Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 6 de dezembro de 2015

Bom Domingo do Senhor!

Imitemos João como nos fala o Evangelho de hoje (Lc 3, 1-6) e façamos o apostolado da penitência mostrando ao nosso próximo que a salvação de Deus está ao nosso alcance.

Senhor tende piedade de nós que somos pecadores e pouco penitentes!

A Porta

A Porta que será aberta no dia 8 de dezembro pelo Santo Padre
Diante de uns milhares de padres, em Roma, o Papa Francisco reconheceu que era difícil acompanhar todo o magistério eclesiástico e que importa sobretudo captar os grandes temas de cada época. E, nos nossos dias – explicou-lhes Francisco –, sobressai o anúncio da misericórdia de Deus. Sempre foi central, mas agora mais.

Assinatura Encíclica
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Dives in misericordia'
Em Outubro de 1937, Deus confiou esta mensagem à freira Maria Faustina Kowalska. João Paulo II assumiu o conteúdo dessas revelações, canonizou esta freira, transformou o Domingo a seguir à Pascoa no Domingo da Misericórdia e deu um cunho especial ao pontificado, que se nota particularmente na Encíclica «Dives in misericordia» ([Deus] Rico em misericórdia). Bento XVI prosseguiu na mesma linha, logo desde a sua Encíclica programática «Deus caritas est» (Deus é amor) e Francisco comentou que se limita a seguir os seus predecessores.

Contrariando um pouco a humildade do Papa, parece-me que há mais do que uma herança maravilhosa recebida dos antecessores. Quando Deus foi buscar o Cardeal Bergoglio à longínqua cidade de Buenos Aires, ele já trazia este lema, como chave do seu ministério de bispo e agora de Papa: «Miserando atque eligendo». A frase (que se traduz por «olhando com misericórdia e escolhendo-o») significa que a vocação é um olhar de misericórdia. É um convite à conversão, a ser perdoado. Quatro dias depois da eleição, numa homilia sobre a conversão e o sacramento da Confissão, Francisco declarou: «A mensagem de Jesus é a misericórdia. Na minha opinião, digo-o humildemente, é a mensagem mais forte do Senhor».

Estas observações não se excluem. As revelações de Santa Faustina Kowalska são para levar a sério, os ensinamentos de João Paulo II e de Bento XVI têm grande valor e é evidente que a sensibilidade de Francisco joga um papel importante no programa da Igreja para o próximo ano: «Pensei muito em como a Igreja poderia tornar mais evidente a sua missão de testemunhar a misericórdia. Este caminho começa com a conversão espiritual. Por isso quis instituir um Jubileu extraordinário, centrado na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia».

Antiquado? Francisco encolhe os ombros: «Com convicção, ponhamos novamente o sacramento da Reconciliação no centro, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia».

João XXIII e Paulo VI confiaram o Concílio Vaticano II a Nossa Senhora e Francisco quer fazer exactamente o mesmo. O Concílio concluiu-se propositadamente na festa da Imaculada Conceição e o Ano da Misericórdia abrirá nessa mesma festa.

A Imaculada é o projecto inicial de Deus, que nos sonhou imaculados, puros, cheios de beleza, no corpo e na alma. O pecado de Adão e Eva e os nossos pecados mancharam essa beleza, mas o pecado nunca tem a última palavra. Ao escolher a festa da Imaculada Conceição, Francisco quer mostrar que cada um de nós tem de ir, como Nossa Senhora, ao encontro do sonho original de Deus. Ela leva-nos a ser perdoados, a recuperar a beleza.

Explica o Papa: «O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. Deus não quis abandonar a humanidade à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor, para que se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão».

Este ano vai ser a festa do perdão. Perdoar e ser perdoados. «Bem-aventurados os misericordiosos – disse Jesus –, porque alcançarão misericórdia». Cada um a alcança na medida em que perdoar e acompanhar os que precisam de apoio.

A partir desta terça-feira, 8 de Dezembro, na basílica de S. Pedro e em todo o mundo, a porta da misericórdia ficará escancarada o ano inteiro, convidando os homens a abrirem o coração. Nossa Senhora está nesse caminho, porque ela é a «porta do céu», como lhe chama a liturgia.

José Maria C.S. André
Correio dos Açores, Verdadeiro Olhar, ABC Portuguese Canadian Newspaper, Spe Deus
06-XII-2015


Verdade de Fé

«A partir do momento em que nos deu o Seu Filho, que é a Sua única e definitiva Palavra, Deus disse-nos tudo ao mesmo tempo e duma só vez, e nada mais tem a acrescentar»

(S. João da Cruz)

«O deserto e a terra árida vão alegrar-se, a estepe exultará e dará flores belas como narcisos» (Is 35,1)

Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
4º sermão do Advento

«No deserto uma voz clama: Preparai as vias do Senhor!» Irmãos precisamos, antes de mais nada, de refletir sobre a graça da solidão, sobre a beatitude do deserto que desde o princípio da era da salvação mereceu ser consagrada ao repouso dos santos. Claro que o deserto foi santificado para nós, pela voz do profeta, pela voz daquele que clamava no deserto, que lá pregava e praticava um batismo de penitência. Antes dele, já os maiores profetas tinham tido a solidão por amiga, como auxiliar do Espírito. Ainda assim, uma graça de santificação incomparavelmente maior ficou ligada a esse lugar quando Jesus sucedeu a João (Mt 4,1).

Por sua vez, antes de pregar aos penitentes, Jesus pensou em preparar um lugar para os receber. Foi ao deserto para consagrar uma vida nova nesse local renovado [...], não tanto para Si próprio como para aqueles que iriam viver depois d'Ele no deserto. Se, portanto, te fixaste no deserto, fica lá, para aí esperares Aquele que te salvará da pusilanimidade de espírito e da tempestade. [...] Mais maravilhosamente que a multidão que O seguiu, o Senhor saciará a tua sede, a ti que O seguiste (Mc 6,34ss.). [...]

Quando começares a achar que Ele te abandonou, será então que, não esquecendo a Sua bondade, Ele virá consolar-te e dir-te-á: «Recordo-me da tua fidelidade no tempo da tua juventude, dos amores do tempo do teu noivado, quando me seguias no deserto» (Jr 2,2). O Senhor fará do teu deserto um paraíso de delícias; e tu proclamarás, como o profeta, que lhe foi dada a glória do Líbano, a beleza do Carmelo e do Sarião (Is 35,2). [...] Então, da tua alma saciada brotará um hino de louvor: «Dêem graças ao Senhor pelo Seu amor e pelas Suas maravilhas em favor dos homens. Pois Ele deu de beber aos que tinham sede e matou a fome aos famintos» (Sl 107,8-9).