Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sem a Mãe Igreja não podemos ir avante

Jesus veio ao mundo para aprender a ser um homem, e sendo um homem, caminhar com os homens. Veio ao mundo para obedecer, e obedeceu. Mas essa obediência Ele aprendeu com o sofrimento. Adão saiu do Paraíso com uma promessa, a promessa que foi levada avante durante muitos séculos. Hoje, com esta obediência, com esse aniquilar a si mesmo, humilhar-se, de Jesus, aquela promessa se torna esperança. E o povo de Deus caminha com esperança certa. Também a Mãe, ‘a nova Eva’, como o próprio Paulo chama, participa deste caminho do Filho: aprendeu, sofreu e obedeceu. E torna-se Mãe.

O Evangelho mostra-nos Maria aos pés da Cruz. Jesus diz a João: “Eis a tua mãe”. Maria é ungida como Mãe.
(...)
Hoje, olhando junto à Cruz esta mulher, firmíssima em seguir seu Filho no sofrimento para aprender a obediência; olhando-a, olhamos a Igreja e olhamos a nossa Mãe. E também, olhamos a nossa pequena alma que não se perderá, que continua sendo também uma mulher próxima a estas duas grandes mulheres que nos acompanham na vida: Maria e a Igreja. E como os nossos Pais saíram do Paraíso com uma promessa, hoje podemos ir adiante com uma esperança: a esperança que nos dá nossa Mãe Maria, firmíssima junto à Cruz, e nossa Santa Mãe a Igreja Hierárquica.

Papa Francisco - excertos homilia Casa de Santa Marta 15.09.2014

Stabat Mater dolorosa - G. B. Pergolesi

Glórias britânicas

Acabaram-se as minhas férias no Reino Unido, durante as quais assisti a aulas muito interessantes sobre a história da Igreja naquele país. Aprendi imenso.

Os historiadores ingleses não escondem alguma página triste, como a perseguição aos católicos (ainda não completamente abolida em certos aspectos práticos), no entanto, o balanço é extraordinário, até na lucidez com que este povo olha o seu passado.

Um ponto alto da história britânica é a participação política. A democracia foi arraigando e no século XVIII já era uma conquista civilizacional razoavelmente consolidada.

Outra das glórias do país é a abolição da escravatura moderna. A escravatura já desaparecera na Europa nos primeiros séculos do cristianismo e assim continuou durante toda a Idade Média, mas depois, com os descobrimentos marítimos, voltou. Reagiram os Papas, alguma gente de bom coração esforçou-se por libertar os escravos e proporcionar-lhes melhores condições mas, apesar de pequenos êxitos, os interesses económicos prevaleceram e a Europa voltou a praticar a escravatura. Foi em Inglaterra, no final do século XVIII, que a situação se alterou, sobretudo graças a William Pitt e a William Wilberforce (lembram-se do filme «Amazing Grace»?).

William Pitt
William Pitt, considerado o melhor Primeiro-Ministro inglês, chegou ao cargo com 24 anos de experiência, ou, para o dizer de forma mais clara, foi Primeiro-Ministro com 24 anos de idade. Dizia-se que «would not last out the Christmas season» (não ia chegar ao Natal), mas sobreviveu 17 anos, com vários êxitos eleitorais retumbantes. Pitt ficou na história pelo sucesso económico e social, pela «revolução» na política monetária, por vitórias militares (como a batalha de Trafalgar, que aniquilou a armada napoleónica, desejosa de invadir a Grã-Bretanha). Sobretudo, Pitt ficou conhecido pela sua integridade pessoal e pelas causas cívicas em que se empenhou, principalmente a abolição da escravatura, conseguida ao fim de duas décadas e meia de esforço conjunto com o seu amigo William Wilberforce.

Maynooth University
Outro objectivo de William Pitt era mitigar a perseguição aos católicos, mas o rei Jorge III opôs-se, com o argumento de que isso iria contra o juramento que fizera ao tomar posse como rei. Em consequência, Pitt demitiu-se. Entretanto, já tinha conseguido que o espírito prático dos ingleses aceitasse algumas mudanças. Por exemplo, convenceu-os de que era melhor os padres católicos serem formados no seu país do que terem de ir estudar para o estrangeiro, nomeadamente para França, expostos às loucuras ideológicas da Revolução Francesa. Com esse argumento de sentido prático, conseguiu que um rei ferreamente anticatólico fundasse e financiasse a Maynooth University, em 1795, uma universidade católica!

William Wilberforce
O grande colaborador de Pitt, William Wilberforce, homem de profunda religiosidade, também tinha simpatia pelos católicos. Tentou, sem êxito, que o catolicismo fosse aceite e que os católicos pudessem ser funcionários públicos e até ser eleitos para o Parlamento. Grande parte da família Wilberforce converteu-se ao catolicismo durante o século XIX e isso teve grande eco, porque eram personalidades de grande craveira e muito estimadas.

Outro exemplo do espírito prático dos ingleses é a forma como promoveram a escolaridade. Em vez de criarem escolas estatais, apoiaram as boas escolas. Foi deste modo que as escolas católicas floresceram com o apoio do Estado, porque tinham prestígio académico e eram preferidas por muitas famílias, apesar de o número de católicos na época ser ínfimo. Esta política fez com que a taxa de alfabetização chegasse a 100% no Reino Unido, um século antes de alcançar 10% em Portugal e em muitos outros países do mundo.

Ainda hoje, quando os ingleses falam de «escola pública» referem-se a qualquer escola, porque são todas apoiadas pelo Estado, a começar pelas católicas. Quando lhes explico que em Portugal «escola pública» significa «escola estatal», eles abrem a boca de espanto: vocês deixam que os funcionários públicos fiquem com o vosso dinheiro e decidam a educação dos vossos filhos?

Há coisas que ultrapassam a capacidade de compreensão dos ingleses.

José Maria C. S. André

«Correio dos Açores», «Verdadeiro Olhar», 14-IX-2014

O valor do sofrimento

A 15 de setembro (…) vamos comemorar a presença da Virgem Maria ao pé da Cruz, sofrendo com Jesus e colaborando com Ele na obra da Redenção. Ali se manifestou a sua nova maternidade, quando ouviu do Senhor aquelas palavras: Mulher, eis o teu filho [2]. Acolheu-nos então com radicalidade e ternura, como seus verdadeiros filhos. Estas duas festas são para o cristão um poderoso estímulo, um imperioso chamamento a abraçar com amor as pequenas e grandes cruzes que se apresentarem nas nossas vidas, sem queixas nem lamentações, pois todas nos atam a Jesus Cristo e constituem uma bênção muito especial de Deus. Não esqueçamos aquele comentário de S. Josemaria a propósito de que muitos chamam cruz ao que os contraria, e acabam por retirar das casas, e sobretudo do seu comportamento, a sua representação. Não entendem que a Santa Cruz, com todas as suas manifestações, dá liberdade e forças para combater nas batalhas da nova evangelização, começando pela conversão pessoal de cada um.

O Santo Padre (N. Spe Deus: Bento XVI) falava, há uns anos atrás, numa homilia, de que não há amor sem sofrimento, sem o sofrimento da renúncia a si mesmo, da transformação e purificação do eu pela verdadeira liberdade. Onde não existe nada pelo qual vale a pena sofrer, até a própria vida perde valor. A Eucaristia, o centro do nosso ser cristãos, fundamenta-se no sacrifício de Jesus por nós, nasceu no sofrimento do amor, que na Cruz alcançou o seu cume. Nós vivemos deste amor que se entrega. Este amor infunde-nos a coragem e a força para sofrer com Cristo e por Ele, neste mundo, sabendo que precisamente assim a nossa vida se torna grande, madura e verdadeira [3].

Ajudemos todas as pessoas que encontrarmos, ou com quem convivemos, a considerar o valor do sofrimento enfrentado assim, com paz e também com alegria. O nosso Fundador salientava-o, a certa altura, perguntando-se dolorosamente: Quem vai hoje ao encontro da Santa Cruz? Poucos. Bem vedes qual é a reação do mundo perante a Cruz, mesmo de tantos que se chamam católicos, para quem a Cruz é escândalo ou tolice, como S. Paulo escreveu: iudaeis quidem scándalum, géntibus autem stultítiam (1 Cor 1, 23). Senhor! Passados séculos, esta situação anormal persiste, também entre as pessoas que dizem que Te amam e que Te seguem [4]. De facto, observamos neste nosso mundo, o que o Apóstolo escrevia aos Coríntios: Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca da sabedoria, nós pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder e sabedoria de Deus [5].

[2]. Jo 19, 26.
[3]. Bento XVI, Homilia na inauguração do ano de S. Paulo, 28-VI-2008.
[4]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 3-V-1964.
[5]. 1 Cor 1, 22-24.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta de mês de setembro de 2012)

Stabat Mater Dolorosa



Stabat mater dolorosa
juxta Crucem lacrimosa,
dum pendebat Filius.
Cuius animam gementem,
contristatam et dolentem
pertransivit gladius.
O quam tristis et afflicta
fuit illa benedicta,
mater Unigeniti!
Quae moerebat et dolebat,
pia Mater, dum videbat
nati poenas inclyti.
Quis est homo qui non fleret,
matrem Christi si videret
in tanto supplicio?
Quis non posset contristari
Christi Matrem contemplari
dolentem cum Filio?
Pro peccatis suae gentis
vidit Iesum in tormentis,
et flagellis subditum.
Vidit suum dulcem Natum
moriendo desolatum,
dum emisit spiritum.
Eia, Mater, fons amoris
me sentire vim doloris
fac, ut tecum lugeam.
Fac, ut ardeat cor meum
in amando Christum Deum
ut sibi complaceam.
Sancta Mater, istud agas,
crucifixi fige plagas
cordi meo valide.
Tui Nati vulnerati,
tam dignati pro me pati,
poenas mecum divide.
Fac me tecum pie flere,
crucifixo condolere,
donec ego vixero.
Juxta Crucem tecum stare,
et me tibi sociare
in planctu desidero.
Virgo virginum praeclara,
mihi iam non sis amara,
fac me tecum plangere.
Fac, ut portem Christi mortem,
passionis fac consortem,
et plagas recolere.
Fac me plagis vulnerari,
fac me Cruce inebriari,
et cruore Filii.
Flammis ne urar succensus,
per te, Virgo, sim defensus
in die iudicii.
Christe, cum sit hinc exire,
da per Matrem me venire
ad palmam victoriae.
Quando corpus morietur,
fac, ut animae donetur
paradisi gloria. Amen.

'Oh Mater dolorosa' de António Mexia Alves

Oh Mater dolorosa,
junto da cruz de onde o Filho pendia,
estoicamente participando no sacrifício supremo, lacrimosa
mas orando
ao Pai que tal consente.

Oh Mater dolorosa
que te traz aqui, Senhora minha?
Não sabes que Ele morreu?
Esse Filho teu
teve uma morte gloriosa
que na Cruz
nos salvou a todos
da morte mais horrorosa,
a que o pecado conduz.

Oh Mater dolorosa
como é bela a tua dor
que torna mais preciosa
a morte do Salvador.

Monte Real, 15 de Setembro de 2010

António Mexia Alves

Junto à cruz de Jesus estava sua Mãe

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbíterode Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja 
Sermão sobre o cemitério e a cruz, 2; PG 49, 396 (Breviário)


Viste essa vitória admirável ? Viste os magníficos prodígios da cruz? Posso dizer-te alguma coisa ainda mais admirável? Ouve o modo como se deu a vitória, e hás-de maravilhar-te mais ainda. Cristo venceu o diabo valendo-Se dos meios com que o diabo tinha vencido, e derrotou-o tomando as próprias armas que ele tinha usado. Ouve como o fez.

A virgem, o madeiro e a morte foram os sinais da nossa derrota. A virgem era Eva, pois ainda não conhecera varão. O madeiro era a árvore; a morte, o castigo de Adão. Mas agora, a virgem, o madeiro e a morte, que foram os sinais da nossa derrota, tornaram-se os sinais da nossa vitória. Com efeito, em vez de Eva está Maria; em vez da árvore do bem e do mal está o madeiro da cruz; em vez da morte de Adão está a morte de Cristo.

Vês como o demónio foi vencido pelos mesmos meios por que vencera? Na árvore, o diabo fez cair Adão; na árvore, Cristo derrotou o diabo. A primeira levava à região dos mortos; mas a segunda faz voltar até os que já para ali haviam descido. Do mesmo modo, a primeira árvore ocultou o homem já vencido e nu; esta porém mostrou a todos o vencedor, também nu, levantado ao alto. […]

Todos estes magníficos efeitos nos conseguiu a cruz: a cruz é troféu levantado contra os demónios e uma espada contra o pecado, espada com a qual Cristo trespassou a serpente; a cruz é a vontade do Pai, a glória do seu Filho unigénito, a alegria do Espírito Santo, a honra dos anjos, a segurança da Igreja, o regozijo de São Paulo, a fortaleza dos santos, a luz de toda a terra.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 15 de setembro de 2014

Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa.

Jo 19, 25-27