Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

«Il valore del matrimonio sacramentale» Mons. Gerhard Ludwig Müller

L'Osservatore Romano
«Alla crescente mancanza di comprensione circa la santità del matrimonio la Chiesa non può rispondere con un adeguamento pragmatico a ciò che appare inevitabile, ma solo con la fiducia piena nello spirito di Dio, perché possiamo conoscere ciò che Dio ci ha donato». Lo ha ribadito l’arcivescovo Gerhard Ludwig Müller, prefetto della Congregazione per la dottrina della fede, nel saluto rivolto al Papa all’inizio dell’udienza. 
«Il matrimonio sacramentale — ha affermato in proposito — è una testimonianza della potenza della grazia che trasforma la persona umana e prepara tutta la Chiesa per la Città santa, la nuova Gerusalemme». Dunque «accogliere nella fede il dono che Dio stesso prepara è il primo e fondamentale passo per promuovere nella vita la persona, il matrimonio e la famiglia, per la Chiesa e per tutta la società».

Spiegando al Pontefice che «il verbo fondamentale che qualifica il nostro lavoro è il verbo promuovere», il presule ha ricordato le parole di Paolo VI: «Oggi la fede si difende meglio promuovendo la dottrina». E «proprio per permettere alla luce della fede di brillare in tutto il suo splendore — ha aggiunto — occorre promuovere, tutelare e custodire l’integrità della dottrina, tanto nella professione della fede quanto nella pratica concreta della vita». Del resto, la «sana dottrina» non è «una teoria astratta di alcuni esperti, ma la parola di Dio posta sulla bocca della Chiesa, che suscita la fede, senza la quale è impossibile piacere a Dio».
Servire questa parola è il compito fondamentale del dicastero. Compito al quale, ha assicurato l’arcivescovo, «quotidianamente ciascuno di noi, con impegno e letizia per la responsabilità che gli è stata affidata, si dedica» attraverso il metodo di lavoro della «collegialità a tutti i livelli». Al riguardo monsignor Müller ha voluto ringraziare quanti lavorano al servizio della Congregazione — «tutti altamente qualificati, dediti al lavoro e radicati nella preghiera» — a cominciare «dai più stimati cardinali fino ai nostri collaboratori». E, ha detto, «vorrei menzionare tra di loro la nostra signora Speranza, che ogni giorno si occupa di tenere in ordine i nostri spazi comuni e che pure ho voluto personalmente invitare a questo incontro: tutti sono importanti per il nostro lavoro comune». 

L'Osservatore Romano, 1° febbraio 2014.

A profissão de dona de casa vale 7 mil euros/mês (agradecimento 'É o Carteiro!')

di Stefano Grossi Gondi, 31 gennaio 2014 - La Repubblica / Economia & Finanza

Trabalhadora multitasking, perita em muitas tarefas e fundamental nas dinâmicas familiares.

Muito se falou já sobre o papel da mulher que trabalha em casa, mas agora houve quem calculasse o valor, a preços de mercado, desta actividade profissional: quase 7 mil euros por mês, cerca de 83 mil euros anos.

Foi o que fez o site salary.com, e foi noticiado pelo jornal La Reppublica.

O cálculo foi feito após entrevistar mais de 6.000 mulheres e avaliando as competências que elas aplicam diariamente, e que cobrem uma dezena de funções: cozinheira, motorista, professora, psicóloga, contabilista, gestora, técnica de limpeza, técnica de manutenção, lavandaria, babysitter.

A dona de casa média, estima-se, cozinha 14 horas semanais a 10 euros/hora. Faz de motorista, para crianças grandes
e pequenas, 8 horas semanais a 10 euros/hora. Dá 13 horas de explicação por semana, ao mesmo valor. Não só isso.
Para resolver as várias crises familiares transforma-se em psicóloga pelo menos 7 horas por semana, a 28 euros à hora,
e gestora a 40 euros à hora, organizando os dias dos filhos mais novos e gerindo toda a casa.

As donas de casa italianas, segundo os dados do instituto de estatísticas italiano, são 4 milhões e 879 mil. Em percentagem, é um dos países que tem mais.

Oficialmente um sector improdutivo da sociedade, na realidade um recurso, mas que ainda não tem qualquer reconhecimento ou protecção.



Zelar pela integridade da fé é uma tarefa muito delicada

O Papa Francisco recebeu em audiência esta manhã, na Sala Clementina, os membros da Congregação para a Doutrina da Fé, no encerramento de sua Assembleia Plenária.

No seu discurso, o Pontífice recordou a função deste dicastério, que é “promover e tutelar a doutrina sobre a fé e os costumes em todo o mundo católico (Constit. ap. Pastor bonus, 48)”. Todavia, observou, desde os primeiros tempos da Igreja existe a tentação de entender a doutrina num sentido ideológico ou de reduzi-la a um conjunto de teorias abstratas e cristalizadas. Na realidade, a doutrina tem como único fim servir a vida do Povo de Deus e garantir à nossa fé um fundamento seguro. “De facto, é grande a tentação de nos apropriar dos dons da salvação que vem de Deus, para domesticá-los – talvez com boas intenções – às visões e ao espírito do mundo. E esta é uma tentação que se repete continuamente.”

Para o Pontífice, zelar pela integridade da fé é uma tarefa muito delicada, que deve ser feita sempre em colaboração com os Pastores locais e com as Comissões Doutrinais das Conferências Episcopais. “Isso é importante para salvaguardar o direito de todo o Povo de Deus a receber o depósito da fé na sua pureza e na sua integralidade.” Por isso, Francisco pediu aos membros da Congregação que mantenham uma atitude de diálogo e colegialidade para que a luz da nossa fé brilhe sempre mais diante do mundo.

A seguir, o Papa mencionou o tema debatido em assembleia, que foi a relação entre fé e o Sacramento do matrimónio. “Trata-se de uma reflexão de grande relevância”, destacou o Pontífice, recordando que já Bento XVI havia formulado a necessidade de se interrogar mais profundamente acerca da relação entre fé pessoal e celebração do Sacramento do matrimónio, sobretudo no atual contexto cultural.

Por fim, Francisco agradeceu aos membros da Congregação para a Doutrina da Fé pelo empenho em tratar dos chamados delitos mais graves, em especial dos casos de abuso sexual de menores por parte de clérigos. “Pensem no bem das crianças e dos jovens, que na comunidade cristã sempre devem ser protegidos e amparados no seu crescimento humano e espiritual.”

Neste sentido, o Papa anunciou que se estuda a possibilidade de que a Comissão para a proteção dos menores que ele criou colabore com a Congregação para a Doutrina da Fé.
(BF)

(Fonte: 'news.va' com adaptação de pormenor)

Vídeo da ocasião em italiano

Imagem Peregrina da Virgem de Fátima em visita à Albânia

"É necessário oferecer experiências fortes ao povo de Deus."(Presidente da Conferência Episcopal Albanesa)

Numa iniciativa inédita, concretizada em resposta ao pedido apresentado ao Santuário de Fátima pelo presidente da Conferência Episcopal Albanesa, D. Angelo Massafra, OFM, uma das Imagens Peregrinas de Nossa Senhora de Fátima realiza um périplo pela Albânia.

A peregrinação teve início em janeiro de 2014 e, em entrevista, D. Angelo Massafra anuncia quais os principais propósitos da viagem: “Queremos colocar sob a proteção de Maria o mundo inteiro e em particular a Albânia, uma terra e um povo que já tanto sofreu e que continua a sofrer, e não apenas com o comunismo, mas pela ‘vingança de sangue’, obrigando muitas famílias a permanecerem presas em suas casas”.

“Queremos confiar a Maria todas as pessoas mais débeis, em particular as crianças, os velhos, os doentes, os pobres e os emigrantes no mundo inteiro e, sobretudo, (pedimos) a santificação e a reconciliação das famílias”, anuncia o também arcebispo metropolita de Scutari-Pult.

Para D. Angelo Massafra, esta peregrinação, que teve início a 18 de janeiro e que culminará em abril, é importante porque “é necessário oferecer experiências fortes ao povo de Deus, estimulando-o, (experiências) que o ajudem a viver melhor a peregrinação da fé”.

(...)

BOLETIM INFORMATIVO DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA 10/2014, de 21 de janeiro de 2014

“O maior pecado de hoje é que os homens perderam o sentido do pecado”

O sentido do pecado – este o tema da homilia do Papa Francisco na missa em Santa Marta nesta sexta-feira. Quando Deus está menos presente na nossa vida aparece a ‘mediocridade cristã’. Assim, um pecado grave como o adultério parece algo pouco importante. Tal como nos é narrado pelo Primeiro Livro de Samuel, David apaixona-se por Betsabé, mulher de Urias, um seu general, fica com ela e envia o marido para a frente de batalha onde este vem a falecer. David comete um grande pecado mas não o sente como tal – afirmou o Papa Francisco que colocou em relevo o facto de a David não lhe ter ocorrido pedir perdão pelo pecado de adultério mas sim a questão: como resolvo isto?

“A todos nós pode acontecer esta coisa. Todos somos pecadores e todos somos tentados e as tentações é o pão nosso de cada dia. Se algum de nós dissesse: ‘Mas eu nunca tive tentações, ou és um anjo ou és um tolo! Percebe-se...É normal na vida a luta e o diabo não está tranquilo, ele quer a sua vitória. Mas o problema – o problema mais grave nesta passagem – não é tanto a tentação e o pecado contra o nono mandamento, mas é como age David. E David aqui não fala de pecado mas de um problema que tem que resolver. E isto é um sinal! Quando o Reino de Deus está menos presente, quando o Reino de Deus diminui, um dos sinais é que se perde o sentido do pecado.”

O poder do homem, no lugar da glória de Deus! Este é o pão de cada dia. Por isto a oração de todos os dias a Deus ’Venha o teu Reino, cresça o Reino’ porque a salvação não virá das nossas espertezas, das nossas astúcias, da nossa inteligência de fazer negócios. A salvação virá da graça de Deus e do treino quotidiano que nós fazemos desta graça na vida cristã.”

“O maior pecado de hoje é que os homens perderam o sentido do pecado” – afirmou o Papa Francisco recordando a frase do Papa Pio XII e logo voltou o seu olhar para Urias, o homem inocente mandado para morrer na frente de batalha pelo seu rei. Segundo o Santo Padre, Urias é como que, o emblema de todas as vítimas da nossa inconfessada soberba:
“Eu confesso-vos que quando vejo estas injustiças, esta soberba humana, mesmo quando vejo o perigo que a mim próprio possa suceder isto, o perigo de perder o sentido do pecado, faz-me bem pensar aos tantos Urias da história, aos tantos Urias que mesmo hoje sofrem a nossa mediocridade cristã, quando nós perdemos o sentido do pecado, quando nós deixamos que o Reino de Deus caia... Estes são os mártires dos nossos pecados não reconhecidos. Vai-nos fazer bem hoje rezar por nós, para que o Senhor nos dê sempre a graça de não perder o sentido do pecado, para que o Reino não baixe em nós. Mesmo levar uma flor espiritual ao túmulo destes Urias contemporâneos, que pagam a conta do banquete dos seguros, daqueles cristãos que se sentem seguros.” (RS)

(Fonte: Rádio Vaticano)

Víeo da ocasião em italiano

"Evangelii Gaudium" (66)

A acção misteriosa do Ressuscitado e do seu Espírito
275. No terceiro capítulo, reflectimos sobre a carência de espiritualidade profunda que se traduz no pessimismo, no fatalismo, na desconfiança. Algumas pessoas não se dedicam à missão, porque crêem que nada pode mudar e assim, segundo elas, é inútil esforçar-se. Pensam: «Para quê privar-me das minhas comodidades e prazeres, se não vejo algum resultado importante?» Com esta mentalidade, torna-se impossível ser missionário. Esta atitude é precisamente uma desculpa maligna para continuar fechado na própria comodidade, na preguiça, na tristeza insatisfeita, no vazio egoísta. Trata-se de uma atitude autodestrutiva, porque «o homem não pode viver sem esperança: a sua vida, condenada à insignificância, tornar-se-ia insuportável». No caso de pensarmos que as coisas não vão mudar, recordemos que Jesus Cristo triunfou sobre o pecado e a morte e possui todo o poder. Jesus Cristo vive verdadeiramente. Caso contrário, «se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação» (1 Cor 15, 14). Diz-nos o Evangelho que, quando os primeiros discípulos saíram a pregar, «o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra» (Mc 16, 20). E o mesmo acontece hoje. Somos convidados a descobri-lo, a vivê-lo. Cristo ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança, e não nos faltará a sua ajuda para cumprir a missão que nos confia.

276. A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual. É verdade que muitas vezes parece que Deus não existe: vemos injustiças, maldades, indiferenças e crueldades que não cedem. Mas também é certo que, no meio da obscuridade, sempre começa a desabrochar algo de novo que, mais cedo ou mais tarde, produz fruto. Num campo arrasado, volta a aparecer a vida, tenaz e invencível. Haverá muitas coisas más, mas o bem sempre tende a reaparecer e espalhar-se. Cada dia, no mundo, renasce a beleza, que ressuscita transformada através dos dramas da história. Os valores tendem sempre a reaparecer sob novas formas, e na realidade o ser humano renasceu muitas vezes de situações que pareciam irreversíveis. Esta é a força da ressurreição, e cada evangelizador é um instrumento deste dinamismo.

277. E continuamente aparecem também novas dificuldades, a experiência do fracasso, as mesquinhices humanas que tanto ferem. Todos sabemos, por experiência, que às vezes uma tarefa não nos dá as satisfações que desejaríamos, os frutos são escassos e as mudanças são lentas, e vem-nos a tentação de se dar por cansado. Todavia, não é a mesma coisa quando alguém, por cansaço, baixa momentaneamente os braços e quando os baixa definitivamente dominado por um descontentamento crónico, por uma acédia que lhe mirra a alma. Pode acontecer que o coração se canse de lutar, porque, em última análise, se busca a si mesmo num carreirismo sedento de reconhecimentos, aplausos, prémios, promoções; então a pessoa não baixa os braços, mas já não tem garra, carece de ressurreição. Assim, o Evangelho, que é a mensagem mais bela que há neste mundo, fica sepultado sob muitas desculpas.

278. A fé significa também acreditar n’Ele, acreditar que nos ama verdadeiramente, que está vivo, que é capaz de intervir misteriosamente, que não nos abandona, que tira bem do mal com o seu poder e a sua criatividade infinita. Significa acreditar que Ele caminha vitorioso na história «e, com Ele, estarão os chamados, os escolhidos, os fiéis» (Ap 17, 14). Acreditamos no Evangelho que diz que o Reino de Deus já está presente no mundo, e vai-se desenvolvendo-se aqui e além de várias maneiras: como a pequena semente que pode chegar a transformar-se numa grande árvore (cf. Mt 13, 31-32), como o punhado de fermento que leveda uma grande massa (cf. Mt 13, 33), e como a boa semente que cresce no meio do joio (cf. Mt 13, 24-30) e sempre nos pode surpreender positivamente: ei-la que aparece, vem outra vez, luta para florescer de novo. A ressurreição de Cristo produz por toda a parte rebentos deste mundo novo; e, ainda que os cortem, voltam a despontar, porque a ressurreição do Senhor já penetrou a trama oculta desta história; porque Jesus não ressuscitou em vão. Não fiquemos à margem desta marcha da esperança viva!

279. Como nem sempre vemos estes rebentos, precisamos de uma certeza interior, ou seja, da convicção de que Deus pode actuar em qualquer circunstância, mesmo no meio de aparentes fracassos, porque «trazemos este tesouro em vasos de barro» (2 Cor 4, 7). Esta certeza é o que se chama «sentido de mistério», que consiste em saber, com certeza, que a pessoa que se oferece e entrega a Deus por amor, seguramente será fecunda (cf. Jo 15, 5). Muitas vezes esta fecundidade é invisível, incontrolável, não pode ser contabilizada. A pessoa sabe com certeza que a sua vida dará frutos, mas sem pretender conhecer como, onde ou quando; está segura de que não se perde nenhuma das suas obras feitas com amor, não se perde nenhuma das suas preocupações sinceras com os outros, não se perde nenhum acto de amor a Deus, não se perde nenhuma das suas generosas fadigas, não se perde nenhuma dolorosa paciência. Tudo isto circula pelo mundo como uma força de vida. Às vezes invade-nos a sensação de não termos obtido resultado algum com os nossos esforços, mas a missão não é um negócio nem um projecto empresarial, nem mesmo uma organização humanitária, não é um espectáculo para que se possa contar quantas pessoas assistiram devido à nossa propaganda. É algo de muito mais profundo, que escapa a toda e qualquer medida. Talvez o Senhor Se sirva da nossa entrega para derramar bênçãos noutro lugar do mundo, aonde nunca iremos. O Espírito Santo trabalha como quer, quando quer e onde quer; e nós gastamo-nos com grande dedicação, mas sem pretender ver resultados espectaculares. Sabemos apenas que o dom de nós mesmos é necessário. No meio da nossa entrega criativa e generosa, aprendamos a descansar na ternura dos braços do Pai. Continuemos para diante, empenhemo-nos totalmente, mas deixemos que seja Ele a tornar fecundos, como melhor Lhe parecer, os nossos esforços.

280. Para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida confiança no Espírito Santo, porque Ele «vem em auxílio da nossa fraqueza» (Rm 8, 26). Mas esta confiança generosa tem de ser alimentada e, para isso, precisamos de O invocar constantemente. Ele pode curar-nos de tudo o que nos faz esmorecer no compromisso missionário. É verdade que esta confiança no invisível pode causar-nos alguma vertigem: é como mergulhar num mar onde não sabemos o que vamos encontrar. Eu mesmo o experimentei tantas vezes. Mas não há maior liberdade do que a de se deixar conduzir pelo Espírito, renunciando a calcular e controlar tudo e permitindo que Ele nos ilumine, guie, dirija e impulsione para onde Ele quiser. O Espírito Santo bem sabe o que faz falta em cada época e em cada momento. A isto chama-se ser misteriosamente fecundos!

Formação na fé

«Antes de mais é necessário que cada um entre em si mesmo, procurando com vigilância delicada conservar profundamente arraigada no seu coração a fé, precavendo-se dos perigos e, de modo especial, bem armado sempre contra vários sofismas enganadores. Para melhor pôr a salvo esta virtude, julgamos de sobremaneira útil e extremamente conforme com as circunstâncias dos tempos o esmerado estudo da doutrina cristã, segundo a possibilidade e capacidade de cada qual; empapando a sua inteligência com o maior conhecimento possível daquelas verdades que dizem respeito à religião e pela razão se podem alcançar»

(Leão XIII - Sapientiae christianae, nº 17)

Dom Bosco - Singela Homenagem ao Grande Educador (com som e linguagem fácil)

«Estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra»

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja 

Sermão 98; CCL 24A, 602


Como diz Cristo, o Reino de Deus é como um grão de mostarda. […] Cristo é o Reino: como um grão de mostarda, foi deitado à terra num jardim, o corpo da Virgem. Cresceu e tornou-Se a árvore da cruz que cobre toda a terra. […] Cristo é o Reino, pois nele reside toda a glória do seu reino. E Cristo é o homem, pois o homem na sua totalidade é renovado nele. Cristo é o grão de mostarda, o instrumento de que Deus Se serve para fazer descer toda a sua grandeza em toda a pequenez do homem. Ele próprio Se tornou todas as coisas, para renovar todos os homens nele. Enquanto homem, Cristo recebeu o grão de mostarda que é o Reino de Deus […]; enquanto Deus, possuía-o desde sempre. Ele deitou a semente à terra no seu jardim. […]

O jardim é esta terra cultivada que se estendeu por todo o mundo, lavrada pela charrua da Boa Nova, encerrada pelos limites da sabedoria; os Apóstolos penaram para arrancar todas as ervas daninhas. Dá gosto contemplar as jovens plantas que são os crentes, os lírios que são as virgens e as rosas que são os mártires: flores que dão constantemente o seu perfume.

Cristo semeou, pois, o grão de mostarda no seu jardim. A semente criou raízes quando Ele prometeu o seu Reino aos patriarcas, germinou com os profetas, cresceu com os Apóstolos e tornou-se a árvore imensa que estende os seus longos ramos sobre a Igreja, e lhe prodiga os seus dons. […] Toma as asas de prata da pomba de que fala o Profeta (Sl 67,14). […] Levanta voo para usufruir de um repouso sem fim, fora do alcance dos laços (Sl 90,3), por entre folhagens magníficas. Sê suficientemente forte para assim levantares voo, e vai habitar em segurança nesta vasta morada.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 31 de janeiro de 2014

Dizia também: «O reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. Dorme e se levanta, noite e dia, e a semente germina e cresce sem ele saber como. Porque a terra por si mesma produz, primeiramente a haste, depois a espiga, e por último a espiga cheia de grãos. E, quando o fruto está maduro, mete logo a foice, porque chegou o tempo da ceifa». Dizia mais: «A que coisa compararemos nós o reino de Deus? Com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, quando se semeia no campo, é a menor de todas as sementes que há na terra; mas, depois que é semeado, cresce e torna-se maior que todas as hortaliças, e cria ramos tão grandes que “as aves do céu podem vir abrigar-se à sua sombra”». Assim lhes propunha a palavra com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de compreender. Não lhes falava sem parábolas; porém, em particular explicava tudo aos Seus discípulos.

Mc 4, 26-34

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Manter a Santa Sé na ONU? (Agradecimento 'É o Carteiro!')

Se deseja ajudar a presença da Santa Sé na ONU


D. Javier Echevarría fala sobre D. Álvaro del Portillo (vídeo em espanhol)

Noite escura no Porto 2

Tenho forçosamente, de voltar ao tema de ontem: “Noite escura no Porto”.
Não que me tenha surpreendido a reacção dos leitores de NUNC COEPI à publicação mas fiquei, confesso emocionado.

De facto, sem fazer qualquer juízo de valor nem acepção, parece simples desempenhar uma missão que todo e qualquer pessoa – mas com muito maior realce o cristão – e que é a missão de SAMARITANO!

O interesse pelos outros que parece viverem umas vidas estranhas e fora do contexto considerado normal numa sociedade: viverem numa família, num lar, num ambiente digno – não com um mínimo de dignidade mas com a máxima dignidade que qualquer pessoa merece – não pode cingir-se a uma mera atitude de comiseração ou de interesse esparso.
Dar uma esmola, contribuir para as organizações que tratam destes assuntos de cariz social, pode, e talvez até seja, muitíssimo louvável, mas, ficar-se por aí… parece-me pouco!

O interesse verdadeiro, real, absolutamente necessário, consistirá mais em rezar – e muito – por esses que estão na vera do caminho, sem rumo, objectivo ou, até, motivo concreto, residirá mais nessa preocupação íntima ditada pela comoção da alma, pelo latir de um coração solidário e misericordioso.

Hoje, relatando a alguém a experiência ontem vivida, coloquei uma pergunta: Mas… o que faz esta gente, sobretudo estes jovens na flor da idade, durante o dia?

A resposta foi aterradora:

_ Esperam pela noite, para eles, todas as noites são iguais àquela que ontem constatou!

E fiquei-me, na minha confusão, interrogando-me como é possível tal coisa?

E, o meu interlocutor, um dono de um café, continuou:

_ Essa rua de que fala é uma pálida imagem de outras ruas – e disse-me os nomes – desta Cidade do Porto que conheço bem. Aí, são umas dezenas mas naquelas são às centenas! Ah! E os motivos são os mais díspares e, até, há muitos, talvez a maior parte, que não saberão dizer-lhe o motivo que têm para viver assim!

Não sei se voltarei a este tema mas, assumo uma vez mais, o meu propósito ontem enunciado:

Não adormecer um único dia, no sossego e conforto do meu lar ou onde estiver, sem pedir à Mãe comum e Rainha de todos os portugueses, que lance um olhar carinhoso por estes filhos e súbditos seus.

ama

"Evangelii Gaudium" (65)

O prazer espiritual de ser povo
268. A Palavra de Deus convida-nos também a reconhecer que somos povo: «Vós que outrora não éreis um povo, agora sois povo de Deus» (1 Pd 2, 10). Para ser evangelizadores com espírito é preciso também desenvolver o prazer espiritual de estar próximo da vida das pessoas, até chegar a descobrir que isto se torna fonte duma alegria superior. A missão é uma paixão por Jesus, e simultaneamente uma paixão pelo seu povo. Quando paramos diante de Jesus crucificado, reconhecemos todo o seu amor que nos dignifica e sustenta, mas lá também, se não formos cegos, começamos a perceber que este olhar de Jesus se alonga e dirige, cheio de afecto e ardor, a todo o seu povo. Lá descobrimos novamente que Ele quer servir-Se de nós para chegar cada vez mais perto do seu povo amado. Toma-nos do meio do povo e envia-nos ao povo, de tal modo que a nossa identidade não se compreende sem esta pertença.

269. O próprio Jesus é o modelo desta opção evangelizadora que nos introduz no coração do povo. Como nos faz bem vê-Lo perto de todos! Se falava com alguém, fitava os seus olhos com uma profunda solicitude cheia de amor: «Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele» (Mc 10, 21). Vemo-Lo disponível ao encontro, quando manda aproximar-se o cego do caminho (cf. Mc 10, 46-52) e quando come e bebe com os pecadores (cf. Mc 2, 16), sem Se importar que O chamem de glutão e beberrão (cf. Mt 11, 19). Vemo-Lo disponível, quando deixa uma prostituta ungir-Lhe os pés (cf. Lc 7, 36-50) ou quando recebe, de noite, Nicodemos (cf. Jo 3, 1-21). A entrega de Jesus na cruz é apenas o culminar deste estilo que marcou toda a sua vida. Fascinados por este modelo, queremos inserir-nos a fundo na sociedade, partilhamos a vida com todos, ouvimos as suas preocupações, colaboramos material e espiritualmente nas suas necessidades, alegramo-nos com os que estão alegres, choramos com os que choram e comprometemo-nos na construção de um mundo novo, lado a lado com os outros. Mas não por obrigação, nem como um peso que nos desgasta, mas como uma opção pessoal que nos enche de alegria e nos dá uma identidade.

270. Às vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros. Espera que renunciemos a procurar aqueles abrigos pessoais ou comunitários que permitem manter-nos à distância do nó do drama humano, a fim de aceitarmos verdadeiramente entrar em contacto com a vida concreta dos outros e conhecermos a força da ternura. Quando o fazemos, a vida complica-se sempre maravilhosamente e vivemos a intensa experiência de ser povo, a experiência de pertencer a um povo.

271. É verdade que, na nossa relação com o mundo, somos convidados a dar razão da nossa esperança, mas não como inimigos que apontam o dedo e condenam. A advertência é muito clara: fazei-o «com mansidão e respeito» (1 Pd 3, 16) e «tanto quanto for possível e de vós dependa, vivei em paz com todos os homens» (Rm 12, 18). E somos incentivados também a vencer «o mal com o bem» (Rm 12, 21), sem nos cansarmos de «fazer o bem» (Gal 6, 9) e sem pretendermos aparecer como superiores, antes «considerai os outros superiores a vós próprios» (Fl 2, 3). Na realidade, os Apóstolos do Senhor «tinham a simpatia de todo o povo» (Act 2, 47; cf. 4, 21.33; 5, 13). Está claro que Jesus não nos quer como príncipes que olham desdenhosamente, mas como homens e mulheres do povo. Esta não é a opinião de um Papa, nem uma opção pastoral entre várias possíveis; são indicações da Palavra de Deus tão claras, directas e contundentes, que não precisam de interpretações que as despojariam da sua força interpeladora. Vivamo-las sine glossa, sem comentários. Assim, experimentaremos a alegria missionária de partilhar a vida com o povo fiel de Deus, procurando acender o fogo no coração do mundo.

272. O amor às pessoas é uma força espiritual que favorece o encontro em plenitude com Deus, a ponto de se dizer, de quem não ama o irmão, que «está nas trevas e nas trevas caminha» (1 Jo 2, 11), «permanece na morte» (1 Jo 3, 14) e «não chegou a conhecer a Deus» (1 Jo 4, 8). Bento XVI disse que «fechar os olhos diante do próximo torna cegos também diante de Deus», e que o amor é fundamentalmente a única luz que «ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir». Portanto, quando vivemos a mística de nos aproximar dos outros com a intenção de procurar o seu bem, ampliamos o nosso interior para receber os mais belos dons do Senhor. Cada vez que nos encontramos com um ser humano no amor, ficamos capazes de descobrir algo de novo sobre Deus. Cada vez que os nossos olhos se abrem para reconhecer o outro, ilumina-se mais a nossa fé para reconhecer a Deus. Em consequência disto, se queremos crescer na vida espiritual, não podemos renunciar a ser missionários. A tarefa da evangelização enriquece a mente e o coração, abre-nos horizontes espirituais, torna-nos mais sensíveis para reconhecer a acção do Espírito, faz-nos sair dos nossos esquemas espirituais limitados. Ao mesmo tempo, um missionário plenamente devotado ao seu trabalho experimenta o prazer de ser um manancial que transborda e refresca os outros. Só pode ser missionário quem se sente bem procurando o bem do próximo, desejando a felicidade dos outros. Esta abertura do coração é fonte de felicidade, porque «a felicidade está mais em dar do que em receber» (Act 20, 35). Não se vive melhor fugindo dos outros, escondendo-se, negando-se a partilhar, resistindo a dar, fechando-se na comodidade. Isto não é senão um lento suicídio.

273. A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou um ornamento que posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros da minha vida. É algo que não posso arrancar do meu ser, se não me quero destruir. Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo. É preciso considerarmo-nos como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar. Nisto se revela a enfermeira autêntica , o professor autêntico, o político autêntico, aqueles que decidiram, no mais íntimo do seu ser, estar com os outros e ser para os outros. Mas, se uma pessoa coloca a tarefa dum lado e a vida privada do outro, tudo se torna cinzento e viverá continuamente à procura de reconhecimentos ou defendendo as suas próprias exigências. Deixará de ser povo.

274. Para partilhar a vida com a gente e dar-nos generosamente, precisamos de reconhecer também que cada pessoa é digna da nossa dedicação. E não pelo seu aspecto físico, suas capacidades, sua linguagem, sua mentalidade ou pelas satisfações que nos pode dar, mas porque é obra de Deus, criatura sua. Ele criou-a à sua imagem, e reflecte algo da sua glória. Cada ser humano é objecto da ternura infinita do Senhor, e Ele mesmo habita na sua vida. Na cruz, Jesus Cristo deu o seu sangue precioso por essa pessoa. Independentemente da aparência, cada um é imensamente sagrado e merece o nosso afecto e a nossa dedicação. Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida. É maravilhoso ser povo fiel de Deus. E ganhamos plenitude, quando derrubamos os muros e o coração se enche de rostos e de nomes!

Podemos acreditar nos Evangelhos?

É mesmo verdade o que narram os Evangelhos? Não poderia ser uma bela história inventada por Mateus, Marcos, Lucas e João? Será que aconteceu mesmo assim? E se não foram eles que escreveram essa história? E se os copistas acrescentaram muitos episódios? Já se sabe: “quem conta um conto, acrescenta um ponto” – diz, cheio de razão, o nosso povo. Ultimamente, têm surgido muitas perguntas deste estilo. Sem pretender dar uma resposta profunda – não há espaço, nem os leitores têm paciência para escritos demasiadamente longos –, gostaria apenas de lançar alguns dados que podem ajudar a pensar sobre o tema da historicidade dos Evangelhos.

Cientificamente, um livro histórico merece credibilidade se possui três condições: autenticidade, veracidade e integridade. Por outras palavras: o livro foi escrito na época e pelo autor que lhe é atribuído (autenticidade), o autor conheceu os acontecimentos e não deseja enganar os seus leitores (veracidade) e o livro chegou até nós sem alterações substanciais (integridade).

Os Evangelhos parecem autênticos porque somente um autor contemporâneo de Jesus (ou discípulo imediato) poderia tê-los escrito. Basta pensar que a cidade de Jerusalém foi destruída no ano 70. As descrições que aparecem nos Evangelhos – muitas delas comprovadas por escavações arqueológicas – manifestam um conhecimento da cidade anterior a essa data. Também são dessa época os hebraísmos presentes no grego vulgar – língua em que foram escritos os relatos evangélicos. Além de tudo isto, os factos mais marcantes da vida de Jesus são perfeitamente comprováveis através de fontes históricas independentes.

Os Evangelhos parecem íntegros, uma vez que, desde os primeiros tempos, muitos cristãos fizeram deles numerosíssimas cópias – não há um fenómeno semelhante com nenhum outro livro da Antiguidade. Os testemunhos documentais, que hoje possuímos, são abundantes: mais de 6000 manuscritos gregos, 40000 manuscritos de traduções antiquíssimas – latim, copto, arménio –, frequentíssimas citações dos Evangelhos nas obras de escritores antigos.

E os copistas não poderiam ter acrescentado muita coisa? Havendo tantas cópias e de origens tão diversas, os copistas que modificassem alguma coisa seriam facilmente desmascarados. Os Evangelhos são – é um dado científico – os livros mais bem documentados de toda a Antiguidade. Possuem os manuscritos mais abundantes e mais próximos da época do seu autor.

E a veracidade? Pascal dizia que acreditava com mais facilidade nas histórias cujas testemunhas se deixam martirizar em comprovação do seu testemunho. De facto, conhecem-se poucos mentirosos dispostos a morrer para defender as suas mentiras. Além disso, os evangelistas não deixam de relatar os seus próprios defeitos, repreensões recebidas de Jesus e muitos factos embaraçosos que um falsificador poderia ter ocultado. De algum modo, é de agradecer que tenham surgido durante estes dois mil anos muitas críticas que tentaram eliminar a base histórica dos relatos evangélicos – não fizeram mais do que fortalecê-la.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

As consequências imprevistas das uniões de lésbicas

Lisa Miller e Janet Jenkins conheceram-se em 1997. Pouco tempo depois, Miller deixou a sua casa na Virgínia e foi viver com Jenkins. Em fins de 2000 viajaram até Vermont, onde se tinham acabado de legalizar as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, para legalizar a sua. Compraram uma casa e instalaram-se nesse estado.

Em 2002 Miller concebeu por inseminação artificial e deu à luz uma menina, Isabella, que agora tem 7 anos. Um ano e meio depois, Miller separou-se de Jenkins, abandonou a prática homossexual e passou a fazer parte de um grupo evangélico.

Como na Virgínia não eram legais as uniões civis entre homossexuais, Miller conseguiu sem problemas a custódia exclusiva da sua filha. Mas então Jenkins, recorreu a um tribunal de Vermont, servindo-se da lei de uniões civis desse estado.

O juiz concedeu a Jenkins o direito de visitas sem reservas. A partir desse momento, começou uma batalha legal que envolveu já vários tribunais de ambos os estados, os meios de comunicação e diversos grupos de pressão.

Miller começou a pôr entraves às visitas de Jenkins, pois estava convencida que à sua filha Isabella não faziam bem. De facto, em 2007 denunciou a sua ex-companheira por abusar da menina. Mas os serviços de protecção de menores da Virgínia consideraram infundadas as acusações.

Durante os últimos meses, a tensão tem vindo a aumentar. No passado dia 20 de Novembro, um tribunal de Vermont decidiu dar a custódia exclusiva a Jenkins. A menina devia ser entregue a 1 de Janeiro, mas Miller não apareceu. Agora está com a filha em parte incerta.

Pensa duas vezes

Neste momento, o caso tem solução difícil. Uma coisa está clara: a pequena Isabella é que está a pagar a factura. Os tribunais implicados dizem que querem guiar-se pelo interesse da menor, mas o certo é que este critério pode servir para defender tanto uma coisa como a contrária.

Para Maggie Gallagher, presidente da National Organization for Marriage, este drama deveria servir ao menos para aprender uma lição: "Não cries uma união civil com alguém a quem não queiras dar os direitos legais sobre os teus filhos", diz em declarações a Catholic News Agency.

"E não confies demasiado no critério do ‘superior interesse do menor'. Porque se esse interesse entrar em conflito com as normas da última moda, tem como certo que aos tribunais não importa o que é o melhor para o filho".

De facto, nos Estados Unidos foi muito polémica a sentença que, no passado dia 6 de Outubro ditou o Tribunal Supremo de Montana, que reconhecia direitos parentais a uma lésbica sobre os filhos adoptados pela sua ex-companheira.

Barbara Maniaci adoptou um menino e uma menina enquanto vivia com Michelle Kulstad. As duas cuidaram deles até que se separaram em 2006. Após a ruptura, Kulstad exigiu continuar a ver os meninos, coisa a que Maniaci não estava disposta a deixar.

Kulstad pediu então ajuda à American Civil Liberties Union (ACLU), a mesma organização cujos serviços jurídicos defendem também agora Janet Jenkins. O seu principal argumento foi que se deviam ter em conta os direitos das crianças e não só os da sua ex-companheira.

Em 2008, o tribunal de Montana reconheceu o direito de visita a Kulstad. Mas Maniaci, que se casou com um homem depois de deixar a prática homossexual, recorreu para o Supremo Tribunal desse estado alegando que queria educar os seus filhos da maneira que ela e o seu marido consideravam correcta.

O Supremo Tribunal de Montana recusou o recurso de Maniaci e ratificou o argumento do juiz anterior, que considerava que Kulstad tinha direitos parentais sobre as crianças por ter estabelecido com elas uma relação materno-filial.

Juan Meseguer Velasco

(Fonte: Aceprensa)

«Àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado»

São Francisco de Assis (1182-1226), fundador da Ordem dos Frades Menores 
Admoestações, 19-22, 28


Feliz o servo que atribui todos os seus bens ao Senhor. Aquele que, pelo contrário, reivindica uma parte para si mesmo, esse esconde dentro de si o dinheiro do Senhor Deus, e o que julga possuir ser-lhe-á tirado (Mt 25,18.28).

Feliz o servo que, quando é felicitado e homenageado pelos homens, não se tem por melhor do que quando o tratam como pessoa vil, simples e desprezível. Porque quanto vale o homem diante de Deus, é isso que ele vale na realidade, e nada mais. […]

Feliz o religioso que não sente prazer nem alegria a não ser nas obras do Senhor, e com elas leva os homens ao amor de Deus com toda a alegria. […] Feliz o servo que não fala para se enaltecer, que não exibe o seu valor e que não está sempre ansioso por tomar a palavra, mas que fala e responde com sabedoria e reflexão. Ai do religioso que, em vez de guardar em seu coração o bem que o Senhor lhe faz, e em vez de deixar que os outros o vejam através das suas obras, o quer mostrar às pessoas por palavras para obter elogios. Com isso recebe a insignificante recompensa que cobiçava, mas os que o ouvem pouco fruto recolhem. […]

Feliz o servo que arrecada, mas no céu (Mt 6,20), o tesouro das graças que o Senhor lhe oferece, e que não anda a apregoá-las aos homens para deles obter recompensa, porque o próprio Altíssimo manifestará as suas obras a quem Lhe aprouver. Feliz o servo que guarda em seu coração os segredos do Senhor.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de janeiro de 2014

Dizia-lhes mais: «Porventura traz-se a lâmpada para se pôr debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta sobre o candelabro? Porque não há coisa alguma escondida que não venha a ser manifesta, nem que seja feita para estar oculta, mas para vir a público. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça». Dizia-lhes mais: «Atendei ao que ouvis. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará. Porque ao que tem, dar-se-lhe-á ainda mais e ao que não tem, ainda o que tem lhe será tirado».

Mc 4, 21-25

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Com muito carinho eis o Super Papa (vídeo em espanhol)

Noite escura no Porto

Ontem, dia 28 tive uma experiência pessoal que me deixou, confesso, um pouco fragilizado na minha “importância” de homem pertencente a uma sociedade de seres humanos.

Por volta das dez horas da noite passei por uma rua central da cidade do Porto. O que vi deixou-me atónito e curioso. Parei o automóvel e comecei a andar a pé.

Nos vãos dos estabelecimentos de boa aparência estavam numerosos grupos de dez ou vinte pessoas, sentados, deitados, de cócoras embrulhados em cobertores, conversando animadamente.

Gente muito jovem, rapazes e raparigas e alguns mais velhos que eram quem falava mais alto.

O que fazia ali aquela gente?

Nada… absolutamente nada. O vestuário indefinido, o aspecto igualmente e, todos, com um ar de resignação estampado nos rostos não muito limpos.

Seriam, estes, os tristemente famosos sem-abrigo de que tanto se fala mas que, talvez, muitos nunca tenham contactado directamente.

Fiquei por ali, andando para trás e para a frente fazendo um esforço para não me fazer notado como um curioso movido por qualquer impulso. Não sou um perito mas não me pareceu que houvesse sintomas de drogas ou outra adição do género. Aliás, não se via um unico agente policial.

Estavam ali e… era tudo!

Passados uns quinze minutos chegaram dois automóveis que transportavam gente jovem, alguns muito jovens. Dos porta-bagagens tiraram grandes caixas térmicas, e sacos de variado tamanho.
Continham comida! Sopa, sandes, alguns bolos.

Ordenadamente toda aquela gente foi-se colocando em fila para receber o seu quinhão da, possivelmente, única refeição do dia.

A cena, por si só, deixou-me inquieto e, ao mesmo tempo, estranhamente feliz:

Inquieto pela juventude carenciada de uma simples refeição necessariamente frugal;

Feliz por constatar que existe muita gente jovem que, a desoras, procura outros a quem prestar assistência a sério, com coisas práticas, em espécie e também em palavras que revelavam um à-vontade muito grande de quem faz algo com um simples e natural gesto solidário.

Não interessa muito considerar se era uma noite de Janeiro, fria, gelada, chovendo a cântaros; podia ser uma noite cálida de Agosto porque a única diferença seria, talvez, menos desconforto, o que, sim, me importa, é a falta de consideração, de um breve pensamento, uma simples oração, de tantos e tantas – nos quais infelizmente tenho de incluir-me – nem lhe ocorre ou preocupa.

Por mim, fiz um propósito que desejo veemente cumprir:

Não adormecer um único dia, no sossego e conforto do meu lar ou onde estiver, sem pedir à Mãe comum e Rainha de todos os portugueses, que lance um olhar carinhoso por estes filhos e súbditos seus.

Querem, os que me leem, acompanhar-me neste propósito?

ama