Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 31 de maio de 2014

2 Julho 19h00 Formação em Voluntariado - APCD Lisboa


'Encontrarás Dragões' filme completo legendado

«A Ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança: tendo-nos precedido na glória, para aí nos chama como membros do seu Corpo» (da oração colecta)

Homilia atribuída a São João Crisóstomo (c. 350-407) 
Sobre a Ascensão, §§ 16-17


Deus e os homens tornaram-se uma só raça, e é por isso que São Paulo afirma: «somos da raça de Deus» (Act 17,29); e, noutra passagem: «somos o corpo de Cristo e cada um, pela sua parte, é um membro» (1Cor 12,27). Quer dizer, pela carne que Ele assumiu nós tornámo-nos Sua parentela e temos assim, graças a Ele, uma dupla garantia: no Céu, a carne que de nós tomou; na Terra, o seu Espírito Santo que em nós permanece. […] Porque nos havemos de admirar que o Espírito Santo esteja ao mesmo tempo connosco e no Céu, quando o corpo de Cristo está tanto à direita do Pai quanto connosco na Terra? O Céu recebeu o seu sagrado corpo, e a Terra o Espírito Santo. Depois de nos ter trazido o Espírito Santo com a sua Encarnação, Ele levou o nosso corpo para o Céu na sua Ascensão. […] Tal é o plano divino, grandioso e surpreendente! Como disse o salmista: «Senhor, nosso Deus, como é admirável o vosso nome em toda a terra!» (Sl 8,2) […]

A divindade foi, assim, elevada. Como é dito expressamente, «Elevou-Se à vista deles» (Act 1,9) Aquele que em tudo é poderoso: o Deus forte, o poderoso Senhor, «o grande Rei de toda a terra» (Sl 47 [46],3). Grande Profeta (Dt 18,15-19), Sumo Sacerdote (Heb 7,26; 8,1), Luz verdadeira (Jo 1,9), Ele é grande em tudo, não só na sua divindade, mas também na sua carne, pois Se tornou Sumo Sacerdote e poderoso Profeta. E como? Escutai o que diz a Escritura: «uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus Cristo, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos» (Heb 4,14). Então, se Ele é Sumo Sacerdote e Profeta, é bem certo que «surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo» (Lc 7,16). E se Ele é Sumo Sacerdote, grande Profeta e Rei, também é Luz dos povos: «a Galileia dos gentios, o povo que andava nas trevas, viu uma grande luz» (Is 8,23-9,1; Mt 4,15-16). Temos, pois, o Fiador da nossa vida no Céu, para onde Ele, que é Cristo, nos levou consigo.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 1 de junho de 2014 - Solenidade das Ascensão do Senhor

Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando O viram, adoraram-n'O; alguns, porém, duvidaram. Jesus, aproximando-Se, falou-lhes assim: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo».

Mt 28, 16-20

LINDÍSSIMO: sessenta e seis mil copos formam um mosaico de um bebé no ventre maternal (só imagem)

«Recebei o Espírito Santo»

Gregório de Narek (c. 944-c. 1010), monge e poeta arménio
Livro das orações, nº 33 (a partir da trad. SC 78, p. 206)

Omnipotente, Benfeitor, Amigo dos homens, Deus de todos,
Criador dos seres visíveis e invisíveis,
Tu que salvas e fortaleces,
Tu que curas e pacificas,
Espírito poderoso do Pai [...],
Tu participas no mesmo trono e na mesma glória,
e na acção criadora do Pai [...].
Por meio de Ti nos foi revelada
a trindade das Pessoas, na unidade da natureza da Divindade;
e Tu és uma destas Pessoas,
Tu, o Incompreensível. [...]

Moisés Te proclamou Espírito de Deus (Gn 1, 2):
a Ti, que planavas sobre as águas,
com protecção envolvente, temível e cheia de solicitude;
Tu abriste as asas como sinal de auxílio compadecido aos recém-nascidos,
revelando-nos assim o mistério da fonte baptismal. [...]
Tu criaste, ó Omnipotente, enquanto Senhor,
todas as naturezas de tudo quanto existe,
todos os seres a partir do nada.
Por Ti se renovam pela ressurreição
todos os seres por Ti criados,
nesse momento que é o último dia da vida nesta terra
e o primeiro dia da vida na Terra dos Vivos.

Aquele que tem a mesma natureza que Tu,
Aquele que é consubstancial ao Pai, o Filho Unigénito,
obedeceu-Te, na nossa natureza, como a Seu Pai,
unindo a Sua vontade à Tua.
Ele Te anunciou como Deus verdadeiro,
igual e consubstancial a Seu Pai omnipotente [...]
e calou aqueles que a Ti resistiam,
esses que combatiam Deus (cf Mt 12, 28),
perdoando embora àqueles que se Lhe opunham.

Ele é o Justo e o Imaculado, o Salvador de todos,
que foi entregue por causa dos nossos pecados,
e que ressuscitou para nossa justificação (Rom 4, 25).
A Ele a glória por Ti,
e a Ti o louvor pelo Pai omnipotente,
pelos séculos dos séculos,
Ámen.

Maio mês de Maria - Ave Maria - Gounod por Alfredo Kraus

«Magnificat anima mea dominum»

«'A minha alma engrandece o Senhor' (Lc 1, 46), [Maria] exprime assim todo o programa da sua vida: não colocar-se a si mesma ao centro, mas dar espaço ao Deus que encontra tanto na oração como no serviço ao próximo - só então o mundo se torna bom. Maria é grande, precisamente porque não quer fazer-se grande a si própria, mas engrandecer a Deus.» 

(Bento XVI - Deus Caritas Est, nº 41)

A bela Festa Mariana da Visitação

“A jovem Maria, que leva no seio Jesus e, esquecendo-se de si, acorre em ajuda do próximo, é um estupendo ícone da Igreja, na perene juventude do Espírito, da Igreja missionária do Verbo incarnado, chamada a levá-lo ao mundo e a testemunhá-lo especialmente no serviço da caridade. Invoquemos, portanto, a intercessão de Maria Santíssima, para que obtenha para a Igreja do nosso tempo a graça de ser potentemente reforçada pelo Espírito Santo”

(Bento XVI no Regina Coeli de 31.05.2009)

Magnificat de Bach

Visitação de Nossa Senhora

A Igreja celebra a festa da Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, em Ain-Karin, na Judeia. Isabel estava grávida de São João Baptista, o precursor de Jesus. É o encontro de duas mulheres que celebram jubilosas a vinda de Jesus Salvador: o Reino de Deus, a Boa Nova, as promessas de Deus já estão cumpridas e continuam a cumprir-se no meio dos homens de boa vontade. No seu Evangelho, São Lucas afirma: naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu ventre e Isabel ficou replecta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: "Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!" (Lucas 1,39ss.). É o milagre da vida que brota com força e poder e vence o mundo. É a força e o poder da Palavra de Deus que faz a Virgem conceber e permite que aquela que era estéril dê à luz (Lucas 1,30ss.). É por isso que Maria, trazendo Jesus em seu seio, irrompe neste sublime canto de alegria e júbilo que é o "Magnificat" (Lucas 1,46-55).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«A sua misericórdia se estende de geração em geração»

São João Paulo II (1920-2005), papa 
Encíclica «Dives in Misericordia» §9 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)


«Cantarei eternamente as misericórdias do senhor» (Sl 88,2). No cântico pascal da Igreja repercutem-se, com a plenitude do seu conteúdo profético, as palavras que Maria pronunciou durante a visita que fez a Isabel, esposa de Zacarias: «A sua misericórdia estende-se de geração em geração». Tais palavras abrem, já desde o momento da Encarnação, uma nova perspectiva da história da Salvação. Após a ressurreição de Cristo, esta nova perspectiva passa para o plano histórico e, ao mesmo tempo, reveste-se de um sentido escatológico novo. Desde então sucedem-se sempre novas gerações de homens na imensa família humana, em dimensões sempres crescentes; sucedem-se também novas gerações do Povo de Deus, assinaladas pelo sinal da Cruz e da Ressurreição […], o mistério pascal de Cristo, revelação absoluta daquela misericórdia que Maria proclamou à entrada da casa da sua parente. […]

Mãe do Crucificado […], Maria é aquela que conhece mais profundamente o mistério da misericórdia divina. Conhece o seu preço e sabe quanto é elevado. Neste sentido chamamos-lhe Mãe da misericórdia, Nossa Senhora da Misericórdia […], capaz de descobrir, primeiro através dos complexos acontecimentos de Israel, e depois daqueles que dizem respeito a cada um dos homens e à humanidade inteira, a misericórdia da qual todos se tornam participantes, segundo o eterno desígnio da Santíssima Trindade, «de geração em geração». […]

Mãe do Crucificado e do Ressuscitado […], tendo experimentado a misericórdia de um modo excepcional, «merece» igualmente tal misericórdia durante toda a sua vida terrena e, de modo particular, aos pés da cruz do Filho. […] Em seguida, através da participação escondida e, ao mesmo tempo, incomparável na missão messiânica de seu Filho, foi chamada de modo especial para tornar próximo dos homens o amor que o Filho tinha vindo revelar: amor que encontra a sua mais concreta manifestação para com os que sofrem, os pobres, os que estão privados de liberdade os cegos, os oprimidos e os pecadores, conforme Cristo explicou (Lc 4,18; 7,22).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 31 de maio de 2014

Naqueles dias, levantando-se Maria, foi com pressa às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Aconteceu que, logo que Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo; e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. Donde a mim esta dita, que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Porque, logo que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão-de cumprir as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor». Então Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a humildade da Sua serva. Portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão ditosa, porque o Todo-poderoso fez em mim grandes coisas. O Seu nome é Santo, e a Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, dispersou os homens de coração soberbo. Depôs do trono os poderosos, elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e aos ricos despediu de mãos vazias. Tomou cuidado de Israel, Seu servo, lembrado da Sua misericórdia; conforme tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou com Isabel cerca de três meses; depois voltou para sua casa. 

Lc 1, 39-56

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Campanha online do Banco Alimentar Contra a Fome - www.alimentestaideia.net - Obrigado


Campanha Online do Banco Alimentar Contra a Fome

Até  8 de Junho contamos uma vez mais consigo.

Em Portugal a situação continua difícil para muitas famílias. A ajuda de todos é muito importante, por mais pequena que seja a nossa contribuição. Deixamos aqui um convite a todos os portugueses,  espalhados pelo mundo e em Portugal, para que contribuam para a Campanha dos Bancos Alimentares Contra a Fome. Agora também online.
Para este efeito, basta clicar em http://www.alimentestaideia.net
e, de qualquer local onde se encontre, pode fazer um donativo em produtos alimentares indicando o Banco Alimentar para o qual quer canalizar a sua ajuda.

Se já fez o seu donativo, muito obrigado. Se ainda não contribuiu não se esqueça de quem precisa da sua ajuda para se alimentar.


Divulgue esta campanha aos seus contactos, nas suas páginas nas redes sociais podendo assim ajudar quem mais precisa em Portugal.

Obrigado por alimentar mais esta ideia


Banco Alimentar contra a Fome

Maio mês de Maria - Ave Maria - Gounod-Bach por José Carreras

«Haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria»

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja 
Homilias sobre o Cântico dos Cânticos, Nº 37


«À ida vão a chorar levando a semente.» Mas chorarão para sempre? Certamente que não: «Ao regressar, voltam cantando, trazendo os feixes de espigas» (Sl 125,8). E têm motivo para se alegrar, pois levarão feixes de glória. Mas, direis vós, isso só vai acontecer no último dia, no momento da ressurreição, e a espera é longa. Não desanimeis, não cedais a essas infantilidades. Enquanto aguardais, recebereis suficientes «primícias do Espírito» (2Cor 1,22) para colherdes desde já na alegria. Semeai na justiça, diz o Senhor, e colhereis a esperança da vida. Ele não vos relega para o último dia, quando tudo vos será dado realmente, e já não na esperança; está a falar do presente. Claro, a nossa felicidade será grande, a nossa alegria infinita, quando começar a verdadeira vida; mas a esperança de uma tão grande felicidade não pode existir sem que haja alegria desde já.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de maio de 2014

Em verdade, em verdade vos digo que haveis de chorar e gemer, e o mundo se há-de alegrar; haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria. A mulher, quando dá à luz, está em sofrimento, porque chegou a sua hora, mas, depois que deu à luz a criança, já não se lembra da sua aflição, pela alegria que sente de ter nascido um homem para o mundo. Vós, pois, também estais agora tristes, mas hei-de ver-vos de novo e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos tirará a vossa alegria. Naquele dia, não Me interrogareis sobre nada. «Em verdade, em verdade vos digo que, se pedirdes a Meu Pai alguma coisa em Meu nome, Ele vo-la dará.

Jo 16, 20-23

quinta-feira, 29 de maio de 2014

31 Maio - 17h30 Pedro Gil "Pensar a Verdade" - Auditório do Oratório de São Josemaria


ASCENSÃO

Porque estás a olhar para o Céu?

Perguntas-me,
com um sorriso admirado.

Mas eu nem sequer me dou conta
de que quando Tu partiste
Te fizeste,
afinal,
ainda mais chegado.

Não há razão para estar triste,
com medo,
ou desanimado,
porque quando ao Céu subiste
quando Te afastaste por fim,
deixaste de estar a meu lado
para ficares ainda mais perto,
e seres o todo e o tudo,
no nada que havia em mim.

Desceste depois como pomba,
língua de fogo,
ou como vento forte.
Fizeste-Te presença constante,
aqui, no meio de nós,
cumprindo a tua promessa:
«Eu voltarei para vós!»*

*conf. Jo 14,18

Monte Real, 29 de Maio de 2014

Joaquim Mexia Alves

Maio mês de Maria - Ave Maria - Schubert por Kiri Te Kanawa

A tristeza que gera a alegria

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja 
Homilia 79 sobre S. João


Depois de ter derramado a alegria na alma dos seus discípulos pela promessa que lhes fez de lhes enviar o Espírito Santo, o Salvador entristece-os de novo ao dizer: «Ainda um pouco e deixareis de Me ver». Age desta forma para os preparar, através desta linguagem triste e severa, para a ideia da sua separação próxima; porque nada é mais próprio para acalmar a alma mergulhada na tristeza e na aflição do que o pensamento frequente dos motivos que produziram nela essa tristeza.

Eles não compreendiam, quer por causa da tristeza que os impedia de pensar no que Ele lhes dizia, quer por causa da obscuridade das próprias palavras, que pareciam conter duas coisas contraditórias, mas que na realidade não o eram. Pois se Te vemos, podiam eles dizer, como Te vais embora? E, se Te vais embora, como Te poderemos ver?

Querendo pois mostar-lhes que a tristeza gera alegria, e ainda que aquela tristeza seria curta ao passo que a sua alegria não terá fim, Nosso Senhor toma a comparação da mulher que dá à luz. Com tal comparação, quer também exprimir, de um modo figurado, que Ele Se libertou dos constrangimentos da morte, e assim regenerou o homem novo. E não diz que não haverá tribulação mas que não se lembrarão dela, tão grande vai ser a alegria que lhe sucederá.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 29 de maio de 2014

«Um pouco, e já não Me vereis; outra vez um pouco, e ver-Me-eis, porque vou para o Pai». Disseram então entre si alguns dos Seus discípulos: «Que é isto que Ele nos diz: Um pouco, e já não Me vereis, e outra vez um pouco, e ver-Me-eis? Que significa também: Porque vou para o Pai?». Diziam pois: «Que é isto que Ele diz: Um pouco? Não sabemos o que Ele quer dizer». Jesus, conhecendo que queriam interrogá-l'O, disse-lhes: «Vós perguntais uns aos outros porque é que Eu disse: Um pouco, e já não Me vereis, e outra vez um pouco, e ver-Me-eis. Em verdade, em verdade vos digo que haveis de chorar e gemer, e o mundo se há-de alegrar; haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria.

Jo 16, 16-20

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Verão Darca 2014 - Actividades de Férias


29 Maio 16h00 Seminário Franciscano da Luz - Encontro de apresentação do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais


Audiência geral intervenção em português

Locutor:
Nos dias passados, fiz uma peregrinação à Terra Santa. Objectivo principal era celebrar os cinquenta anos do Encontro entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras; por isso, o momento culminante da visita foi o meu encontro com Sua Santidade Bartolomeu. Naquela celebração comum, ouvimos forte a voz do Bom Pastor ressuscitado que quer reunir todas as suas ovelhas em um só rebanho; sentimos o desejo de curar as feridas ainda abertas e continuar o caminho para a plena comunhão. Outro objectivo da peregrinação era encorajar o caminho para a paz naquela Região Médio-Oriental; fi-lo na Jordânia, na Palestina e em Israel, movido por uma grande compaixão pelos filhos daquela Terra que, há já demasiado tempo, convivem com a guerra. Neste sentido, convidei o Presidente de Israel e o Presidente da Palestina para virem ao Vaticano rezar comigo pela paz. Com esta visita, quis levar uma palavra de esperança; mas também eu a recebi; recebi-a de irmãos e irmãs que, refugiados longe da sua casa ou discriminados por causa da sua fé em Cristo, continuam a «esperar contra toda a esperança».

Santo Padre:
Saluto di cuore tutti i pellegrini di lingua portoghese, in particolare i gruppi dell’«Academia Paulista de Magistrados» e dell’«Instituto São Boaventura» nonché i fedeli di Brasília, Campinas e Rolândia, incoraggiandovi a essere dovunque testimoni di speranza e carità. E, se qualche volta la vita fa scatenare turbolenze spirituali nella vostra anima, andate a cercare rifugio sotto il manto della Santa Madre di Dio; soltanto là troverete pace. Su di voi e sulle vostre famiglie e parrocchie scenda la Benedizione del Signore.

Locutor:
[De coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular dos grupos da Academia Paulista de Magistrados e do Instituto São Boaventura bem como os fiéis de Brasília, Campinas e Rolândia, encorajando-vos a ser por todo o lado testemunhas de esperança e caridade. E, se alguma vez a vida fizer desencadear turbulências espirituais na vossa alma, ide procurar refúgio sob o manto da Santa Mãe de Deus; somente lá encontrareis paz. Sobre vós, vossas famílias e paróquias desça a Bênção do Senhor!]

31 Maio 15h30 Dr Pedro Afonso "A internet e os comportamentos de risco pelos adolescentes e jovens" - Clube Xénon


Maio mês de Maria - Ave Maria - Charles Gounod por Kathleen Battle

Brevíssimo comentário ao Evangelho de hoje...

Peçamos ao Senhor que nos derrame o Divino Espírito Santo sobre nós à semelhança do que fez com os doze apóstolos e como nos narra o Evangelho de hoje (Jo 16, 12-15) para que cheios Dele possamos estar sempre disponíveis para a Verdade.

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor!

«Ele há-de manifestar a minha glória, porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer»

Catecismo da Igreja Católica 
§§ 797-799


«O que o nosso espírito, quer dizer, a nossa alma, é para os nossos membros, o Espírito Santo é-o para os membros de Cristo, para o Corpo de Cristo, que é a Igreja» (Sto. Agostinho). […] É o Espírito Santo que faz da Igreja «o templo do Deus vivo» (2Cor 6,16); «De facto, foi à própria Igreja que o dom de Deus foi confiado [...]. Nela foi depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, arras da incorruptibilidade, confirmação da nossa fé e escada da nossa ascensão para Deus [...]. Porque onde está a Igreja, aí está também o Espírito de Deus; e onde está o Espírito de Deus, aí está a Igreja e toda a graça» (Sto. Ireneu).

O Espírito Santo […] realiza, de múltiplas maneiras, a edificação de todo o Corpo na caridade: pela Palavra de Deus […]; pelo Baptismo, pelo qual forma o Corpo de Cristo (1Cor 12,13); pelos sacramentos, que fazem crescer e curam os membros de Cristo; pela «graça dada aos Apóstolos que ocupa o primeiro lugar entre os seus dons» («Lumen Gentium» 7); pelas virtudes que fazem agir segundo o bem; enfim, pelas múltiplas graças especiais (chamadas «carismas») pelos quais torna os fiéis «aptos e disponíveis para assumir os diferentes cargos e ofícios proveitosos para a renovação e a cada vez mais ampla edificação da Igreja» («Lumen Gentium» 12). Extraordinários ou simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo que, directa ou indirectamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados como são para a edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de maio de 2014

Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não as podeis compreender agora. Quando vier, porém, o Espírito da Verdade, Ele vos guiará no caminho da verdade total, porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-vos-á as coisas que estão para vir. Ele Me glorificará, porque receberá do que é Meu e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é Meu. Por isso Eu vos disse que Ele receberá do que é Meu e vo-lo anunciará. 

Jo 16, 12-15

terça-feira, 27 de maio de 2014

Verão Areias 2014 - Inscrições abertas!


Portugueses oferecem presente 'gigante' ao Papa Francisco

Um grupo de portugueses vai oferecer ao papa Francisco uma escultura de Cristo na cruz com quase três metros de altura, iniciativa que, segundo os promotores, pretende sensibilizar para a teologia do corpo humano.

A estátua de Cristo na Cruz com Maria, com o título de Ut Christus Ecclesiam Amavit (Como Cristo Amou a Igreja), será oferecida ao papa Francisco numa audiência a 18 de junho de 2014, em Roma, numa iniciativa da ACAR - Associação Cultural Amor e Responsabilidade, com sede em Caldas da Rainha.

Com 2,70 metros de altura e 1,80 metros de largura, a escultura, que representa Cristo na cruz com sua mãe Maria, foi originalmente concebida pelo padre Miguel Pereira, da paróquia das Caldas da Rainha, para o IV Simpósio Internacional sobre Teologia do Corpo, que se realizou em Fátima em Junho de 2013, explica a ACAR em comunicado.

Feita pelo atelier Carlos Oliveira, a escultura foi inspirada nos ensinamentos e reflexões do então papa e agora santo João Paulo II incluídos numa série de catequeses dadas nas audiências de quarta-feira, entre 1979 e 1984, sobre a sexualidade, o amor humano e a família.

A escultura é ainda inspirada na cruz da Unidade adoptada pelo movimento Schoenstatt, movimento católico surgido na Alemanha em 1914 de forte devoção à Virgem Maria.

"Com a criação desta estátua, os promotores pretendem não só associar a escultura à fé, mas também sensibilizar para a teologia do corpo, uma visão nova e surpreendente que revaloriza o corpo humano -- algo sagrado que até Deus-Filho assume irrevogavelmente quando encarna e ressuscita", explica o comunicado.

Durante os meses que precederam o IV Simpósio Internacional da Teologia do Corpo, a cruz percorreu várias paróquias das dioceses de Lisboa, Setúbal, Leiria-Fátima e Coimbra para anunciar o simpósio.

No âmbito desta iniciativa, foi lançada uma campanha de apelo para o envio de mensagens dirigidas ao papa Francisco, que serão entregues juntamente com a escultura na audiência.

As mensagens poderão enviadas através da plataforma online www.teologiadocorpo.org até 13 de Junho.

Lusa/SOL

Maio mês de Maria - Ave Maria por Renée Fleming

«Se Eu for, Eu vos enviarei o Paráclito»

Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra 
Sermão «The Spiritual Presence of Christ in the Church», PPS, t. 6, n°10


Cristo está verdadeiramente connosco agora, de muitas maneiras. Ele próprio o disse: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28,20) […]. Poderíamos ser levados a dar esta explicação: «Cristo voltou, mas em espírito; foi o seu espírito que veio em seu lugar, e quando se diz que Cristo está connosco, tal significa apenas que o seu Espírito está connosco.» Naturalmente, ninguém pode negar […] que o Espírito Santo veio; mas porque veio Ele? Para suprir a ausência de Cristo, ou para cumprir a sua presença? Seguramente que para O tornar presente. Não nos ocorra, por um momento que seja, que Deus Espírito Santo possa vir de tal maneira que Deus Filho permaneça distante. Não, Ele não veio para que Cristo não viesse, mas antes para que Cristo pudesse vir na sua vinda. Pelo Espírito Santo entramos em comunhão com o Pai e o Filho […]. São Paulo escreve: «[Em Cristo] também vós sois integrados na construção, para formardes uma habitação de Deus, pelo Espírito», […] e «que Ele vos conceda […] que sejais cheios de força, pelo seu Espírito; para que se robusteça em vós o homem interior, que Cristo, pela fé, habite os vossos corações» (Ef 2,22; 3,16ss). O Espírito Santo suscita e a fé acolhe a habitação de Cristo no coração. Portanto, o Espírito não ocupa o lugar de Cristo na alma, antes assegura esse lugar a Cristo […].

O Espírito Santo digna-Se pois vir até nós para que, com a sua vinda, Cristo possa vir até nós, não material ou visivelmente, mas entrando em nós. E é assim que Ele está simultaneamente presente e ausente: ausente porque deixou esta Terra, presente porque não deixou a alma fiel. Como Ele mesmo diz: «O mundo já não Me verá; vós é que Me vereis» (Jo 14,19).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 27 de maio de 2014

«Agora vou para Aquele que Me enviou e nenhum de vós Me pergunta: Para onde vais? Mas, porque vos disse estas coisas a tristeza encheu o vosso coração. «Contudo, digo-vos a verdade: A vós convém que Eu vá, porque se não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se for, Eu vo-l'O enviarei. Ele, quando vier, convencerá o mundo quanto ao pecado, à justiça e ao juízo. Quanto ao pecado, porque não creram em Mim; quanto à justiça, porque vou para o Pai e vós não Me vereis mais; quanto ao juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.

Jo 16, 5-11

segunda-feira, 26 de maio de 2014

1 junho - 21h00 Lançamento do Meeting Lisboa 2014


Homilia de Francisco na Santa Missa celebrada no Cenáculo

Amados Irmãos!

Um grande dom nos concede o Senhor, ao reunir-nos aqui, no Cenáculo, para celebrar a Eucaristia. Aqui, onde Jesus comeu a Última Ceia com os Apóstolos; onde, ressuscitado, apareceu no meio deles; onde o Espírito Santo desceu poderosamente sobre Maria e os discípulos. Aqui nasceu a Igreja, e nasceu em saída. Daqui partiu, com o Pão repartido nas mãos, as chagas de Jesus nos olhos e o Espírito de amor no coração.

Jesus ressuscitado, enviado pelo Pai, no Cenáculo comunicou aos Apóstolos o seu próprio Espírito e, com esta força, enviou-os a renovar a face da terra (cf. Sal 104, 30).

Sair, partir, não quer dizer esquecer. A Igreja em saída guarda a memória daquilo que aconteceu aqui; o Espírito Paráclito recorda-lhe cada palavra, cada gesto, e revela o seu significado.

O Cenáculo recorda-nos o serviço, o lava-pés que Jesus realizou, como exemplo para os seus discípulos. Lavar os pés uns aos outros significa acolher-se, aceitar-se, amar-se, servir-se reciprocamente. Quer dizer servir o pobre, o doente, o marginalizado.

O Cenáculo recorda-nos, com a Eucaristia, o sacrifício. Em cada celebração eucarística, Jesus oferece-Se por nós ao Pai, para que também nós possamos unir-nos a Ele, oferecendo a Deus a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas alegrias e as nossas penas..., oferecer tudo em sacrifício espiritual.

O Cenáculo recorda-nos a amizade. «Já não vos chamo servos – disse Jesus aos Doze – (…) mas a vós chamei-vos amigos» (Jo 15, 15). O Senhor faz de nós seus amigos, confia-nos a vontade do Pai e dá-Se-nos a Si mesmo. Esta é a experiência mais bela do cristão e, de modo particular, do sacerdote: tornar-se amigo do Senhor Jesus.

O Cenáculo recorda-nos a despedida do Mestre e a promessa de reencontrar-se com os seus amigos: «Quando Eu tiver ido (…), virei novamente e hei-de levar-vos para junto de Mim, a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também» (Jo 14, 3). Jesus não nos deixa, nunca nos abandona, vai à nossa frente para a casa do Pai; e, para lá, nos quer levar consigo.

Mas, o Cenáculo recorda também a mesquinhez, a curiosidade – «quem é o traidor?» – a traição. E reproduzir na vida estas atitudes não sucede só nem sempre aos outros, mas pode suceder a cada um de nós, quando olhamos com desdém o irmão e o julgamos; quando, com os nossos pecados, atraiçoamos Jesus.

O Cenáculo recorda-nos a partilha, a fraternidade, a harmonia, a paz entre nós. Quanto amor, quanto bem jorrou do Cenáculo! Quanta caridade saiu daqui como um rio da sua fonte, que, ao princípio, é um ribeiro e depois se alarga e torna grande... Todos os santos beberam daqui; o grande rio da santidade da Igreja, sempre sem cessar, tem origem daqui, do Coração de Cristo, da Eucaristia, do seu Santo Espírito.

Finalmente, o Cenáculo recorda-nos o nascimento da nova família, a Igreja, constituída por Jesus ressuscitado. Família esta, que tem uma Mãe, a Virgem Maria. As famílias cristãs pertencem a esta grande família e, nela, encontram luz e força para caminhar e se renovar no meio das fadigas e provações da vida. Para esta grande família, estão convidados e chamados todos os filhos de Deus de cada povo e língua, todos irmãos e filhos do único Pai que está nos céus.

Este é o horizonte do Cenáculo: o horizonte do Ressuscitado e da Igreja.

Daqui parte a Igreja em saída, animada pelo sopro vital do Espírito. Reunida em oração com a Mãe de Jesus, ela sempre revive a espera de uma renovada efusão do Espírito Santo: Desça o vosso Espírito, Senhor, e renove a face da terra (cf. Sal 104, 30)

Imagens da Santa Missa celebrada pelo Papa Francisco no Cenáculo

Homilia no encontro do Papa com sacerdotes, religiosas e seminaristas a Getsemani

«[Jesus] saiu então e foi (...) para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele» (Lc 22, 39).

Quando chega a hora marcada por Deus para salvar a humanidade da escravidão do pecado, Jesus retira-Se aqui, no Getsemani, ao pé do Monte das Oliveiras. Encontramo-nos neste lugar santo, santificado pela oração de Jesus, pela sua angústia, pelo seu suor de sangue; santificado sobretudo pelo seu «sim» à vontade amorosa do Pai. Quase sentimos temor de abeirar-nos dos sentimentos que Jesus experimentou naquela hora; entramos, em pontas de pés, naquele espaço interior, onde se decidiu o drama do mundo.

Naquela hora, Jesus sentiu a necessidade de rezar e ter perto d’Ele os seus discípulos, os seus amigos, que O tinham seguido e partilhado mais de perto a sua missão. Mas o seguimento aqui, no Getsemani, torna-se difícil e incerto; prevalecem a dúvida, o cansaço e o pavor. Na rápida sucessão dos eventos da paixão de Jesus, os discípulos assumirão diferentes atitudes perante o Mestre: de proximidade, de distanciamento, de incerteza.

Será bom para todos nós – bispos, sacerdotes, pessoas consagradas, seminaristas – perguntarmo-nos neste lugar: Quem sou eu perante o meu Senhor que sofre?

Sou daqueles que, convidados por Jesus a velar com Ele, adormecem e, em vez de rezar, procuram evadir-se fechando os olhos frente à realidade?

Reconheço-me naqueles que fugiram por medo, abandonando o Mestre na hora mais trágica da sua vida terrena?

Porventura há em mim a hipocrisia, a falsidade daquele que O vendeu por trinta moedas, que fora chamado amigo e no entanto traiu Jesus?

Reconheço-me naqueles que foram fracos e O renegaram, como Pedro? Pouco antes, ele prometera a Jesus segui-Lo até à morte (cf. Lc 22, 33); depois, encurralado e dominado pelo medo, jura que não O conhece.

Assemelho-me àqueles que já organizavam a sua vida sem Ele, como os dois discípulos de Emaús, insensatos e de coração lento para acreditar nas palavras dos profetas (cf. Lc 24, 25)?

Ou então, graças a Deus, encontro-me entre aqueles que foram fiéis até ao fim, como a Virgem Maria e o apóstolo João? No Gólgota, quando tudo se torna escuro e toda a esperança parece extinta, somente o amor é mais forte que a morte. O amor de Mãe e do discípulo predilecto impele-os a permanecerem ao pé da cruz, para compartilhar até ao fundo o sofrimento de Jesus.

Reconheço-me naqueles que imitaram o seu Mestre e Senhor até ao martírio, dando testemunho que Ele era tudo para eles, a força incomparável da sua missão e o horizonte último da sua vida?

A amizade de Jesus por nós, a sua fidelidade e a sua misericórdia são o dom inestimável que nos encoraja a continuar, com confiança, a segui-Lo, apesar das nossas quedas, erros e traições.

Todavia esta bondade do Senhor não nos isenta da vigilância frente ao tentador, ao pecado, ao mal e à traição que podem atravessar também a vida sacerdotal e religiosa. Sentimos a desproporção entre a grandeza da chamada de Jesus e a nossa pequenez, entre a sublimidade da missão e a nossa fragilidade humana. Mas o Senhor, na sua grande bondade e infinita misericórdia, sempre nos toma pela mão, para não nos afogarmos no mar do acabrunhamento. Ele está sempre ao nosso lado, nunca nos deixa sozinhos. Portanto, não nos deixemos vencer pelo medo e o desalento, mas, com coragem e confiança, sigamos em frente no nosso caminho e na nossa missão.

Vós, amados irmãos e irmãs, sois chamados a seguir o Senhor com alegria nesta Terra bendita! É um dom e uma responsabilidade. A vossa presença aqui é muito importante; toda a Igreja vos está agradecida e apoia com a oração.

Imitemos a Virgem Maria e São João, permanecendo junto das muitas cruzes onde Jesus ainda está crucificado. Esta é a estrada pela qual o nosso Redentor nos chama a segui-Lo.

«Se alguém Me serve, que Me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo» (Jo 12, 26).

Excerto discurso Papa Francisco dirigido ao Presidente de Israel Shimon Peres

Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da paz! Que resplandeçam plenamente a sua identidade e o seu carácter sagrado, o seu valor religioso e cultural universal, como tesouro para toda a humanidade! Como é belo quando os peregrinos e os residentes podem aceder livremente aos Lugares Santos e participar nas celebrações!

O Senhor Presidente é conhecido como homem de paz e artífice de paz. Exprimo-lhe o meu reconhecimento e a minha admiração por esta sua posição. A construção da paz exige, antes de mais nada, o respeito pela liberdade e a dignidade de cada pessoa humana, que judeus, cristãos e muçulmanos acreditam igualmente ser criada por Deus e destinada à vida eterna. A partir deste ponto firme que temos em comum, é possível prosseguir o compromisso por uma solução pacífica das controvérsias e conflitos. A este propósito, renovo os meus votos de que se evitem, por parte de todos, iniciativas e acções que contradizem a declarada vontade de chegar a um verdadeiro acordo e de que não nos cansemos de buscar a paz com determinação e coerência.

Há que rejeitar, firmemente, tudo o que se opõe à prossecução da paz e duma convivência respeitosa entre judeus, cristãos e muçulmanos: o recurso à violência e ao terrorismo, qualquer género de discriminação por motivos raciais ou religiosos, a pretensão de impor o próprio ponto de vista em detrimento dos direitos alheios, o anti-semitismo em todas as suas formas possíveis, bem como a violência ou as manifestações de intolerância contra pessoas ou lugares de culto judeus, cristãos e muçulmanos.

No Estado de Israel, vivem e actuam várias comunidades cristãs. Estas são parte integrante da sociedade e participam, a pleno título, das suas vicissitudes civis, políticas e culturais. Os fiéis cristãos desejam, a partir da própria identidade, prestar a sua contribuição para o bem comum e para a construção da paz, como cidadãos de pleno direito que, rejeitando todas as formas de extremismo, se comprometem a ser artífices de reconciliação e concórdia.

Santo Padre aos Rabinos de Jerusalém

Prezados Grã-Rabinos de Israel!

Sinto-me particularmente feliz por poder encontrar-me convosco hoje: estou-vos agradecido pela recepção calorosa e pelas amáveis palavras de boas-vindas que me dirigistes.

Como sabeis, desde o tempo em que era Arcebispo de Buenos Aires, pude contar com a amizade de muitos irmãos judeus. Junto com eles, organizámos frutuosas iniciativas de encontro e diálogo e, com eles, vivi também significativos momentos de partilha no plano espiritual. Nos primeiros meses de pontificado, pude receber várias organizações e representantes do judaísmo mundial. Como já sucedia com os meus antecessores, são numerosos estes pedidos de encontro, vindo somar-se às muitas iniciativas que têm lugar a nível nacional ou local. Tudo isso atesta o desejo recíproco de nos conhecermos melhor, de nos ouvirmos, de construirmos vínculos de verdadeira fraternidade.

Este caminho de amizade constitui um dos frutos do Concílio Vaticano II, nomeadamente da Declaração Nostra aetate, que teve tanto peso e cujo cinquentenário recordaremos no próximo ano. Na realidade, estou convencido de que o sucedido durante as últimas décadas nas relações entre judeus e católicos tenha sido um verdadeiro dom de Deus, uma das maravilhas por Ele realizadas, pela qual somos chamados a bendizer o seu nome: «Louvai o Senhor dos senhores, / porque o seu amor é eterno! / Só Ele faz grandes maravilhas, / porque o seu amor é eterno!» (Sal 136, 3-4).

Mas é um dom de Deus que não poderia manifestar-se sem o empenho de muitíssimas pessoas corajosas e generosas, tanto judias como cristãs. Em particular, desejo mencionar aqui a importância assumida pelo diálogo entre o Grã-Rabinato de Israel e a Comissão da Santa Sé para as Relações Religiosas com o Judaísmo. Diálogo este, que, inspirado pela visita do Papa São João Paulo II à Terra Santa, teve início em 2002, encontrando-se já no décimo segundo ano de vida. Apraz-me pensar, a respeito do Bar Mitzvah da tradição judaica, que o mesmo já esteja próximo da idade adulta: tenho confiança que possa continuar e tenha um futuro brilhante pela frente.

Não se trata apenas de estabelecer, num plano humano, relações de respeito mútuo: somos chamados, como cristãos e como judeus, a interrogarmo-nos em profundidade sobre o significado espiritual do vínculo que nos une. É um vínculo que vem do Alto, ultrapassa a nossa vontade e permanece íntegro, não obstante todas as dificuldades de relacionamento vividas, infelizmente, na história.

Do lado católico, há seguramente a intenção de considerar plenamente o sentido das raízes judaicas da própria fé. Estou confiante, com a vossa ajuda, que também do lado judaico se mantenha e, se possível, aumente o interesse pelo conhecimento do cristianismo, mesmo nesta terra bendita onde o cristianismo reconhece as suas origens e, especialmente, entre as jovens gerações.

O conhecimento recíproco do nosso património espiritual, o apreço por aquilo que temos em comum e o respeito no que nos divide poderão servir de guia para o sucessivo desenvolvimento das nossas relações futuras, que entregamos nas mãos de Deus. Juntos, poderemos dar uma grande contribuição para a causa da paz; juntos, poderemos, num mundo em rápida mudança, testemunhar o significado perene do plano divino da criação; juntos, poderemos opor-nos, firmemente, a todas as formas de anti-semitismo e restantes formas de discriminação. O Senhor nos ajude a caminhar, com confiança e fortaleza de ânimo, pelas suas vias. Shalom!

Palavras do Santo Padre no Memorial de Yad Vashem

«Adão, onde estás?» (cf. Gen 3, 9).

Onde estás, ó homem? Onde foste parar?

Neste lugar, memorial do Shoah, ouvimos ressoar esta pergunta de Deus: «Adão, onde estás?».

Nesta pergunta, há toda a dor do Pai que perdeu o filho.

O Pai conhecia o risco da liberdade; sabia que o filho teria podido perder-se... mas talvez nem mesmo o Pai podia imaginar uma tal queda, um tal abismo!

Aquele grito «onde estás?» ressoa aqui, perante a tragédia incomensurável do Holocausto, como uma voz que se perde num abismo sem fundo...

Homem, quem és? Já não te reconheço.
Quem és, ó homem? Quem te tornaste?
De que horrores foste capaz?
Que foi que te fez cair tão baixo?
Não foi o pó da terra, da qual foste tirado. O pó da terra é coisa boa, obra das minhas mãos.
Não foi o sopro de vida que insuflei nas tuas narinas. Aquele sopro vem de Mim, é algo muito bom (cf. Gen 2, 7).
Não, este abismo não pode ser somente obra tua, das tuas mãos, do teu coração... Quem te corrompeu? Quem te desfigurou?
Quem te contagiou a presunção de te apoderares do bem e do mal?
Quem te convenceu que eras deus? Não só torturaste e assassinaste os teus irmãos, mas ofereceste-los em sacrifício a ti mesmo, porque te erigiste em deus.

Hoje voltamos a ouvir aqui a voz de Deus: «Adão, onde estás?»

Da terra, levanta-se um gemido submisso: Tende piedade de nós, Senhor!
Para Vós, Senhor nosso Deus, a justiça; para nós, estampada no rosto a desonra, a vergonha (cf. Bar 1, 15).
Veio sobre nós um mal como nunca tinha acontecido sob a abóbada do céu (cf. Bar 2, 2). Agora, Senhor, escutai a nossa oração, escutai a nossa súplica, salvai-nos pela vossa misericórdia. Salvai-nos desta monstruosidade.
Senhor, todo-poderoso, uma alma, na sua angústia, clama por Vós. Escutai, Senhor, tende piedade!
Pecamos contra Vós. Vós reinais para sempre (cf. Bar 3, 1-2).
Lembrai-Vos de nós na vossa misericórdia. Dai-nos a graça de nos envergonharmos daquilo que, como homens, fomos capazes de fazer, de nos envergonharmos desta máxima idolatria, de termos desprezado e destruído a nossa carne, aquela que Vós formastes da lama, aquela que vivificastes com o vosso sopro de vida.
Nunca mais, Senhor, nunca mais!
«Adão, onde estás?»
Eis-nos aqui, Senhor, com a vergonha daquilo que o homem, criado à vossa imagem e semelhança, foi capaz de fazer.
Lembrai-Vos de nós na vossa misericórdia!