Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Servir uns aos outros é a herança que Ele nos deixou

No final da tarde desta Quinta-feira Santa, o Papa Francisco presidiu a Missa da Ceia do Senhor no Centro “Santa Maria da Providência”, em Roma, quando repetiu o gesto de Jesus e lavou os pés de 12 deficientes assistidos pela Fundação Padre Gnocchi. A Missa, num clima de muita intimidade e familiaridade, foi concelebrada pelo Presidente da Fundação, Mons. Angelo Bazzari e pelo Capelão do Centro, Padre Pasquale Schiavulli. O coro era formado por internos e por voluntários do Centro que animam a Missa aos domingos.

Na sua breve homilia, antes do rito do Lava-pés, o Santo Padre recordou que aquilo que Jesus fez na última Ceia foi um gesto de entrega. ”É como a herança que nos deixa”, afirmou. “Ele que é Deus se fez servo, servidor nosso. E esta é a herança: também vós deveis ser servidores uns dos outros. E Ele fez este caminho por amor: também vocês deveis amar-vos e serdes servidores no amor:
“E faz este gesto de lavar os pés, que é um gesto simbólico. O faziam os escravos, os servos aos comensais, às pessoas que vinham para a refeição, porque naquele tempo as estradas eram todas de terra e quando entravam em uma casa era necessário lavar-se os pés”.

“E Jesus faz este gesto - disse o Santo Padre - um trabalho, um serviço de escravo, de servo”, e acrescentou:
“Nós devemos ser servidores uns dos outros. E por isto a Igreja, no dia de hoje, em que se comemora a Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia, também faz, na cerimônia, este gesto de lavar os pés, que nos recorda que nós devemos ser servos uns dos outros. Agora eu farei este gesto, mas todos nós, no nosso coração, pensemos nos outros e pensemos no amor que Jesus nos disse que devemos ter pelos outros, e pensemos também como podemos servi-los melhor, as outras pessoas. Porque isto Jesus quis de nós”.

Após, o Papa Francisco lavou os pés de 12 pessoas assistidas pelo Instituto. O grupo, com idades entre 16 e 86 anos, era formado por italianos e estrangeiros, todos portadores de doenças ortopédicas, neurológicas e oncológicas que provocam invalidez. Entre estes, chamou a atenção o mais jovem do grupo, Oswaldinho, de 16 anos, nascido em Cabo Verde e residente em Roma. Em agosto de 2013, ao jogar-se no mar num local raso, teve um trauma vértebro-medular com tetraplegia imediata. Hoje se locomove em uma cadeira de rodas. Os doze assistidos simbolizam as velhas e novas formas de fragilidade nas quais a comunidade cristã é chamada a reconhecer Cristo sofredor e a dedicar atenção, solidariedade e caridade. (JE)

(Fonte: 'news.va')

Quinta-feira Santa "Ubi Caritas" pelo Pe. Paulo Ricardo

Patriarca acolhe com alegria o novo bispo auxiliar de Lisboa, D. José Traquina

Patriarca de Lisboa partilha a notícia com “alegria e gratidão a Deus e ao Papa Francisco” a nomeação de D. José Traquina para bispo auxiliar de Lisboa.

“Pela sua constante, generosa e sábia aplicação pastoral aos vários cargos exercidos, dos Seminários às Paróquias e em vários pontos da Diocese, o novo Bispo preenche inteiramente as caraterísticas em que o Papa Francisco tem insistido para o ministério episcopal”, refere em declaração enviada hoje à Agência ECCLESIA.

D. Manuel Clemente recorda que Lisboa precisa de um bispo para cada região pastoral e do acompanhamento direto das múltiplas realidades pastorais e pessoais.

“Graças a Deus, a presente nomeação corresponde muito bem a tal necessidade”, termina.

A ordenação episcopal de D. José Augusto Traquina Maria vai ser em Lisboa, no dia 1 de junho, solenidade da Ascensão do Senhor, às 16 horas.

SN / Agência Ecclesia

N. 'Spe Deus': D. José Traquina era até à presente data Prior da Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, Benfica, Lisboa 

"Ungidos com o óleo da alegria" - Homilia do Santo Padre na Santa Missa Crismal

Amados irmãos no sacerdócio!

No Hoje de Quinta-feira Santa, em que Cristo levou o seu amor por nós até ao extremo (cf. Jo 13, 1), comemoramos o dia feliz da instituição do sacerdócio e o da nossa ordenação sacerdotal. O Senhor ungiu-nos em Cristo com óleo da alegria, e esta unção convida-nos a acolher e cuidar deste grande dom: a alegria, o júbilo sacerdotal. A alegria do sacerdote é um bem precioso tanto para si mesmo como para todo o povo fiel de Deus: do meio deste povo fiel é chamado o sacerdote para ser ungido e ao mesmo povo é enviado para ungir.

Ungidos com óleo de alegria para ungir com óleo de alegria. A alegria sacerdotal tem a sua fonte no Amor do Pai, e o Senhor deseja que a alegria deste amor «esteja em nós» e «seja completa» (Jo 15, 11). Gosto de pensar na alegria contemplando Nossa Senhora: Maria é «Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 288), e creio não exagerar se dissermos que o sacerdote é uma pessoa muito pequena: a grandeza incomensurável do dom que nos é dado para o ministério relega-nos entre os menores dos homens. O sacerdote é o mais pobre dos homens, se Jesus não o enriquece com a sua pobreza; é o servo mais inútil, se Jesus não o trata como amigo; é o mais louco dos homens, se Jesus não o instrui pacientemente como fez com Pedro; o mais indefeso dos cristãos, se o Bom Pastor não o fortifica no meio do rebanho. Não há ninguém menor que um sacerdote deixado meramente às suas forças; por isso, a nossa oração de defesa contra toda a cilada do Maligno é a oração da nossa Mãe: sou sacerdote, porque Ele olhou com bondade para a minha pequenez (cf. Lc 1, 48). E, a partir desta pequenez, recebemos a nossa alegria.

Na nossa alegria sacerdotal, encontro três características significativas: uma alegria que nos unge (sem nos tornar untuosos, sumptuosos e presunçosos), uma alegria incorruptível e uma alegria missionária que irradia para todos e todos atrai a começar, inversamente, pelos mais distantes.

Uma alegria que nos unge. Quer dizer: penetrou no íntimo do nosso coração, configurou-o e fortificou-o sacramentalmente. Os sinais da liturgia da ordenação falam-nos do desejo materno que a Igreja tem de transmitir e comunicar tudo aquilo que o Senhor nos deu: a imposição das mãos, a unção com o santo Crisma, o revestir-se com os paramentos sagrados, a participação imediata na primeira Consagração... A graça enche-nos e derrama-se íntegra, abundante e plena em cada sacerdote. Ungidos até aos ossos... e a nossa alegria, que brota de dentro, é o eco desta unção.

Uma alegria incorruptível. A integridade do Dom – ninguém lhe pode tirar nem acrescentar nada – é fonte incessante de alegria: uma alegria incorruptível, a propósito da qual prometeu o Senhor que ninguém no-la poderá tirar (cf. Jo 16, 22). Pode ser adormentada ou sufocada pelo pecado ou pelas preocupações da vida, mas, no fundo, permanece intacta como o tição aceso dum cepo queimado sob as cinzas, e sempre se pode renovar. Permanece sempre actual a recomendação de Paulo a Timóteo: reaviva o fogo do dom de Deus, que está em ti pela imposição das minhas mãos (cf. 2 Tm 1, 6).

Uma alegria missionária. Sobre esta terceira característica, quero alongar-me mais convosco sublinhando-a de maneira especial: a alegria do sacerdote está intimamente relacionada com o povo fiel e santo de Deus, porque se trata de uma alegria eminentemente missionária. A unção ordena-se para ungir o povo fiel e santo de Deus: para baptizar e confirmar, para curar e consagrar, para abençoar, para consolar e evangelizar.

E, sendo uma alegria que flui apenas quando o pastor está no meio do seu rebanho (mesmo no silêncio da oração, o pastor que adora o Pai está no meio das suas ovelhas), é uma «alegria guardada» por este mesmo rebanho. Mesmo nos momentos de tristeza, quando tudo parece entenebrecer-se e nos seduz a vertigem do isolamento, naqueles momentos apáticos e chatos que por vezes nos assaltam na vida sacerdotal (e pelos quais também eu passei), mesmo em tais momentos o povo de Deus é capaz de guardar a alegria, é capaz de proteger-te, abraçar-te, ajudar-te a abrir o coração e reencontrar uma alegria renovada.

«Alegria guardada» pelo rebanho e guardada também por três irmãs que a rodeiam, protegem e defendem: irmã pobreza, irmã fidelidade e irmã obediência.

A alegria sacerdotal é uma alegria que tem como irmã a pobreza. O sacerdote é pobre de alegrias meramente humanas: renunciou a tantas coisas! E, visto que é pobre – ele que tantas coisas dá aos outros –, a sua alegria deve pedi-la ao Senhor e ao povo fiel de Deus. Não deve buscá-la ele mesmo. Sabemos que o nosso povo é generosíssimo a agradecer aos sacerdotes os mínimos gestos de bênção e, de modo especial, os Sacramentos. Muitos, falando da crise de identidade sacerdotal, não têm em conta que a identidade pressupõe pertença. Não há identidade – e, consequentemente, alegria de viver – sem uma activa e empenhada pertença ao povo fiel de Deus (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 268). O sacerdote que pretende encontrar a identidade sacerdotal indagando introspectivamente na própria interioridade, talvez não encontre nada mais senão sinais que dizem «saída»: sai de ti mesmo, sai em busca de Deus na adoração, sai e dá ao teu povo aquilo que te foi confiado, e o teu povo terá o cuidado de fazer-te sentir e experimentar quem és, como te chamas, qual é a tua identidade e fazer-te-á rejubilar com aquele cem por um que o Senhor prometeu aos seus servos. Se não sais de ti mesmo, o óleo torna-se rançoso e a unção não pode ser fecunda. Sair de si mesmo requer despojar-se de si, comporta pobreza. A alegria sacerdotal é uma alegria que tem como irmã a fidelidade. Não tanto no sentido de que seremos todos «imaculados» (quem dera que o fôssemos, com a graça de Deus!), dado que somos pecadores, como sobretudo no sentido de uma fidelidade sempre nova à única Esposa, a Igreja. Aqui está a chave da fecundidade. Os filhos espirituais que o Senhor dá a cada sacerdote, aqueles que baptizou, as famílias que abençoou e ajudou a caminhar, os doentes que apoia, os jovens com quem partilha a catequese e a formação, os pobres que socorre… todos eles são esta «Esposa» que o sacerdote se sente feliz em tratar como sua predilecta e única amada e ser-lhe fiel sem cessar. É a Igreja viva, com nome e apelido, da qual o sacerdote cuida na sua paróquia ou na missão que lhe foi confiada, é essa que lhe dá alegria quando lhe é fiel, quando faz tudo o que deve fazer e deixa tudo o que deve deixar contanto que permaneça no meio das ovelhas que o Senhor lhe confiou: «Apascenta as minhas ovelhas» (Jo 21, 16.17).

A alegria sacerdotal é uma alegria que tem como irmã a obediência. Obediência à Igreja na Hierarquia que nos dá, por assim dizer, não só o âmbito mais externo da obediência: a paróquia à qual sou enviado, as faculdades do ministério, aquele encargo particular... e ainda a união com Deus Pai, de Quem deriva toda a paternidade. Mas também a obediência à Igreja no serviço: disponibilidade e prontidão para servir a todos, sempre e da melhor maneira, à imagem de «Nossa Senhora da prontidão» (cf. Lc 1, 39: meta spoudes), que acorre a servir sua prima e está atenta à cozinha de Caná, onde falta o vinho. A disponibilidade do sacerdote faz da Igreja a Casa das portas abertas, refúgio para os pecadores, lar para aqueles que vivem na rua, casa de cura para os doentes, acampamento para os jovens, sessão de catequese para as crianças da Primeira Comunhão... Onde o povo de Deus tem um desejo ou uma necessidade, aí está o sacerdote que sabe escutar (ob-audire) e pressente um mandato amoroso de Cristo que o envia a socorrer com misericórdia tal necessidade ou a apoiar aqueles bons desejos com caridade criativa.

Aquele que é chamado saiba que existe neste mundo uma alegria genuína e plena: a de ser tomado pelo povo que uma pessoa alguém ama até ao ponto de ser enviada a ele como dispensadora dos dons e das consolações de Jesus, o único Bom Pastor, que, cheio de profunda compaixão por todos os humildes e os excluídos desta terra, cansados e abatidos como ovelhas sem pastor, quis associar muitos sacerdotes ao seu ministério para, na pessoa deles, permanecer e agir Ele próprio em benefício do seu povo.

Nesta Quinta-feira sacerdotal, peço ao Senhor Jesus que faça descobrir a muitos jovens aquele ardor do coração que faz acender a alegria logo que alguém tem a feliz audácia de responder com prontidão à sua chamada.

Nesta Quinta-feira sacerdotal, peço ao Senhor Jesus que conserve o brilho jubiloso nos olhos dos recém-ordenados, que partem para «se dar a comer» pelo mundo, para consumar-se no meio do povo fiel de Deus, que exultam preparando a primeira homilia, a primeira Missa, o primeiro Baptismo, a primeira Confissão... é a alegria de poder pela primeira vez, como ungidos, partilhar – maravilhados – o tesouro do Evangelho e sentir que o povo fiel volta a ungir-te de outra maneira: com os seus pedidos, inclinando a cabeça para que tu os abençoes, apertando-te as mãos, apresentando-te aos seus filhos, intercedendo pelos seus doentes... Conserva, Senhor, nos teus sacerdotes jovens, a alegria de começar, de fazer cada coisa como nova, a alegria de consumar a vida por Ti.

Nesta Quinta-feira sacerdotal, peço ao Senhor Jesus que confirme a alegria sacerdotal daqueles que têm muitos anos de ministério. Aquela alegria que, sem desaparecer dos olhos, pousa sobre os ombros de quantos suportam o peso do ministério, aqueles sacerdotes que já tomaram o pulso ao trabalho, reúnem as suas forças e se rearmam: «tomam fôlego», como dizem os desportistas. Conserva, Senhor, a profundidade e a sábia maturidade da alegria dos sacerdotes adultos. Saibam orar como Neemias: a alegria do Senhor é a minha força (cf. Ne 8, 10). Enfim, nesta Quinta-feira sacerdotal, peço ao Senhor Jesus que brilhe a alegria dos sacerdotes idosos, sãos ou doentes. É a alegria da Cruz, que dimana da certeza de possuir um tesouro incorruptível num vaso de barro que se vai desfazendo. Saibam estar bem em qualquer lugar, sentindo na fugacidade do tempo o sabor do eterno (Guardini). Sintam a alegria de passar a chama, a alegria de ver crescer os filhos dos filhos e de saudar, sorrindo e com mansidão, as promessas, naquela esperança que não desilude.


A BELEZA DO DEUS QUE SE DÁ!

Acabo de comungar!

Regressado ao meu lugar, ajoelho-me, de cabeça levantada, com um sorriso calmo no rosto, porque o meu Deus é libertador e n’Ele reside toda a minha confiança, toda a minha esperança.

Sei que dentro em pouco não vai ser assim, porque vou novamente “mergulhar” no mundo, e fraco como sou, vou-me deixar envolver nas tristezas, nas provações, embora Ele continue comigo, dentro de mim, (não por meu mérito, mas pelo seu infinito amor), assim como no Sacrário, (pobre de mim), como dizia o Beato Francisco: «O Jesus escondido!», ou serei eu que O escondo, fraca testemunha que sou.

Mas nestes momentos, após a comunhão, a paz, a serenidade, a ternura, verdadeiramente a beleza, tomam conta de mim, e por esses momentos deixo-me sair de mim e gozo a sua presença real em mim, desejando que todos os outros sintam, vivam, os momentos que estou a viver.

Sinto a cara molhada e percebo que há lágrimas que choram dos meus olhos, mas são lágrimas de uma alegria indizível, de uma paz inebriante, de uma ternura incontrolável, porque o seu amor por mim, não tem dimensão, é maior do que tudo o que é maior que a minha humanidade conheça.

Perdoa-me, Senhor, mas neste momento não consigo pensar sequer nos que estão ao meu lado, nos que comigo são Igreja, porque, Senhor, talvez seja egoísta, mas quero gozar este momento em que Te dás inteiramente, e em que por tua graça, eu me abandono a Ti e em Ti.

Amor, beleza, paz, ternura, carinho, imensidão, totalidade, são palavras humanas e não podem descrever este momento divino, porque é um momento teu, que Tu concedes ao que de Ti se aproximou, pois Lhe foi dado por Ti, reconhecer-Te ao «partir do Pão».

Calmamente, mansamente, desço do Tabor, e regresso à minha condição de pecador!

Sou pecador, mas incomparavelmente maior do que o meu pecado, é o teu amor!

Monte Real, 4 de Abril de 2013

Joaquim Mexia Alves
  
Nota:
Vivido na Missa desta Quinta Feira Santa, mas só hoje, finalmente, colocado em escrita.

Amor…Eucaristia…

«Depois de amar os seus que estavam no mundo, ‘amou-os até ao fim’ (Jo 13, 1). A Última Ceia é precisamente testemunho daquele amor com que Cristo, Cordeiro de Deus, nos amou até ao fim.

(…) o significado da Eucaristia. A morte não é o seu fim, mas o seu início. A Eucaristia tem início na morte, como ensina São Paulo: ‘Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálix, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha’ (Cor 11, 26. 6).»

(João Paulo II - Homília Missa Vespertina “in coena domini” – 12/IV/1979)

«in Cena Domini»

De tarde, durante a Missa in Cena Domini, celebraremos especialmente a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. O hoje da renovação sacramental do Mistério pascal, o hoje da Cruz – que o Senhor antecipou na Última Ceia –, torna-se presente em cada celebração eucarística e, com particular relevo, na Quinta-feira Santa. Assombremo-nos ante a perene actualidade do Sacrifício do Calvário, de forma especial na Missa in Cena Domini. Neste dia, antes de realizar a Consagração, o Cânone Romano põe nos lábios do sacerdote umas palavras próprias desta solenidade: Ele que hoje, na véspera de sofrer pela nossa salvação e pela de todos os homens, tomou o pão em Suas santas e adoráveis mãos….

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, na sua carta de Abril de 2011)

«Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22,27)

Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja 
Sermões para o Domingo e as festas, Quinta-feira Santa


«Jesus levantou-Se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura. Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos». Lemos no Génesis uma narração do mesmo género. Abraão diz aos mensageiros, aos três anjos que o visitam: «Trarei um pouco de água para vos lavar os pés. Descansai debaixo desta árvore. Vou buscar um bocado de pão e quando as vossas forças estiverem restauradas…» (18,4-5). O que Abraão fez aos três anjos, Cristo fê-lo aos seus apóstolos, os mensageiros da verdade que iriam anunciar ao mundo inteiro a fé na Santíssima Trindade.

Ele inclina-Se perante eles como uma criança; inclina-Se e lava-lhes os pés. Que humildade incompreensível, que bondade inexprimível! Aquele que os anjos do céu adoram está aos pés destes pescadores! Esta face que faz tremer os anjos inclina-Se sobre os pés destes pobres! É por isso que Pedro é tomado de temor. […] Após ter-lhes lavado os pés, fá-los «descansarem debaixo da árvore», como está dito no Cântico dos Cânticos: «Anelo sentar-me à sua sombra, e o seu fruto é doce à minha boca» (2,3). Este fruto é o seu Corpo e o seu Sangue, que Ele lhes deu nesse dia. É o «bocado de pão» que colocou à frente deles e que os reconfortou para os trabalhos que haveriam de realizar. […]

Eis «o banquete de viandas gordas e tenras que o Senhor do universo prepara para todos os povos sobre este monte» (Is 25,6). […] Na sala alta, onde os apóstolos receberão o Espírito Santo no dia de Pentecostes, hoje o Senhor do universo prepara um festim para todos os povos que crêem nele. […] É isso que a Igreja faz hoje no mundo inteiro. Foi para ela que Cristo preparou este festim no monte Sião, este alimento que nos restaura, o seu verdadeiro Corpo, rico em todas as virtudes espirituais e em toda a caridade. Ele deu-o aos seus apóstolos e ordenou-lhes que o dessem àqueles que acreditam nele.

(Fonte: Evangelho quotidiano)

O Evangelho do dia 17 de abril de 2014

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a Sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao extremo. Durante a ceia, tendo já o demónio posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a determinação de O entregar,3Jesus, sabendo que o Pai tinha posto nas Suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e voltava para Deus, levantou-Se da mesa, depôs as vestes e, pegando numa toalha, cingiu-Se com ela. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Chegou, pois, a Simão Pedro. Pedro disse-Lhe: «Senhor, Tu lavares-Me os pés?». Jesus respondeu-lhe: «O que Eu faço, tu não o compreendes agora, mas compreendê-lo-ás depois». Pedro disse-Lhe: «Jamais me lavarás os pés!». Jesus respondeu-lhe: «Se Eu não te lavar não terás parte comigo». Simão Pedro disse-Lhe: «Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus disse-lhe: «Aquele que tomou banho não tem necessidade de se lavar, pois todo ele está limpo. Vós estais limpos, mas não todos». Ele sabia quem era o que O ia entregar, por isso disse: «Nem todos estais limpos». Depois que lhes lavou os pés e que retomou as Suas vestes, tendo tornado a pôr-Se à mesa disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem porque o sou. Se Eu, pois, sendo vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais vós também.

Jo 13, 1-15