Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Em homenagem ao Prof. João Lobo Antunes que hoje nos deixou. Requiescat in pace

Alegria – Sofrimento – Depressão

Como falar de alegria sem evocar quanto nos afasta dela, isto é, sem "desmontar" as inúmeras "razões circunstanciais" que pensamos ter que nos impedem de gozar a alegria saudável e gratificante que Deus quer que os Seus filhos - que somos todos os homens - vivam?

Será que o contrário de alegria é o sofrimento?

Não me parece que a pergunta tenha qualquer razão de ser.

É verdade que quem sofre não pode estar alegre?

Porque não?
O que tem uma coisa a ver com a outra?

Em primeiro lugar o sofrimento é uma condição humana enquanto a alegria é um estado de espírito.

O sofrimento - refiro-me ao sofrimento moral ou psíquico - pode ser uma condicionante da própria vida pessoal porque se se lhe der rédea solta pode "tomar conta" da pessoa, condicionar o seu pensamento, afectar a sua esperança e, até no ponto de vista mais íntimo, alterar profundamente a sua capacidade de reacção perante os factos mais comezinhos da vida corrente.

Acontece quase sempre que, quando isto acontece - isto é - quando não se lhe impõe um controlo, tende a evoluir numa espiral ascendente que acaba por dominar a pessoa.

Não é algo sem importância, bem pelo contrário, a pessoa nesta situação sofre realmente e tanto mais quanto se "deixa ir" ou se "entrega" sem reagir.


Evidentemente que neste caso a alegria não é possível como de resto não são quaisquer outros sentimentos a não ser uma crescente auto-comiseração, ou até vitimização que se traduz num estado de ânimo cada vez mais condicionado e incapacitado de reagir.

Daqui ao isolamento é um pequeno passo em que se chega a um estado moral deplorável em que nada apetece, ninguém interessa, caindo num estado abúlico de "morto vivo".


Normalmente dá-se a esta situação o nome de depressão.

E que pode estar na origem de tal?

Um problema mental?

Uma circunstância traumatizante que não se conseguiu ultrapassar?

Um hábito?

Sim... um hábito porque o estado depressivo tende a repetir-se e cada vez com maior frequência e durante mais tempo.

Voltemos a considerar o tema por onde começámos: a alegria.


Se entendemos alegria por um sentimento de satisfação provocado por algo que pode ser uma consideração, a constatação de uma realidade, uma conclusão definitiva de um bem a que temos acesso ou nos é próprio, então poderíamos concluir que a " cura " para os estados depressivos reside na alegria.

Mas como fazer? Como dar a alguém a alegria que não tem?

Penso que uma forma de o conseguir será começar por "mostrar" à pessoa o lado positivo da sua vida e de quanto a ela respeita.

Evidentemente que ao "aplicar" este método se está de alguma forma a "invadir "a intimidade do outro pelo que só deve ser posto em prática por quem tem uma sólida formação humana no que ela envolve nos aspectos intelectuais e morais.

Não havendo nenhum homem igual a outro, também estas situações não têm um "padrão" que permita desenhar uma mesma "receita" para qualquer situação.

É claro que a medicina tem possibilidades de prestar auxílio importante, quer com a psicologia ou a psiquiatria, quer, tanto num caso como noutro, com recurso a fármacos.

Seja como for, embora prestando um auxílio não descartável, raramente resolve o problema por completo e de forma definitiva.

Penso que a melhor forma e prestar auxílio importante seja a companhia, o convívio.

Será, com certeza, por vezes muito difícil porque, como já se disse, a pessoa nessas circunstâncias como que foge ao contacto mesmo com os mais próximos ou íntimos.

Há, então, que "forçar" esse convívio, "obrigar" ao diálogo, "puxar" por um assunto.

É fundamental ter paciência, muita paciência e não desistir e, sobretudo, mostrar enfado ou desilusão.
Tendo sempre consciência que a pessoa não está no "seu estado normal", se encontra limitada até na capacidade de raciocinar, não esperar por reacções positivas, aliás, poderá até acontecer que estas sejam bastante negativas e desencorajadoras.

Mas o que realmente importa é considerar que não se está a " aplicar uma receita" mas a prestar um serviço de autêntica caridade para com o nosso próximo sofredor e necessitado.

Uma obra de misericórdia?

Sem dúvida e de inestimável valor.

Por isso mesmo, devemos pedir ao Pai da Misericórdia, que nos inspire o que fazer e como fazer.

ama, 2016.03.14

O Evangelho do dia 27 de outubro de 2016

No mesmo dia alguns dos fariseus foram dizer-Lhe: «Sai e vai-Te daqui porque Herodes quer matar-Te». Ele respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eis que Eu expulso os demónios e faço curas hoje e amanhã, e ao terceiro dia atinjo o Meu termo. Importa, contudo, que Eu caminhe ainda hoje, amanhã e no dia seguinte; porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. «Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes quis juntar os teus filhos como a galinha recolhe os seus pintainhos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vos será deixada deserta. Digo-vos que não Me vereis, até que venha o dia em que digais: “Bendito O que vem em nome do Senhor”».

Lc 13, 31-35