Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Papa Francisco pediu ao Cardeal Patriarca de Lisboa que consagrasse o seu pontificado a Nossa Senhora de Fátima

O Papa Francisco pediu, por duas ocasiões, a D. José Policarpo, cardeal patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que consagrasse o seu ministério petrino a Nossa Senhora de Fátima.

A revelação foi feita esta tarde no Santuário de Fátima por D. José Policarpo, na sessão de abertura da 181.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

No final do discurso de abertura, D. José Policarpo revelou: “O Papa Francisco pediu-me duas vezes que consagrasse o seu novo ministério a Nossa Senhora de Fátima. É mandato que posso cumprir no silêncio da oração. Mas seria belo que toda a Conferência Episcopal se associasse à realização deste pedido. Maria guiar-nos-á em todos os nossos trabalhos e também na forma de dar cumprimento a este desejo do Papa Francisco”.

(Excerto do comunicado da Sala de Imprensa do Santuário de Fátima 35/2013, de 8 de janeiro de 2013, 16:45)

Saudação à Virgem Maria (São Francisco de Assis)


Salve, ó Senhora Santa, Rainha Santíssima,
Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja,
eleita pelo Santíssimo Pai celestial,
que vós consagrou por seu Santíssimo e
dilecto Filho e o Espírito Santo Paráclito.
Em vós residiu e reside toda plenitude da graça e todo o bem.
Salve, ó palácio do Senhor!
Salve, ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó mãe do Senhor!
E salve vós todas, ó santas virtudes derramadas,
pela graça e iluminação do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis, transformando-os de infiéis
em fiéis servos de Deus!
Amen.

Amar a Cristo ...

Queridíssimo Jesus, hoje vimos agradecer-Te a Tua Imaculada Mãe e o seu fiat que a transforma em resposta ao Anjo Gabriel na primeira Tenda da Nova Aliança.

Tê-La na nossa alma é um tão belo e maravilhoso dom que nos concedeste, que não existem palavras para Te agradecer. Ainda assim, amado Jesus Filho de Maria, entregamo-nos no regaço da Nossa Rainha pedindo-lhe que nos leve sempre até a Ti, ao Pai e ao Espírito Santo, e que seja a ressonância do amor que Te manifestamos em oração.

Louvado sejais com a Imaculada Virgem Santa Maria hoje e sempre!

JPR

A soberania de Nosso Senhor sobre o mundo e a História

Jesus ressuscitado é também Dono do mundo, Senhor da História: nada acontece sem que Ele o queira ou permita, em vista dos desígnios salvadores de Deus. S. João apresenta-no-Lo, no Apocalipse, em toda a Sua glória: no meio dos candelabros, vi alguém com aparência humana. Estava vestido com uma túnica comprida até aos pés e cingido com um cinto de ouro em torno do peito. A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos, como a brancura da lã e da neve, os seus olhos eram como uma chama de fogo, os seus pés assemelhavam-se ao bronze incandescente numa forja e a sua voz era como o rumor de águas caudalosas. Ele tinha na mão direita sete estrelas e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes. O seu rosto era como o Sol quando brilha em todo seu esplendor [9].

Esta soberania de Nosso Senhor sobre o mundo e a História em toda a sua amplitude exige que nós, os Seus discípulos, nos empenhemos com todas as nossas forças na edificação do Seu reino na Terra. Uma tarefa que requer não só amar a Deus com todo o coração e com toda a alma, mas amar com caridade afetiva e efetiva, com obras e de verdade [10], cada um dos nossos semelhantes, de forma especial os mais necessitados. Compreende-se portanto muito bem, escreveu S. Josemaria, a impaciên­cia, a angústia, os inquietos anseios daqueles que, com uma alma naturalmente cristã (cfr. Tertuliano, Apologético, 17), não se resignam perante a injustiça indivi­dual e social que o coração humano é capaz de criar. Tantos séculos de convivência dos homens entre si, e ainda tanto ódio, tanta destruição, tanto fanatismo acumu­lado em olhos que não querem ver e em corações que não querem amar! [11].

[9]. Ap 1, 13-16.
[10]. 1 Jo 3, 18.
[11]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 111.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de abril de 2013)

© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

O parto marca a separação entre mãe e filho

“Contracorpo”, sexto romance de Patrícia Reis, é uma dolorosa reaproximação entre Maria, mãe e recém-viúva, e Pedro, o mais velho dos seus dois filhos

O parto marca o princípio da separação entre mãe e filho. A partir desse momento, a figura materna será sempre exterior à vida que criou dentro de si própria.

Se na infância a criança anseia pela mãe, na adolescência o “quase-homem” tenta, atrapalhado numa confusão de sentimentos para si indefiníveis, romper com essa dependência. O filho deixou de ser criança, mas ainda não é adulto.

É no interior desta indefinição que Patrícia Reis aborda a complexa relação entre uma “mulher-mãe” e o seu filho “quase-homem”.

“Contracorpo”, sexto romance da autora, é uma dolorosa reaproximação entre Maria, mãe e recém-viúva, e Pedro, o mais velho dos seus dois filhos.

O pragmatismo imposto pelas responsabilidades profissionais e de gestão doméstica monopolizam a disponibilidade de Maria. A imperfeita conjugação dos papéis de mulher, mãe e filha deteriorou a sua relação com Pedro.

A decisão de viajar sinaliza a sua reacção perante tal situação. Ela secundariza todos os outros papéis que tem de representar e entrega-se a essa missão, que é derrubar o silêncio que a separa do filho.

Durante a viagem, os intervenientes lidam com a culpa, a frustração, e a incapacidade de mostrarem o que sentem um pelo outro.

Maria não consegue chegar a Pedro, enquanto ele divaga em pensamentos confusos. De formas diferentes, ambos sentem-se perdidos e, consequentemente, necessitados de se reencontrarem.

Maria vê em Pedro características do seu irmão mais velho, com as quais nunca soube lidar. Pedro, por sua vez, idealiza o seu falecido pai quando o compara com o pragmatismo da mãe.

O destino é intangível. Não é um local; é o reconquistar das ligações afectivas que os ligam. A viagem serve, essencialmente, como mecanismo de introspecção e autodescoberta.

Da mesma forma que acontece no seu anterior romance, “Por este mundo acima”, a deslocação física das personagens aproxima-se da peregrinação.

Também como ponto comum é a estrutura ideológica dos romances. Ambos seguem uma ideia cristã de destruição, arrependimento, salvação. O amor, seja entre mãe e filho, ou entre idoso e criança (anterior romance), conduz à redenção.

Eles peregrinam sem um destino definido, sem programação, nem distracções. Neste último aspecto, é muito curioso a mãe ter pedido ao filho para não levar telemóvel, nem ipod. A conclusão primeira e mais óbvia é a de que são instrumentos de fuga ao diálogo, mas numa segunda análise surge outra problemática actual: a velocidade.

A peregrinação contraria o vício que o ser humano contemporâneo tem de velocidade. Quanto mais veloz o Homem se desloca, quanto mais informação consegue transmitir, mais está isolado. A viagem entre mãe e filho é o contraponto. O tempo distende-se, o ruído minimiza-se, e o espaço para a comunicação surge.

“Contracorpo” é um mapa, onde a mulher se reencontra, a mãe resgata o filho, e o filho se reaproxima da mãe. O amor e o perdão são os destinos desta viagem escrita por Patrícia Reis.

Mário Rufino in ‘Público’ http://p3.publico.pt/cultura/livros/7357/o-parto-marca-separacao-entre-mae-e-filho

"Humildade é o caminho do cristão"

Humildade: este foi o fio condutor do Papa Francisco na homilia durante a Missa celebrada na manhã desta segunda-feira, na capela da Casa Santa Marta.

Participaram da cerimónia cerca de 60 pessoas, entre elas a equipe do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano.

Comentando o Evangelho, o anúncio do Anjo a Maria, Francisco falou que a humildade foi o caminho escolhido pelo Senhor para entrar na história humana. Humildade que se manifesta primeira em Deus, que decide se rebaixar à nossa condição, enviando seu Filho que, por sua vez, viveu humildemente sua passagem terrena, até sua Cruz.

Maria recebe a visita do Anjo que anuncia que foi a eleita pelo Senhor a dar à luz ao Deus connosco – Emanuel. Ela não entende muito bem o que está acontecendo, mas decide humildemente, em liberdade, acolher o desígnio divino.

Também José, que ainda não era seu esposo, toma para si humildemente a responsabilidade de levar adiante esta família.

“Humilde não é aquele que caminha cabisbaixo pelas ruas, mas o que segue o caminho da humildade indicado por Deus – o único caminho possível. Os ídolos se mostram fortes, seguros de si. Deus não precisa disso, porque é o único verdadeiro.”

Por fim, o Papa convidou todos os cristãos a serem humildes a ponto de permitir que o Senhor nos conduza pelo Seu caminho.

Rádio Vaticano

O efeito Bergoglio (agradecimento ‘É o Carteiro!)


Caros amigos

Escrevo estas linhas de Santiago do Chile, onde me encontro para um seminário sobre Igreja e comunicação, organizado pela Universidade Católica.

Nos dias de Páscoa recebi alguns sms de sacerdotes que me falavam do aumento das confissões e do facto de que muitas pessoas, ao voltar à confissão, citassem as palavras do Papa sobre a misericórdia.

Assim, antes de ir para o Chile entrevistei párocos de várias partes de Itália e o artigo foi publicado hoje no La Stampa e no Vatican Insider.

Embora escrito antes, liga-se com a homilia que ontem o Papa Francisco fez ao tomar posse da catedral de S. João deLatrão. Fiquei muito impressionado com o testemunho dos padres entrevistados: mostram um facto significativo e explicam que a onda de simpatia pelo novo Papa não é um simples efeito mediático, como sublinham vários "ratzingerianos" críticos de Francisco.

Podemos gastar o nosso tempo a discutir "mozzette", paramentos e báculos, que vão e vêm, mas se realmente há pessoas que regressam ao sacramento da confissão por se sentirem tocadas com as palavras de Francisco sobre o Deus que nunca se cansa de perdoar, creio que deveríamos - todos - tentar olhar com uma outra perspectiva este início de pontificado.

Andrea Tornielli

Fonte: http://2.andreatornielli.it/?p=6086

Imitação de Cristo, 4 , 9, 5 e 6 - Que devemos com tudo quanto é nosso oferecer-nos a Deus, e orar por todos - A Voz do Amado

5. Ofereço-vos também todos os santos desejos das almas devotas, as necessidades de meus pais, amigos, irmãos, parentes e de todos os que me são caros, ou me fizeram bem a mim e a outros, por vosso amor; também daqueles que me encomendaram e pediram orações e Missas por si e para todos os seus, sejam vivos ou defuntos, para que todos sintam o auxílio da vossa graça, o socorro da vossa consolação, a proteção nos perigos, o alívio das penas e que, livres de todos os males, vos rendam jubilosos, muitas graças.

6. Ofereço-vos, finalmente, todas as orações e a hóstia de propiciação particularmente por aqueles que de qualquer modo me ofenderam, contristaram, censuraram, prejudicaram ou molestaram. Enfim, por todos a quem eu tenha afligido, perturbado, contrariado ou escandalizado, com palavras ou obras, por ignorância ou com advertência, a fim de que a todos nos perdoeis os nossos pecados e mútuas ofensas. Apartai, Senhor, dos nossos corações toda suspeita, indignação, e ira e contenda e tudo que possa ofender a caridade e diminuir o amor fraternal. Compadecei-vos, Senhor, compadecei-vos de todos os que imploram vossa misericórdia; daí graças aos que dela necessitam, e fazei-nos tais, que sejamos dignos de gozar a vossa graça e alcançar a vida eterna. Amém.

O mundo virado de pernas para o ar: tribunal holandês aprova Associação de Pedófilos

O relativismo no seu auge!

Numa controversa decisão, um Tribunal de recurso na Holanda aprovou a existência de uma associação de pedófilos, que, em primeira instância, havia sido dissolvido no ano passado, considerando que esta não seria "uma ameaça para a desintegração da sociedade".

De acordo com o jornal ABC de Madrid, a associação Martijn, que defende o sexo consensual entre crianças e adultos, poderá continuar as suas funções, uma vez que o Tribunal de recurso de Arnhem, Leeuwarden, salientou que "o trabalho da associação é contrário à ordem pública, mas não há uma ameaça de desintegração da sociedade".

Apelando para a "liberdade de expressão", o Presidente da Associação Martijn Uittenbogaard, recorreu da decisão de um tribunal em Assen, que ordenou a dissolução do grupo de pedófilos em junho de 2012.

Fundada em 1982, a associação Martijn, cuja sede era no distrito judicial de Arnhem, Leeuwarden, diz que ele é a favor da aceitação do sexo consentido entre adultos e crianças, mas indica que eles são contra qualquer tipo de abuso sexual.

O recurso levantado contra a associação afirmava que os antecedentes criminais de alguns membros do abuso sexual poderiam estar relacionados com a associação, mas que eles nunca haviam cometido um crime tipificado como pedofilia.

"O texto e imagens publicadas no site de Martijn são legais e nunca estimularam adultos a terem relações sexuais com crianças", acrescenta o Tribunal que proferiu a controvertida decisão.

O Tribunal porém assinalou que a associação é contrária a certos princípios da lei dos Países Baixos, porque "banaliza os perigos do contacto sexual com crianças e faz a apologia desses contactos".

Pela sua parte, o Presidente da associação, no Twitter, escreveu que "ainda existem sábios juízes, felizmente".

No dia 21 de novembro de 2011, o Tribunal de Leeuwarden rejeitou abrir um processo contra a associação. No entanto, o ex-presidente do mesma entidade, Ad van den Berg, foi condenado em 18 de outubro de 2011 na cidade de Haarlem a três anos de prisão, por posse de fotografias, filmes e revistas de pornografia infantil.


(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Do Catecismo da Igreja Católica (CIC)

§1315. «Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João. Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos para que recebessem o Espírito Santo, que ainda não tinha descido sobre eles. Apenas tinham sido baptizados em nome do Senhor Jesus. Então impunham-lhes as mãos e eles recebiam o Espírito Santo» (Act 8, 14-17)

«Salve, ó cheia de graça»

Santo Epifânio de Salamina (? - 403), bispo 
Homilia n°5 

Que dizer? Que elogio se há-de fazer à Virgem gloriosa e santa? Ela ultrapassa todos os seres, à excepção apenas de Deus; por natureza, é mais bela que os querubins, os serafins e todo o exército dos anjos. Nem as línguas do céu nem as da terra, nem as línguas dos anjos bastam para louvá-la. Virgem bendita, pomba pura, esposa celeste [...], templo e trono da divindade! Cristo, sol esplendoroso do céu e da terra, pertence-te. Tu és a nuvem luminosa que fez descer Cristo, Ele o brilho resplandecente que ilumina o mundo.

Rejubila, ó cheia de graça, porta do céu; é de ti que fala o autor do Cântico dos Cânticos [...] quando exclama: «És horto cerrado, minha irmã, minha esposa, horto cerrado, fonte selada» (4, 12). [...] Santa Mãe de Deus, ovelha imaculada, tu trouxeste ao mundo o Cordeiro, Cristo, o Verbo encarnado em ti. [...] Que maravilha espantosa nos céus: uma mulher vestida de sol (Ap 12, 1), trazendo nos braços a luz! [...] Que maravilha espantosa nos céus: o Senhor dos anjos que Se torna filho da Virgem. Os anjos acusavam Eva; agora, cumulam Maria de glória, porque Ela levantou Eva da queda e abriu as portas do céu a Adão, outrora expulso do Paraíso. [...]

Imensa é a graça concedida a esta Virgem santa. É por isso que Gabriel a cumprimenta dizendo-lhe: «Rejubila, cheia de graça», resplandecente como o céu. «Rejubila, cheia de graça», Virgem ornada de virtudes sem número. [...] «Rejubila, cheia de graça», tu que sacias os sedentos com as doçuras da fonte eterna. Rejubila, Santa Mãe Imaculada, tu que geraste Cristo, que te precede. Rejubila, púrpura real, tu que revestiste o Rei do céu e da terra. Rejubila, livro selado, tu que deste a ler ao mundo o Verbo, o Filho do Pai.

«Maria, não temas»

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja 
Homilia 4 sobre o «Missus est», §§ 8-9 

Ouviste, ó Virgem, que conceberás e darás à luz um Filho, não de um homem – como compreendeste –, mas do Espírito Santo. O anjo espera a tua resposta: tem de regressar para junto d'Aquele que o enviou. Nós também esperamos, ó Senhora nossa. Miseravelmente acabrunhados por uma sentença de condenação, esperamos uma palavra de piedade. Ora, eis que te é oferecido o resgate da nossa salvação. Aceita e somos livres. Todos fomos criados no Verbo Eterno de Deus; mas, infelizmente, a morte fez a sua obra em nós. Uma breve resposta tua basta para nos recriar, de modo que sejamos de novo chamados à vida. [...]

Não demores, Virgem Maria, dá a tua resposta. Ó Senhora nossa, pronuncia essa palavra que a terra, os infernos e até os próprios céus esperam. Vê: o Rei e Senhor do universo, Ele que «Se deixou prender pela tua beleza» (cf Sl 44,12), deseja, com o mesmo ardor, o sim da tua resposta. Ele quis fazer depender da tua resposta a salvação do mundo. Agradaste-Lhe com o teu silêncio; agradar-Lhe-ás ainda mais agora com a tua palavra. Eis que Ele próprio te interpela lá do alto: «ó mais bela das mulheres, [...] deixa-Me ouvir a tua voz» (Ct 1,8; 2,14). [...] Sim, responde rapidamente ao anjo, ou antes, pelo anjo, ao Senhor. Responde numa palavra e acolhe o Verbo; pronuncia a tua própria palavra e concebe o Verbo divino; emite uma palavra passageira e envolve o Verbo eterno. [...]

Maria disse então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra.»

«Cheia de graça»

Eadmero (c. 1060–c. 1128), monge inglês 
A concepção de Santa Maria 


Ó Maria, Senhora Nossa, o Senhor fez de ti Sua mãe singular, constituindo-te assim mestra e soberana do universo. Foi para isso que Ele te formou, pelo Seu Espírito operante, desde o primeiro instante da tua concepção no seio de tua mãe. Nossa Senhora, é essa a nossa alegria hoje. E perguntamos-te, mui doce Maria, rainha prudente e nobre: é possível colocar-te ao mesmo nível ou até a um nível inferior ao das outras criaturas?

O apóstolo da verdade pura afirma com certeza que todos os homens pecaram em Adão (Rm 5,12). [...] Mas, tomando em consideração a qualidade eminente da graça divina em ti, observo que tens uma posição inestimável; à excepção de teu Filho, estás acima de tudo o que foi criado. E concluo que, na tua concepção, não podes ter ficado ligada à mesma lei da natureza a que estão ligados os outros seres humanos. Pela graça eminente que te foi concedida, tu ficaste completamente fora do alcance de todo o pecado. Graça singular e acção divina impenetrável à inteligência humana!

Só o pecado poderia afastar os homens da paz de Deus. Para eliminar esse pecado, para trazer o ser humano de novo à paz de Deus, o Filho de Deus quis fazer-Se homem, mas de um modo tal que nada n'Ele existisse nem participasse daquilo que separa o homem de Deus. Para tal, convinha que Sua mãe fosse pura de todo o pecado. Se não, como poderia a nossa carne unir-se tão intimamente à pureza suprema e como poderia o homem assumir uma tão grande união com Deus, que tudo o que é de Deus pertencesse ao homem e tudo o que é do homem pertencesse a Deus?

«Nada é impossível para Deus»

Santo Ivo de Chartres (c. 1040-1116), bispo 
Discurso 15, PL 162, 583

Hoje celebramos a admirável concepção de Jesus pela Virgem. Celebramos o início de nossa redenção e anunciamos o plano de Deus, formado com bondade e poder. Pois se o Senhor do universo tivesse vindo à procura de Seus servos em fuga para os julgar e não para lhes mostrar a Sua bondade, jamais Se teria revestido com este frágil invólucro de pó (Gn 2:7) no qual sofreu connosco e por nós.

Para os gentios, isto parece, segundo as palavras de São Paulo, escândalo e loucura (1 Cor 1,23.25), porque eles se baseiam na vã filosofia e formam juízos sobre o Criador segundo as leis da criação. Pois haverá maior obra de poder que uma Virgem conceber, contra as leis da natureza? E, depois de ter tomado a nossa condição humana, reconduzir uma natureza mortal à glória da imortalidade, passando através da morte? É por isso que o apóstolo diz: «o que é tido como fraqueza de Deus é mais forte que os homens» (v. 25) [...]

Hoje, o ventre da Virgem é a porta do céu, pela qual Deus desce até os homens para os fazer ascender ao céu.

O Evangelho do dia 8 de abril de 2013

Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor é contigo». Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e discorria pensativa que saudação seria esta. O anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus. Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai David; reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o Seu reino não terá fim». Maria disse ao anjo: «Como se fará isso, pois eu não conheço homem?». O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril; porque a Deus nada é impossivel». Então Maria disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo afastou-se dela.

Lc 1, 26-38