Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 22 de março de 2014

Ser Pai, ser Filhos, ser de Deus

Hoje fui à missa de corpo presente e depois ao enterro do nosso grande amigo, Fernando Ribeiro e Castro.

Não sou pessoa de lágrima fácil, mas não me aguentei diante do que vi, ouvi e vivi.

O que é FAMÍLIA, como se define? Por exemplo é a família Fernando e Leonor Ribeiro e Castro com os seus 13 filhos. Nem preciso falar no que ele fez pela instituição família, porque a sua própria família diz tudo! Todos do mesmo sangue e todos diferentes; todos únicos mas todos filhos!

Na celebração da missa a que fomos convidados, sim convidados... pudemos olhar e ver um pai aparentemente morto, a sua mulher com um enorme e verdadeiro sorriso que não escondia o sofrimento ajoelhada junto do caixão do marido e treze filhos cada um no seu lugar. Um sacerdote que tão bem soube falar do pai, outro, maestro dum coro que nos rasgou o coração e interpelou, outro que na oração dos fieis falou da verdade da tensão de todas as famílias e revelou que a solução está no que une e não o que divide, e um e outro e mais outro de volta da mãe e do pai desta vez numa situação especial, a da partida! Todos unidos, todos diante duma verdade anunciada, difícil mas cheia de Deus.

Comoveu-me tudo! Mas sobretudo do que uma família é capaz!!!

A homilia do filho, Padre Marcos, iluminado pelo Evangelho que fala do filho pródigo, do Pai amoroso, do filho que não se apercebe que tudo é dele, deu-me, não sei se a outros, a noção do que é um filho pródigo. Um filho que esbanja tudo, tudo com os seus. Certamente umas vezes bem outras vezes mal, e que a certa altura da vida, pressente que precisa de voltar para o Pai, embora contrariado, embora com vontade de se gastar ainda mais! Um filho que sendo Pai não quer que nada falta aos seus 13 filhos e por isso e por eles esbanja tudo até ao "tutano"!!! Ser filho e ser Pai, são dimensões que só se compreendem quando se é família! Quando se vive o amor filial e paternal ao mesmo tempo. Talvez não esteja a conseguir explicar o que ouvi, e interiorizei, mas foi muito claro!! Aquela família tem rumo, tem Fé, tem amor. E por isso não foi por acaso que é a “Família Numerosa” por excelência.

E no fim da missa, a caminho do cemitério, ninguém desmobilizou! Foi um misto de procissão, de peregrinação, de Caminhada pela Vida!

Obrigada Fernando e Leonor, e ainda a todos os filhos que nos comoveram até às lágrimas, não de tristeza, mas de graça.

Sofia Guedes na página no Facebook

Adolfo Suárez - Presidente do Governo da Espanha (1976–1981)

Os médicos e a família informaram estar eminente a sua partida após prolongada doença de Alzheimer, conhecida publicamente desde 2005. Gostaria de deixar aqui um testemunho de algo pouco realçado na comunicação social, mas que me marcou profundamente.

No dia 23 de fevereiro de 1981 durante a tentativa de golpe de estado liderada pelo tenente-coronel Tejero Molina nas Cortes Espanholas, quando houve disparos para o ar todos se abaixaram e protegeram excepto Adolfo Suárez, o general Manuel Gutiérrez Mellado e o histórico dirigente comunista Santiago Carrillo, que se mantiveram sentados, como quem diz o poder não caiu. Este aparente pequeno gesto é próprio de alguém com um profundo sentido de Estado.

Junto às minhas orações este honrado homem e peço ao Senhor que o acolha na sua infinita bondade.

JPR

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, estamos na Quaresma e aproxima-se a Tua Páscoa em que na Tua admirável bondade instituíste a Sagrada Eucaristia para ficares connosco ainda mais perto e dentro de nós.

Pensavam que Te eliminando física e humanamente crucificando-Te, serieis anulado para todo o sempre, esquecendo-se que voltarias na glória da Tua Ressurreição, conforme houveras prometido, e na Sagrada Hóstia aonde Te encontras ‘ad eternum’.

Louvado sejais pela Tua oferta na Cruz para nos salvar!

JPR

Ao preencher o seu IRS, pense FAMÍLIA !!!


Apoie a Associação Família e Sociedade!

Já pensou que, segundo a Lei 16/2001, pode ajudar com 0,5% do seu IRS uma Instituição de Solidariedade Social da sua escolha?
Isto, sem encargos nenhuns da sua parte?

 A Associação Família e Sociedade é uma IPSS que trabalha em apoio e defesa da família, nomeadamente:
na divulgação dos métodos de regulação natural da fertilidade, para conseguir ou evitar uma gravidez
na formação para pais, professores e adolescentes em educação da sexualidade. 

Porque o seu apoio É essencial para que possamos continuar o que nos propomos, voltamos a propor que: ao preencher a sua declaração de IRS se lembre de nós (NIPC 506858049)

Mafiosos, mudem de vida, não ao poder ensanguentado

O Papa Francisco encontrou-se na tarde desta sexta-feira, 21 de março, com os familiares das vítimas da máfia na Paróquia São Gregório VII, em Roma.

"Obrigado por esta etapa aqui em Roma, que me dá a possibilidade de encontrá-los, antes da vigília de oração e do Dia da Memória e do Compromisso que vocês celebram hoje e neste sábado em Latina", disse o Santo Padre que acrescentou:
"Sinto o desejo de partilhar convosco a esperança, e é esta: que o senso de responsabilidade lentamente vença a corrupção em todas as partes do mundo. E isso deve começar a partir de dentro, da consciência, e dali deve restaurar, restaurar os comportamentos, os relacionamentos, as escolhas, o tecido social, para que a justiça ganhe espaço, cresça, forme raízes e tome o lugar da iniquidade. Eu sei que vocês sentem fortemente esta esperança e quero partilhá-la com vocês. Estarei com vocês neste caminho que requer tenacidade e perseverança."

O Papa manifestou sua solidariedade com as pessoas ali presentes que perderam seus entes queridos, vítimas da violência mafiosa. "Obrigado pelo vosso testemunho, porque não sois fechados, mas abertos para contar a vossa história de dor e esperança. Isto é muito importante, especialmente para os jovens", disse ainda o Santo Padre.

"Quero rezar convosco por todas as vítimas da máfia e faço-o de coração. Há poucos dias, perto de Taranto, houve um crime em que não se teve misericórdia nem mesmo da criança. Rezemos juntos, para pedir a força de seguir em frente, não desanimar, mas de continuar a lutar contra a corrupção. Sinto que eu não posso terminar sem dizer uma palavra aos grandes ausentes hoje, aos protagonistas ausentes, aos homens e mulheres mafiosos", disse ainda o pontífice.

"Por favor, mudem de vida. Convertam-se. Parem de fazer o mal! Rezaremos por vocês: convertam-se. Peço de joelhos. É para o vosso próprio bem. Essa vida que vocês vivem agora, não lhes dará prazer, não lhes dará alegria, não lhes dará felicidade. O poder, o dinheiro que vocês têm agora de tantas negociações sujas, de tantos crimes mafiosos, é dinheiro ensanguentado, é poder ensanguentado, e não poderá levá-los para a outra vida. Convertam-se. Ainda está em tempo para não terminarem no inferno. É o que espera vocês se continuarem nesta estrada", concluiu o Papa Francisco. (MJ)

(Fonte: 'news.va' com edição)

Vídeo da ocasião em italiano

«Então a mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àquela gente: “Eia! Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz! Não será Ele o Messias?”»

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo 
CC Sermão 22; PL 57, 477


«A água apaga o fogo ardente e a esmola expia o pecado.» (Si 3,30): a água é comparada à misericórdia; mas, tal como a água vem de uma fonte, tenho de procurar a fonte da misericórdia. E encontrei-a no profeta: «Em Ti está a fonte da vida e é na tua luz que vemos a luz» (Sl 36,10).

É Ele próprio quem, no Evangelho, pede água à samaritana. […] O Salvador pede água à mulher e finge ter sede, para distribuir aos sedentos a graça eterna. Com efeito, a Fonte não podia ter sede, nem Aquele em quem se encontra a água viva podia beber a água poluída desta terra. Cristo tinha sede? Sim, tinha sede, não da bebida dos homens, mas de os salvar; tinha sede, não da água da terra, mas de redimir o género humano.

Cristo, que é a fonte, sentado ao pé do poço, faz jorrar milagrosamente, nesse mesmo sítio, as águas da misericórdia; e uma mulher que já tinha tido seis amantes é purificada pelas torrentes de água viva. Que grande maravilha: uma mulher leviana, que vem buscar água ao poço da Samaria, vai-se embora casta, depois de beber da fonte de Jesus! Tendo vindo buscar água, regressa com a virtude: confessa de imediato os pecados a que Jesus alude, reconhece a Cristo e anuncia o Salvador. Abandona o seu cântaro de água […] e, em vez dele, leva a graça à cidade; aliviada do seu fardo, regressa cumulada de santidade. […] Aquela que tinha vindo como pecadora regressa como profetisa.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 23 de março de 2014

Chegou, pois, a uma cidade da Samaria chamada Sicar, junto da herdade que Jacob deu a seu filho José. Estava lá o poço de Jacob. Fatigado da viagem, Jesus sentou-Se sobre a borda do poço. Era quase a hora sexta. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Jesus disse-lhe: «Dá-Me de beber». Os Seus discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos. Disse-Lhe, então, a mulher: «Como, sendo Tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou samaritana?». Com efeito, os judeus não se dão com os samaritanos. Jesus respondeu: «Se tu conhecesses o dom de Deus, e Quem é que te diz: “Dá-Me de beber”, certamente Lhe pedirias e Ele te daria de uma água viva». A mulher disse-Lhe: «Senhor, Tu não tens com que a tirar e o poço é fundo; donde tens, pois, essa água viva? És Tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacob que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, e os seus filhos e os seus gados?». Jesus respondeu: «Todo aquele que bebe desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que Eu lhe der, jamais terá sede: a água que Eu lhe der virá a ser nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna». A mulher disse-Lhe: «Senhor, dá-me dessa água, para eu não ter mais sede, nem ter de vir aqui tirá-la». Jesus disse-lhe: «Vai, chama o teu marido e vem cá». A mulher respondeu-Lhe: «Não tenho marido». Jesus replicou: «Disseste bem: não tenho marido; porque tiveste cinco maridos e o que agora tens, não é o teu marido; isto disseste com verdade». A mulher disse-Lhe: «Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram sobre este monte e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar». Jesus disse-lhe: «Mulher, acredita-Me que é chegada a hora em que não adorareis o Pai nem neste monte nem em Jerusalém. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, porque é destes adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e em espírito e verdade é que O devem adorar os que O adoram». A mulher disse-Lhe: «Eu sei que deve vir o Messias, que se chama Cristo; quando, pois, Ele vier, nos manifestará todas as coisas». Jesus disse-lhe: «Sou Eu, que estou a falar contigo». Nisto chegaram os Seus discípulos, e admiraram-se de que estivesse a falar com uma mulher. Nenhum, contudo, Lhe disse: «Que é o que queres?», ou: «Por que falas com ela?». A mulher, então, deixou a bilha, foi à cidade e disse àquela gente: «Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz; será este, porventura, o Cristo?». Eles saíram da cidade e foram ter com Jesus. Entretanto, os Seus discípulos instavam com Ele, dizendo: «Mestre, come». Mas Ele respondeu-lhes: «Eu tenho um alimento para comer que vós não sabeis». Pelo que diziam entre si os discípulos: «Será que alguém Lhe trouxe de comer?». Jesus disse-lhes: «A Minha comida é fazer a vontade d'Aquele que Me enviou e realizar a Sua obra. «Não dizeis vós que “ainda há quatro meses até à ceifa”? Mas Eu digo-vos: Levantai os olhos e vede os campos que já estão brancos para a ceifa! O que ceifa recebe recompensa e junta o fruto para a vida eterna, para que assim o que semeia, como o que ceifa, se regozijem juntamente. Porque nisto se verifica o ditado: Um é o que semeia, e outro o que ceifa. Eu enviei-vos a ceifar o que vós não trabalhastes; outros trabalharam e vós recolheis o fruto dos seus trabalhos». Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra daquela mulher que dava este testemunho: «Ele disse-me tudo o que fiz!». Vindo, pois, ter com Jesus os samaritanos, pediram-Lhe que ficasse com eles. Ficou lá dois dias. Muitos mais acreditaram n'Ele em virtude da Sua palavra. E diziam à mulher: «Já não é pela tua palavra que acreditamos n'Ele, mas porque nós próprios O ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo!».

Jo 4, 5-42

«A obra de Deus é esta: crer n'Aquele que Ele enviou»

Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa 
Diário, § 1323

Inclino-me, Pão dos Anjos, diante de Vós, 
Com profunda fé, esperança, caridade, 
E do fundo da minha alma glorifico-Vos 
Embora eu nada seja senão nulidade. 

Inclino-me diante de Vós, Deus ocultado, 
E adoro-Vos de todo o meu coração, 
Não me impedindo o mistério velado,
Amo-Vos como os do céu, em eleição. 

Inclino-me diante de Vós, Cordeiro divino, 
Que os pecados da minha alma tirais, 
Em meu coração sois alimento matutino, 
Vós que, para a salvação, me ajudais.

A ideologia do poder e a ditadura do relativismo

"Esta 'loucura' do mandamento do amor que o Senhor nos propõe e que nos defende no nosso ser afasta também as outras "loucuras" muito quotidianas que mentem, prejudicam e acabam impedindo a realização do projeto de Nação: a do relativismo e a do poder como ideologia única. O relativismo que, com o pretexto do respeito pelas diferenças, homogeniza na transgressão e na demagogia; permite tudo para não assumir a contrariedade que exige a coragem madura de sustentar valores e princípios. O relativismo é, curiosamente, absolutista e totalitário, não permite diferir do próprio relativismo, em nada difere do "cale-se" ou do "não se meta". O poder como ideologia única é outra mentira. Se os preconceitos ideológicos deformam o olhar sobre o próximo e a sociedade segundo as próprias seguranças e medos, o poder feito ideologia única acentua o foco persecutório e preconceituoso de que 'todas as posições são esquemas de poder' e 'todos procuram dominar sobre os outros'. Dessa maneira, corrói-se a confiança social, que, como comentei, é raiz e fruto do amor. 

(Cardeal Jorge Mario Borgoglio, do Breve dicionário do Papa Francisco, Aleteia, 14.3.2013)

Através da Confissão o Pai recebe-nos enquanto filhos pródigos

Quando dá ao seu filho uma túnica nova, significa as vestimentas brancas com que somos revestidos no Baptismo. Quando ordena uma festa de acção de graças, (isto) significa a Eucaristia.

A história do filho pródigo é, em última instância, "a história da condição humana", conforme revelou Cristo e ensina a Igreja. Irmãs e irmãos, a peregrinação do filho pródigo é a história de nossas vidas.

O nosso Pai continua abraçando seus filhos e filhas pródigos no Sacramento da Penitência e da Reconciliação. A misericórdia de Deus sempre está à nossa disposição com a prática da confissão, não importa quão grandes sejam nossos pecados ou quantas vezes podemos repeti-los.

Se chegarmos à confissão com o coração compungido, encontraremos a nosso Pai preparado para nos receber com os braços abertos para dar-nos as boas-vindas à casa da Igreja e da Eucaristia.

(D. José H. Gómez, Arcebispo de Los Angeles em homilia de Março de 2011)

Brevíssimo comentário ao Evangelho de hoje...

Imitemos o filho pródigo de que nos fala o Evangelho de hoje (Lc 15, 1-3.11-32) e nunca hesitemos em humildade de reconhecer os nossos erros e pecados regressando sempre à Casa do Senhor que nos abraça e fortalece com o Seu amor misericordioso no Sacramento da Reconciliação.

Louvado seja Deus Nosso Senhor pelo seu amor e infinita bondade!

«Um homem tinha dois filhos»

Bem-aventurado João Paulo II
Exortação apostólica «Reconciliação e penitência», §§ 5-6

O homem — cada um dos homens — é este filho pródigo: fascinado pela tentação de se separar do Pai para viver de modo independente a própria existência; caído na tentação; desiludido do nada que, como miragem, o tinha deslumbrado; sozinho, desonrado e explorado no momento em que tenta construir um mundo só para si; atormentado, mesmo no mais profundo da própria miséria, pelo desejo de voltar à comunhão com o Pai. Como o pai da parábola, Deus fica à espreita do regresso do filho, abraça-o à sua chegada e põe a mesa para o banquete do novo encontro, com que se festeja a reconciliação.

Mas a parábola faz entrar em cena também o irmão mais velho, que se recusa a ocupar o seu lugar no banquete. Reprova ao irmão mais novo os seus extravios e ao pai o acolhimento que lhe dispensou, enquanto a ele, morigerado e trabalhador, fiel ao pai e à casa, nunca foi permitido — diz ele — fazer uma festa com os amigos. Sinal de que não compreende a bondade do pai. Enquanto este irmão, demasiado seguro de si mesmo e dos próprios méritos, ciumento e desdenhoso, cheio de azedume e de raiva, não se converteu e se reconciliou com o pai e com o irmão, o banquete ainda não era, no sentido pleno, a festa do encontro e do convívio recuperado.

O homem — cada um dos homens — é também este irmão mais velho. O egoísmo torna-o ciumento, endurece-lhe o coração, cega-o e leva-o a fechar-se aos outros e a Deus. [...]

A parábola do filho pródigo é, antes de mais, a história inefável do grande amor de um Pai. [...] E ao evocar, na figura do irmão mais velho, o egoísmo que divide os irmãos entre si, ela torna-se também a história da família humana. [...] Ela retrata a situação da família humana dividida pelos egoísmos, põe em evidência a dificuldade em secundar o desejo e a nostalgia de uma só família reconciliada e unida; apela para a necessidade de uma profunda transformação dos corações, pela redescoberta da misericórdia do Pai e pela vitória sobre a incompreensão e a hostilidade entre irmãos.

O Evangelho do dia 22 de março de 2014

Aproximavam-se d'Ele os publicanos e os pecadores para O ouvir. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: «Este recebe os pecadores e come com eles». Então propôs-lhes esta parábola: Disse mais: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. O pai repartiu entre eles os bens. Passados poucos dias, juntando tudo o que era seu, o filho mais novo partiu para uma terra distante e lá dissipou os seus bens vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, houve naquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidade. Foi pôr-se ao serviço de um habitante daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. «Desejava encher o seu ventre das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Tendo entrado em si, disse: Quantos jornaleiros há em casa de meu pai que têm pão em abundância e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros. «Levantou-se e foi ter com o pai. Quando ele estava ainda longe, o pai viu-o, ficou movido de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou-o. O filho disse-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.22 Porém, o pai disse aos servos: Trazei depressa o vestido mais precioso, vesti-lho, metei-lhe um anel no dedo e os sapatos nos pés. Trazei também um vitelo gordo e matai-o. Comamos e façamos festa, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi encontrado. E começaram a festa. «Ora o filho mais velho estava no campo. Quando voltou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e os coros. Chamou um dos servos, e perguntou-lhe que era aquilo. Este disse-lhe: Teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque o recuperou com saúde. Ele indignou-se, e não queria entrar. Mas o pai, saindo, começou a pedir-lhe. Ele, porém, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, nunca transgredi nenhuma ordem tua e nunca me deste um cabrito para eu me banquetear com os meus amigos, mas logo que veio esse teu filho, que devorou os seus bens com meretrizes, mandaste-lhe matar o vitelo gordo. Seu pai disse-lhe: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Era, porém, justo que houvesse banquete e festa, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi encontrado». 

Lc 15,1-3.11-32