessoas às quais Jesus falava? O que continua a sê-lo também para muitas pessoas de hoje? Difícil de aceitar é o facto de que Ele pretende ser não somente um dos profetas, mas o Filho de Deus, e reivindica para si a mesma autoridade de Deus. Ouvindo-o pregar, vendo-o curar os doentes, evangelizar os pequeninos e os pobres e reconciliar os pecadores, gradualmente os discípulos conseguiram compreender que Ele era o Messias, no sentido mais elevado deste termo, ou seja, não apenas um homem enviado por Deus, mas o próprio Deus que se fez homem. Claramente, tudo isto era maior do que eles, ultrapassava a sua capacidade de compreender. Podiam expressar a sua fé com os títulos da tradição judaica: "Cristo", "Filho de Deus", "Senhor". Mas para aderir verdadeiramente à realidade, aqueles títulos deviam de alguma forma ser redescobertos na sua verdade mais profunda: o próprio Jesus, com a sua vida, revelou o seu significado integral, sempre surpreendente, até mesmo paradoxal em relação às concepções correntes. E a fé dos discípulos teve que se adaptar progressivamente. Ela apresenta-se-nos como uma peregrinação que tem o seu momento fontal na experiência do Jesus histórico, encontra o seu fundamento no mistério pascal, mas depois deve progredir ainda mais, graças à acção do Espírito Santo. Esta foi também a fé da Igreja ao longo da história; além disso, esta tem sido inclusive a nossa fé, de nós cristãos de hoje. Solidamente alicerçada na "rocha" de Pedro, é uma peregrinação rumo à plenitude daquela verdade que o Pescador da Galileia professou com uma convicção apaixonada: "Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16).

Caros irmãos e irmãs, na profissão de fé de Pedro, podemos sentir-nos e ser todos um só, não obstante as divisões que, ao longo dos séculos, dilaceraram a unidade da Igreja, com consequências que perduram até aos dias de hoje. Em nome dos Santos Pedro e Paulo, renovemos hoje, juntamente com os nossos Irmãos provenientes de Constantinopla aos quais volto a agradecer a presença nesta nossa celebração o compromisso a cumprir até ao fim o desejo de Cristo, que nos quer plenamente unidos. Com os Arcebispos concelebrantes, acolhamos o dom e a responsabilidade da comunhão entre a Sé de Pedro e as Igrejas Metropolitanas confiadas aos seus cuidados pastorais. Que nos oriente e nos acompanhe sempre com a sua intercessão a Santa Mãe de Deus: a sua fé indefectível, que sustentou a fé de Pedro e dos outros Apóstolos, continue a apoiar também a fé das gerações cristãs, a nossa própria fé: Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!

Amém.

Bento XVI - Excerto homilia pronunciada na Basílica de São Pedro a 29 de Junho de 2007

O Evangelho do dia 29 de junho de 2013

Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus disse-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventurado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus. E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus».

Mt 16, 13-19

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Amar a Cristo...

Querido Jesus, faz hoje uma ano e como sempre tens feito ao longo da nossa vida, que nos destes a grande alegria de saber que o Santo Padre Bento XVI havia declarado, esse excepcional filho Teu, Álvaro del Portillo, Venerável, primeiro e relevante passo para a Tua Igreja o eleger aos altares.

Este júbilo, que nos concedeste e o privilégio de anunciar então a alguns amigos que o partilham connosco, dá-nos a certeza do Teu amor e aumenta em nós cada dia que passa o fervor da fé e do amor por Ti e pela Tua Obra.

Louvor e glória a Vós Senhor Jesus, através daqueles que Te serviram heroicamente!

JPR

Arcebispos Metropolitanos nomeados no último ano receberão o Pálio do Santo Padre durante uma Missa Solene amanhã (vídeo em espanhol)

Sejamos pacientes e irrepreensíveis diante do Senhor

Papa Francisco celebrou Missa, na manhã desta sexta-feira, na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, da qual participaram o arcebispo de Ribeirão Preto (SP), que, amanhã, receberá o Pálio sagrado, e os funcionários do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano, guiados pelo seu diretor Patrizio Polisca.

Na breve meditação, que costuma fazer aos presentes, o Santo Padre partiu da Liturgia do dia, referindo-se a Abraão e ao leproso, dizendo que “o Senhor procura se envolver na vida do povo e na nossa vida.

De facto, disse o Papa, a ação do Senhor não tem um protocolo preciso ao entrar em contacto connosco. Ele age em modos e momentos diferentes, mas, age sempre:
“O Senhor escolhe sempre o seu modo de entrar na nossa vida. Algumas vezes, ele o faz lentamente, a ponto de quase perdermos a paciência. Não obstante, continuamos a rezar, a rezar... e parece que ele não vem ao nosso encontro. Outras vezes, além de sermos impacientes, somos céticos sobre a sua intervenção. Mas, o Senhor toma tempo e tem tanta paciência!”.

Por isso, o Papa nos pede para que também nós sejamos pacientes e irrepreensíveis diante do Senhor. Ele nos espera sempre, até o fim da nossa vida, se necessário. Ele caminha connosco, embora, muitas vezes, ele não se manifeste e não se mostre a nós. Peçamos-lhe, pois, concluiu o Santo Padre, a graça de caminharmos sempre na sua presença!

(Fonte: 'news.va')

Vídeo da ocasião em italiano

Henrique Cymerman da SIC (TV) esteve com o Papa Francisco (imagens inéditas)

Existe Deus?

Existe Deus

«Jesus estendeu a mão e tocou-o»

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade 
«A Simple Path»


Actualmente, a doença mais terrível do Ocidente não é a tuberculose nem a lepra; é sentimo-nos indesejados, não amados, abandonados. Sabemos tratar as doenças do corpo pela medicina, mas o único remédio para a solidão, a angústia e o desespero é o amor. São muitas as pessoas que morrem por falta de um pedaço de pão, mas são muitas mais as que morrem por falta de um pouco de amor. A pobreza no Ocidente é outro tipo de pobreza: não é apenas pobreza de solidão, mas também de espiritualidade. Existe fome de amor como existe fome de Deus.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Quero, fica purificado!»»

São Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Hino 30 (a partir da trad. de SC 174, p. 357)


Antes que brilhasse a luz divina,
Não me conhecia a mim mesmo.
Vendo-me então nas trevas e na prisão,
Preso num lamaçal,
Coberto de sujidade, ferido, com a minha carne inchada [...],
Caí aos pés d'Aquele que me iluminara.

E Aquele que me iluminara tocou com as Suas mãos
Nas minhas cadeias e nas minhas feridas;
Do sítio onde a sua mão tocou e aonde o Seu dedo se chegou,
No mesmo momento me caíram as cadeias,
Desapareceram as feridas e toda a sujidade.
A mácula da minha carne desapareceu [...]
E Ele tornou-a semelhante à Sua mão divina.
Estranha maravilha: a minha carne, a minha alma e o meu corpo
Participam da glória divina.

Assim que fui purificado e desembaraçado das minhas cadeias,
Ei-Lo que me estende uma mão divina,
Retira-me completamente do lamaçal,
Abraça-me, lança-se-me ao pescoço,
Cobre-me de beijos (Lc 15, 20).
E a mim, que estava completamente exausto,
E tinha perdido as forças,
Pôs-me aos ombros (Lc 15, 5),
E levou-me para fora do meu inferno. [...]
É a luz que me leva e me sustenta;
Conduz-me para uma grande luz. [...]
Permite-me contemplar através de que estranha renovação
Ele próprio me tornou a formar (Gn 2, 7) e me arrancou à corrupção.
Concedeu-me o dom da vida imortal
E revestiu-me com uma túnica imaterial e luminosa
E deu-me sandálias, um anel e uma coroa
Incorruptíveis e eternos (Lc 15, 22).

O Evangelho do dia 28 de junho de 2013

Tendo Jesus descido do monte, seguiu-O uma grande multidão. E eis que, aproximando-se um leproso, se prostrou, dizendo: «Senhor, se Tu quiseres, podes curar-me». Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo-lhe: «Quero, sê curado». E logo ficou curado da sua lepra. E Jesus disse-lhe: «Vê, não o digas a ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e faz a oferta que Moisés preceituou em testemunho da tua cura».

Mt 8, 1-4

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Hoje 27 20h00 no Jornal da Noite da SIC (TV) - Papa Francisco entrevistado pelo jornalista Henrique Cymerman (agradecimento 'É o Carteiro!)


Homilia do Prelado do Opus Dei a 26 de junho de 2013 por ocasião da Festa de São Josemaría Escrivá

Queridos irmãos e irmãs:



Este ano celebramos a festa litúrgica de São Josemaria em pleno Ano da Fé. Já decorreram muitos meses desde o seu início, mas ainda restam alguns antes da sua conclusão. Parece-me, por isso, oportuno refletir hoje juntos sobre como estamos a viver este tempo de graça. Dirijamos o nosso olhar para São Josemaria; recorramos à sua intercessão, enquanto consideramos alguns aspetos da fé, recebida de Deus, que ele viveu heroicamente. 
Detenho-me em algumas características desta sua virtude. Muito tempo antes da fundação do Opus Dei, São Josemaria - quando ainda era rapaz - intuiu que Deus queria qualquer coisa dele, algo que não conhecia. Para estar mais disponível para a Vontade de Deus, deixou de lado os seus legítimos planos pessoais e decidiu tornar-se sacerdote. Durante dez, onze anos de estudo, de preparação espiritual confiada, rezou muito condensando a sua oração pessoal nas palavras do cego do Evangelho: Domine, ut videam!, Senhor, que eu veja. E acrescentava o recurso à Virgem: Domina ut sit! Senhora, que seja, que se cumpra em mim a vontade do teu Filho. Deste modo, por esta já intensa vida de fé, de esperança e de amor, no dia 2 de outubro de 1928 estava preparado para acolher o projeto divino sobre a Obra.

Perto do fim da sua existência terrena, numa reunião familiar com muitas pessoas, comentava que a sua vida tinha seguido de algum modo o que aconteceu com Abraão, nosso pai na fé, que in spe contra spem credidit (Rm 4, 18), acreditou em Deus, contra toda a esperança. Dizia: Porque, há cerca de quarenta e sete anos, havia um sacerdote - que conheço a meias, tão pecador como eu - sem qualquer meio humano, sem nada: não tinha mais que vinte e seis anos, a graça de Deus e bom humor. Aqui fez uma pausa e continuou:Humanamente falando não é um grande tesouro, não é verdade?, mas diante de Deus... E agora estais vós aqui; e há irmãos vossos em todo o mundo: de todas as cores, de todas as raças, de todas as línguas (S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar na Argentina, 9-VI-1974).

Coisas grandes
Parece-me que esta vida de fé se liga muito bem com o Evangelho da Missa de hoje, em que contemplamos a resposta de fé de São Pedro. Aqueles pescadores tinham-se cansado em vão toda a noite, sem ter conseguido nenhum fruto do seu duro trabalho. E Jesus, depois de ter falado à multidão, diz a Pedro: Faz-te ao largo e vós lançai as redes para a pesca. Um momento de incerteza e imediatamente o Apóstolo lhe responde: mas já que o dizes, lançarei as redes. E realizou-se o milagre: apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se (Lc 5, 4-6). Foi um prodígio que Deus realizou com a colaboração humilde, cheia de fé, de Pedro e dos seus companheiros.
Não esqueçamos esta realidade: também na nossa vida, no nosso trabalho, Deus está disposto a realizar grandes coisas. Espera, no entanto, a nossa fé: que acreditemos verdadeiramente n’Ele, Filho de Deus que se fez homem para nos salvar. Noutra ocasião, os doze perguntaram ao Senhor como fazer os milagres que Ele fazia. E esta foi a resposta de Jesus: Esta é a obra de Deus: acreditar n’Aquele que Ele enviou (Jo 6, 29)
Deus é o mesmo de sempre, escreveu São Josemaria em Caminho— O que falta são homens de fé; e renovar-se-ão os prodígios que lemos na Sagrada Escritura. -"Ecce non est abbreviata manus Domini". - A mão de Deus, o seu poder, não diminuiu!
(Caminho, 586).

Hoje, como ontem, o Senhor está disposto a fazer grandes coisas. Precisa apenas da nossa colaboração, do nosso empenho numa conversão que chegue a todas as pessoas que vivem à nossa volta. "Nesta perspetiva, o Ano da Fé - explicava Bento XVI na carta em que o convocou - é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo" (Bento XVI, Carta apostólicaPorta fídei, 11-X-2011, n. 7).

Crescer dia a dia
Não basta acreditar de um modo teórico. É necessário, sem dúvida, acolher fielmente os ensinamentos da Igreja, mas também é necessário que a fé se reflita em toda a nossa vida, se manifeste em todas as circunstâncias, tanto nas que parecem importantes como nas pequenas ocupações que compõem o tecido do nosso quotidiano. Por outro lado, "só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus" (Bento XVI, Carta apost. Porta fídei, 11-X-2011, n. 13).

Completamente leal a esta lei da vida sobrenatural, São Josemaria empenhou-se decididamente em crescer dia após dia na fé. Apoiando-se nesta virtude infundida por Deus na sua alma, colaborando com a sua resposta pessoal, este santo sacerdote foi capaz de superar todas as dificuldades que se interpunham ao cumprimento da vontade divina.
Por exemplo, em 1934, poucos anos depois da fundação do Opus Dei, escrevia:Não se me ocultam os obstáculos que ides encontrar. Alguns poderão parecer insuperáveis, mas inter medium montium pertransibunt aquae : e o espírito sobrenatural da Obra e o ímpeto do vosso zelo passarão através dos montes, e vencereis esses obstáculos (Instrução, 1-IV-1934, n. 7). E com a mesma convicção repetia em 1974: Salvarão este nosso mundo (...) não os que pretendem narcotizar a vida do espírito, reduzindo tudo a questões económicas ou de bem-estar material, mas os que têm fé em Deus e no destino eterno do homem e sabem receber a verdade de Cristo como luz orientadora para a ação e a conduta (Discurso na investidura de doutores "honoris causa", Pamplona, 9-V-1974).
São Josemaria procurou pregar esta fé, ou melhor, ensiná-la e difundi-la por toda a terra. E hoje, graças a Deus, são milhões as pessoas de todas as idades, de todas as culturas e estratos sociais, que - seguindo as pegadas destes ensinamentos – se esforçam por encontrar Deus em todas as circunstâncias da vida quotidiana. Tanto homens como mulheres seguem Cristo mais de perto, como Pedro, João, André e os outros apóstolos depois da pesca milagrosa. Com quanta força terão ressoado nas suas almas, aquelas palavras maravilhosas: Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens. E, depois de terem reconduzido os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram Jesus (Lc 5, 10-11).

Não é difícil!
Também nós, com a graça do Espírito Santo, somos capazes de seguir Jesus como os primeiros Doze, cada um no lugar onde Deus o chama: não é difícil! E aí, onde o Senhor nos encontrou ou nos pede que permaneçamos, dar a conhecer e amar Jesus a muitas outras pessoas. Com palavras do Papa Francisco, podemos perguntar: "E nós? Somos nós capazes de levar a Palavra de Deus aos nossos ambientes de vida? Sabemos falar de Cristo, do que Ele significa para nós, em família, com as pessoas que fazem parte da nossa vida diária? A fé nasce da escuta, e fortalece-se no anúncio" (...).
"Isto vale para todos", continua o Santo Padre: "tem-se de anunciar e testemunhar o Evangelho. Cada um deveria interrogar-se: Como testemunho Cristo com a minha fé? Tenho a coragem de Pedro e dos outros Apóstolos para pensar, decidir e viver como cristão, obedecendo a Deus? É certo que o testemunho da fé se reveste de muitas formas, como sucede num grande fresco que apresenta uma grande variedade de cores e tonalidades; todas, porém, são importantes, mesmo aquelas que não sobressaem. No grande desígnio de Deus, cada detalhe é importante, incluindo o teu, o meu pequeno e humilde testemunho, mesmo o testemunho oculto de quem vive a sua fé, com simplicidade, nas suas relações diárias de família, de trabalho, de amizade" (Papa Francisco, Homilia na Basílica de São Paulo Extramuros, 14-IV-2013). 

Para terminar, escutemos estas palavras de São Josemaria. A nossa fé não é uma carga, nem uma limitação. Que pobre ideia da verdade cristã manifestaria quem assim pensasse! Ao decidirmo-nos por Deus não perdemos nada; ganhamos tudo. (...) Tirámos a carta que ganha, conseguimos o primeiro prémio. Quando alguma coisa nos impedir de ver isto com clareza, examinemos o interior da nossa alma. Talvez haja pouca fé, pouca intimidade pessoal com Deus, pouca vida de oração. (Amigos de Deus, n. 38 ).

Peçamos a Deus Nosso Senhor, através de sua Mãe, que também é nossa Mãe,que aumente em nós o seu amor, que nos conceda saborear a doçura da sua presença; porque só quando se ama se chega à mais plena liberdade: a de jamais querer abandonar, por toda a eternidade, o objeto dos nossos amores (Amigos de Deus, n. 38). E com a intercessão de São Josemaria, supliquemos a Deus que nos meses do Ano da Fé que ainda nos restam e, depois, durante toda a vida, permaneça mais forte, mais firme, mais ardente a nossa fé, na vida sacramental com o recurso frequente à Confissão e à Eucaristia. Assim seja. 

Roma, Basílica de Santo Eugénio, 26-VI-2013

Devemos ser cristãos da alegria

O Papa Francisco celebrou, na manhã desta quinta-feira, na  Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, uma Santa Missa, da qual participaram o Cardeal-arcebispo de Aparecida, D. Raimundo Damasceno Assis, e outros bispos. Estavam presentes também os funcionários da Direção de Assistência da Saúde e Higiene do Vaticano. Como todos os dias, o Papa Francisco fez uma reflexão dando destaque ao “cristão, como portador da alegria”. E, comentando o Evangelho de Mateus, proposto pela Liturgia do dia, o Santo Padre disse:
“Na história da Igreja sempre houve duas classes de cristãos: aqueles só de palavras, que dizem “Senhor, Senhor...” e aqueles de ação e da verdade. Sempre houve a tentação de viver o nosso cristianismo fora da rocha, que é Cristo, o único que nos dá liberdade e nos sustenta nos momentos mais difíceis”.

Não devemos, disse o Santo Padre, ser cristãos separados da rocha, que é Cristo. Esses são cristãos só em palavras, como acontece hoje na Igreja. Existem dois tipos de cristãos: os “agnósticos”, que amam as palavras bonitas, e os “pelagianos”, que vivem um estilo de vida sério, até rígidos demais.

Trata-se de cristãos superficiais, afirmou o Papa, que acreditam em Deus de modo leviano. Logo, estes não são cristãos, mas mascarados de cristãos, que não têm alegria e o orgulho de verdadeiros cristãos.

E o Santo Padre concluiu: “Uns são escravos da superficialidade e outros escravos da rigidez e da não liberdade. Mas, é o Espírito Santo que nos dá a liberdade. E, hoje, o Senhor nos convida a construir a nossa vida na rocha, que é Ele: Ele nos dá a liberdade e nos envia o seu Espírito, para que possamos prosseguir a nosso caminho cristão com alegria”.

(Fonte: 'news.va')

Vídeo da ocasião em italiano

A CATEQUESE (1)

Olho para trás, para a minha vida, e vou-me dando conta de que aquilo que aprendi na catequese, em casa ou nos colégios católicos por onde andei, tinha muito mais a ver com o conhecimento das verdades da Fé e da Doutrina, do que com a vivência interior, intima, da fé que Deus me tinha concedido.
Certo que via nos meus pais uma profunda prática cristã, não só na oração, mas também nos gestos e nas atitudes, mas Deus estava longe, inacessível, e muitas vezes “envolvido” num sem número de práticas e obrigações, que não sendo explicadas no seu conteúdo, não eram vividas, e não sendo vividas eram, como hoje em dia se diz, «uma seca».
Não é portanto de admirar que assim que pude decidir por mim mesmo, (ou assim julgava), me tenha afastado da prática religiosa e, por esse afastamento da Igreja, me tenha também afastado de Deus.
Isso leva-me a pensar nesta verdade de que sem Deus não há Igreja, mas que sem Igreja também o caminho para Deus se perde, mas isso seria uma muito longa reflexão.
Passados mais de 20 anos de afastamento, (já por volta dos 44 anos), pela graça de Deus, sem dúvida, comecei a procurar novamente esse Deus que me tinha sido ensinado e do qual me tinha afastado.
E encontrei-O, ou melhor, deixei que Ele me encontrasse, mas agora, mercê de quem então me ajudou e sobretudo de uma procura interior e íntima, encontrei-O próximo, tão próximo, que O sentia e sinto no dia-a-dia da minha vida.
De tal modo que o meu desejo e vontade não é que Ele faça parte da minha vida, mas que a minha vida seja Ele, no sentido de fazer sempre a sua vontade.
E esta vivência diária da Fé, fez-me encontrar a comunhão da/na Igreja, a beleza dos Sacramentos, a força da oração, a paz da confiança, a serenidade da esperança.
E assim, a prática religiosa, deixou de ser “prática”, porque passou a ser vida, o que era “obrigatório”, passou a ser intimamente desejado, o que era impaciente e “aborrecido” passou a ser paz e alegria vivida em comunhão de irmãos com Deus.
E nos momentos menos bons, acontece sempre a certeza de que Ele está ali, ao meu lado, ou melhor, está em mim, e “leva-me ao colo” para passar os “vales tenebrosos”.
Obviamente esta reflexão leva-me a pensar na catequese de hoje em dia, (sou catequista do 10º ano), e o modo como a mesma é dada e vivida.
Não tenho pretensões a dar soluções, mas apenas ajudar a reflectir no que será preciso fazer para que a maioria dos jovens não se afastem de Deus e da Igreja, a seguir ao Sacramento da Confirmação.
Parece não restar grandes dúvidas de que o modo como hoje em dia se continua a dar catequese, leva uma grande parte dos jovens a entende-la como uma obrigação, (como ter que andar na escola), e que tem um fim almejado, o Crisma, que é para eles, não um Sacramento de inicio de uma nova vida cristã, mas o fim de uma “aprendizagem” de uns “longos” dez anos, da qual ficam libertos para sempre.
E como catequese se relaciona com a Igreja e com Deus, a “libertação” não acontece apenas com a catequese mas também com tudo o que lhe está associado, ou seja, Deus e a Igreja.
Sem vivência interior da fé, o “apenas” conhecimento não se torna vida e se não se torna vida, é facilmente “descartável”.
Sem o encontro pessoal com Jesus Cristo, o conhecimento é “apenas” saber, não se torna em ser e em viver.
Como fazer então?
Julgo que em primeiro lugar a prática da oração é muito importante.
Ao mesmo tempo que se ensinam as orações da Igreja, dever-se-ia levar os jovens, logo desde o início, da mais tenra idade, a falarem com Jesus Cristo, na sua linguagem normal, como a um amigo a quem tudo se conta e com quem sempre se conta.
Esta proximidade com Jesus Cristo, (muitas vezes junto ao sacrário), leva a uma intimidade, a uma interioridade, que apenas o ensino da matéria não consegue alcançar, e torna mais “apetecível” o momento da catequese.
Esta prática de oração, este “tu cá, tu lá” com Jesus Cristo, leva ao encontro pessoal com Ele, fá-Lo próximo, torna-O presente em cada momento, e assim sendo Alguém a Quem desejamos ter sempre por perto, ter sempre connosco.
Nota:
Continua na próxima semana, se Deus quiser!

Marinha Grande, 25 de Junho de 2013

Joaquim Mexia Alves