Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 14 de setembro de 2014

É correcto castigar os filhos?

Amar os filhos é amar a sua liberdade, como Deus faz com cada um de nós. No entanto, amar a liberdade dos filhos não é a mesma coisa que uma despreocupada indiferença sobre como eles a utilizam. Este ponto parece-me importantíssimo para entender o fracasso de muitas teorias educativas actuais.

Essa despreocupada indiferença ― camuflada, talvez, por um aparente respeito pela liberdade ― pode ser sinal de um amor imaturo. Um amor que, a todo o custo e a qualquer preço, teme passar um mau bocado ou fazê-lo passar. Um amor que, no fundo, não acredita em que existe um verdadeiro bem e que vale a pena lutar por ele.

Como dizia um inglês: «Todas as pessoas são educadas em Inglaterra. O problema é que a maior parte delas está mal-educada». Penso que esta frase poderia ser pronunciada com toda a propriedade no nosso país. Não basta tentar educar. É necessário educar bem. E isso, evidentemente, exige esforço da parte dos pais. Exige, algumas vezes, saber dizer que não. Exige, em certas ocasiões, saber corrigir.

Os pais não podem tolerar qualquer comportamento da parte dos seus filhos com a “desculpa” de que respeitam a sua liberdade. O amor genuíno deseja sempre o verdadeiro bem da pessoa amada. E ― atenção ao pormenor de capital importância ― está disposto a sofrer por isso, se for necessário.

Muitos pais não corrigem ― omitem-se! Preferem não levantar ondas, deixam andar! É verdade que essa atitude é apropriada em muitas ocasiões ― mas não em todas! Sobretudo, não é adequada quando estão em jogo comportamentos de especial importância para a formação do carácter dos filhos. Se nessas ocasiões os pais se omitem, estão a enganar-se a si próprios. E, quando se dão conta disso, costuma ser demasiado tarde. Já diz o povo: “É de pequenino que se torce o pepino”.

Estas reflexões suscitam perguntas que, no contexto actual, são consideradas politicamente incorrectas: «Em certos casos, pode-se dar um castigo aos filhos? Ou é melhor educar sempre sem esses métodos “antiquados”? Ofende a Deus que os pais castiguem os seus filhos?».

Em primeiro lugar, um esclarecimento oportuno: quando uso a palavra “castigo” nunca a considero sinónima de violência. São conceitos completamente diferentes. A violência nunca é educativa, nem construtiva, nem formativa.

Também não defendo que o castigo seja o melhor modo de educar. Nem o único. E muito menos o ideal. A única coisa que digo é que, algumas vezes, pode ser necessário na educação o castigo dos filhos por parte dos pais. Castigo prudente, moderado, dando as razões oportunas e sempre sem violência de nenhum tipo.

No entanto, como alguém dizia, oferecer confiança e animar os filhos ― com paciência ― costuma dar muitos melhores resultados.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Homilia do Santo Padre por ocasião da celebração de 20 casamentos na Basílica de S. Pedro

A primeira Leitura fala-nos do caminho do povo no deserto. Pensemos naquele povo em marcha, guiado por Moisés! Era formado sobretudo por famílias: pais, mães, filhos, avós; homens e mulheres de todas as idades, muitas crianças, com idosos que sentiam dificuldade em caminhar... Este povo lembra a Igreja em caminho no deserto do mundo actual; lembra o Povo de Deus que é composto, na sua maioria, por famílias.

Isto faz pensar nas famílias, nas nossas famílias, em caminho pelas estradas da vida, na história de cada dia... É incalculável a força, a carga de humanidade presente numa família: a ajuda mútua, o acompanhamento educativo, as relações que crescem com o crescimento das pessoas, a partilha das alegrias e das dificuldades... As famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os «tijolos» para a construção da sociedade.

Voltemos à narração bíblica... A certa altura, o povo israelita «não suportou o caminho» (Nm 21, 4): estão cansados, falta a água e comem apenas o «maná», um alimento prodigioso, dado por Deus, mas que, naquele momento de crise, lhes parece demasiado pouco. Então lamentam-se e protestam contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizestes sair do Egipto?» (Nm 21, 5). Sentem a tentação de voltar para trás, de abandonar o caminho.

Isto faz-nos pensar nos casais que «não suportam o caminho» da vida conjugal e familiar. A fadiga do caminho torna-se um cansaço interior; perdem o gosto do Matrimónio, deixam de ir buscar água à fonte do Sacramento. A vida diária torna-se pesada, «nauseante».

Naquele momento de extravio – diz a Bíblia – chegam as serpentes venenosas que mordem as pessoas; e muitas morrem. Este facto provoca o arrependimento do povo, que pede perdão a Moisés, suplicando-lhe que reze ao Senhor para afastar as serpentes. Moisés pede ao Senhor, que lhe dá o remédio: uma serpente de bronze, pendurada num poste. Quem olhar para ela, fica curado do veneno mortal das serpentes.

Que significa este símbolo? Deus não elimina as serpentes, mas oferece um «antídoto»: através daquela serpente de bronze, feita por Moisés, Deus transmite a sua força que cura, ou seja, a sua misericórdia, mais forte que o veneno do tentador.

Como ouvimos no Evangelho, Jesus identificou-Se com este símbolo: na verdade, por amor, o Pai «entregou» Jesus, o seu Filho Unigénito, aos homens para que tenham a vida (cf. Jo 3, 13-17). E este amor imenso do Pai impele o Filho a fazer-Se homem, a fazer-Se servo, a morrer por nós e a morrer numa cruz; por isso, o Pai ressuscitou-O e deu-Lhe o domínio sobre todo o universo. Assim se exprime o hino da Carta de São Paulo aos Filipenses (2, 6-11). Quem se entrega a Jesus crucificado recebe a misericórdia de Deus, que cura do veneno mortal do pecado.

O remédio que Deus oferece ao povo vale também e de modo particular para os casais que «não suportam o caminho» e acabam mordidos pelas tentações do desânimo, da infidelidade, do retrocesso, do abandono... Também a eles Deus Pai entrega o seu Filho Jesus, não para os condenar, mas para os salvar: se se entregarem a Jesus, Ele cura-os com o amor misericordioso que jorra da sua Cruz, com a força duma graça que regenera e põe de novo a caminhar pela estrada da vida conjugal e familiar.

O amor de Jesus, que abençoou e consagrou a união dos esposos, é capaz de manter o seu amor e de o renovar quando humanamente se perde, rompe, esgota. O amor de Cristo pode restituir aos esposos a alegria de caminharem juntos. Pois o matrimónio é isto mesmo: o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no qual o homem tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o dever de ajudar o marido a ser mais homem. É a reciprocidade das diferenças. Não é um caminho suave, sem conflitos, não! Não seria humano. É uma viagem laboriosa, por vezes difícil, chegando mesmo a ser conflituosa, mas isto é a vida! O matrimónio é símbolo da vida, da vida real, não é uma «ficção»! É sacramento do amor de Cristo e da Igreja, um amor que tem na Cruz a sua confirmação e garantia.

Bravura

A bravura nasce dessa consciência objectiva do risco que se corre e que se enfrenta com decisão, porque se sabe que a tanto obriga a verdade, a honra, a pátria ou a fé.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada (citação retirada do artigo no jornal ‘i’ HERÓIS CANSÁVEIS)

Bom Domingo do Senhor!

Demos graças ao Senhor que conforme nos narra o Evangelho de hoje (Jo 3, 13-17) na sua infinita bondade nos enviou o Filho para nos redimir e salvar.

Louvado seja Deus Nosso Senhor, Pai, Filho e Espírito Santo que são um só na Santíssima Trindade.

'Exaltação da Santa Cruz' de Joaquim Mexia Alves

A cabeça pende-Te
e olhas para a terra.

Mesmo no meio do sofrimento
não deixas de olhar para os Teus.
Tem-los a todos no coração,
e pregado à Cruz,
que aponta aos Céus,
por todos pedes,
a todos perdoas,
a todos dás a mão,
puxando-nos para junto de Ti,
para conTigo na Cruz,
encontrarmos Salvação.

Oh, abençoada Cruz,
onde a morte de Um,
se faz vida para todos,
e vida que não acaba,
porque é vida de Jesus,
o nosso Deus feito Homem,
que se entrega por todos,
e que não exclui nenhum.

Oh, abençoada Cruz,
grito eterno do Filho,
pedindo perdão ao Pai,
não por Ele,
mas por nós homens,
ingratos e pecadores.

Oh, abençoada Cruz,
onde o puríssimo Sangue,
do nosso Redentor,
escorreu, empapando a terra,
purificando-a do mal,
e recebido no cálice,
se tornou bebida perfeita,
matando a sede do homem,
sede de vida eterna,
alcançada nesse Lenho,
por Aquele que se fez Homem.

Oh, abençoada Cruz,
onde está pregada a Carne,
que doada em sacrifício,
se faz alimento perene,
para o homem em caminhada,
à procura do amor,
do amor de dádiva pura,
que lhe é dado por Jesus,
o Senhor e Salvador.

Oh, abençoada Cruz,
que se eleva da terra,
em direcção ao Céu,
escada segura,
escada de dor,
que subida em entrega,
é toda vida,
e amor.

Oh, abençoada Cruz,
que nos redime e salva.
A Ela me quero unir,
com toda a vida que tenho,
num abraço de esperança,
num abraço de amor,
abraçando o Santo Lenho.

Oh, abençoada,
e doce Cruz,
na Qual pende o meu Senhor.
Aceito-te,
oh Cruz,
como minha,
embora indigno e pobre,
embora tão temeroso,
que não fosse eu saber,
que és caminho,
e salvação,
de Ti me quereria afastar,
para não te sentir,
nem ver,
mas ficaria sem esperança,
sem vida,
e sem viver.

Oh, abençoada,
doce e amorosa Cruz,
amo-Te com todo o meu ser,
diante de Ti me prostro,
em humildade e oração.
Aos Teus pés,
e assim prostrado,
coloco o meu coração,
para que todo ele seja inflamado,
do amor que de Ti vem.
Assim todo em Ti fundido,
abraçando-Te,
bendita Cruz,
todo assim me conformo,
com a Tua vontade,
Jesus.

Monte Real, 14 de Setembro de 2010

Festa da Exaltação da Santa Cruz

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/09/exaltacao-da-santa-cruz.html

A glória da cruz

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja 
Meditação sobre a Paixão (atrib.), 6, 13-15; PL 184, 747


«Que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo» (Gal 6,14). A cruz é a tua glória, a cruz é a tua soberania. Eis que tens a soberania sobre os teus ombros (Is 9,5). Quem carrega a cruz carrega a glória. É por isso que a cruz, que atemoriza os infiéis, é para os fiéis mais bela que todas as árvores do Paraíso. Cristo temeu a cruz? E Pedro? E André? Pelo contrário, desejaram-na. Cristo avançou para ela «como um noivo que sai de seu aposento e se lança em sua carreira» (Sl 18,6): «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer» (Lc 22,15). Ele comeu a Páscoa sofrendo a sua Paixão, quando passou deste mundo ao Pai; na cruz, comeu e bebeu, inebriou-se e adormeceu. [...]

Quem poderá agora temer a cruz? Senhor, poderei dar a volta ao céu e à terra, ao mar e às planícies, que nunca Te encontrarei senão na cruz. É nela que dormes, nela que apascentas o teu rebanho, nela que repousas à hora do meio-dia (Ct 1,7). Sobre esta cruz, aquele que está unido ao seu Senhor canta suavemente: «Vós sois, Senhor, para mim um escudo; vós sois minha glória, vós me levantais a cabeça» (Sl 3,4). Ninguém Te procura, ninguém Te encontra, senão na cruz. Cruz de glória, enraíza-te em mim, para que eu seja encontrado em ti.